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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Esgotaram-se os coentros!

COENTROS BIO - BIOCABAZ - CABAZES BIOLÓGICOS

 

Esgotou!

 

Não foi o papel higiénico.

Não foram os enlatados.

Não foram os bolos, nem os doces de Natal.

Não foi a carne, nem o peixe.

Não foi o espumante.

 

Foram mesmo os coentros!

 

Já se sabe que no dia 31 anda toda a gente às compras. E eu não fui excepção.

Fui à hora de almoço. Precisava mesmo de 2 ou 3 coisas. Safei-me, apesar de mal se conseguir andar por aqueles corredores, e das filas nas caixas serem enormes.

Como saí mais cedo à tarde, aproveitei para voltar e comprar o que precisasse para a semana seguinte, evitando ter que lá ir no fim de semana, em horário reduzido, devido ao recolhimento obrigatório.

Pensei em fazer creme de coentros e tinha já tudo o resto no cesto quando me dirijo à secção dos coentros e... nem vê-los!

Havia salsa aos molhos. Hortelã. Hipericão. E mais umas quantas ervas.

Mas os coentros?

Esgotaram-se!

 

2021 será um ano de "reconstrução" e não tanto de "salvação"

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Sabem quando uma tempestade ou catástrofe ocorre e, depois de passar, nos deixa a braços com os destroços?

Pois a pandemia não é muito diferente.

Ouço muitas pessoas falarem do ano 2021 como o ano em que tudo será melhor, tudo será diferente, em que, quem sabe, nos vamos ver livres, da pandemia.

Eu não o vejo assim.

Se 2020 foi o ano em que ela passou por nós e nos atingiu com mais severidade, 2021, com ela ainda presente, será o ano em que vamos estar a avaliar os estragos, a lidar com os destroços por ela deixados, a ver o que é possível salvar e o que tem que ser construído de raiz, feito de novo.

2021 é o ano em que lidamos com as consequências, como a ainda maior desigualdade social, com o desemprego no caso dos que ficaram sem trabalho, com as dívidas daqueles que viram os seus rendimentos afectados com cortes e medidas extremas, com todas as outras doenças e problemas de saúde que ficaram "pendentes", provavelmente, com uma crise económica, e sabe-se lá que mais.

Tal como, após uma tempestade, as pessoas lidam com a falta de água e luz, com as dificuldades de acesso, com problemas de saúde pública, dela decorrentes.

 

E, muitas vezes, esse "pós tempestade" é tão ou mais duro que a tempestade em si e, sem dúvida, mais duradouro.

É preciso coragem. Resiliência. Determinação. 

E sim, esperança, também.

Mas, da mesma forma, a noção de que não haverá nenhuma varinha mágica ou feitiço, que nos devolva em meros dias ou meses, aquilo de tínhamos antes.