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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Mafra Tapada (Con)vento: era uma vez uma vila assombrada...

(desafio Sonhamos ir por aí! Vá para fora cá dentro... de casa!)

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Era uma vez uma vila que, dizia-se, era assombrada.

Nas catacumbas do principal monumento histórico, rezava a lenda que as ratazanas, que por lá andavam, eram tão grandes, e famintas, que eram capazes de devorar pessoas, que tivessem o azar de por lá aparecer. E que até alguns militares já teriam servido de alimento, quando não lhes davam alimento...

À noite, são os morcegos que por lá vagueiam.

 

 

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E aquele jardim?

Tão bonito, tão sossegado, tão tranquilo nos dias de sol... Mas, ao mesmo tempo, tão sombrio, tão isolado, tão assustador, nos dias cinzentos, ou quando a tarde dá lugar à noite.

 

Era uma vez uma vila histórica, cheia de lendas e mitos.

Devia o seu nome ao clima pouco agradável que lá se encontra, que levou alguém a apelidá-la de Má e Fria.

Mas também há um trocadilho que a caracteriza "Mafra Tapada (Con)vento".

 

 

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Por lá se defenderam territórios de batalhas e de exércitos que os queriam invadir e atacar.

Diz-se até que um rei fugiu da vila até ao porto da Ericeira, através de um túnel subterrâneo que ligaria ambas as vilas.

 

 

D'Magia: Opinião - O Memorial do Convento - José Saramago

Mas Mafra é, também, uma vila ligada à religiosidade. Por cá andou o Papa João XXI. E à literatura. Ou não constasse do Memorial do Convento, ou d'Os Maias.

 

 

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Tal como à natureza onde, no lugar que em tempos foi uma quinta, existe agora um parque onde se pode passear, fazer exercício e apreciar os animais.

 

 

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Era uma vez uma vila onde existiam florestas encantadas, cascatas, riachos, campos de flores.

Onde se podia ver corujas, javalis e porcos-espinhos. Por vezes, raposas. E lobos...

Onde se podia ouvir os passarinhos, de manhã cedo, e os grilos, à noite.

 

 

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Era uma vez uma vila onde se comem os melhores bolos...

 

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E o melhor pão...

 

 

Descubra a Casa Museu Aldeia Típica de José Franco no Sobreiro, Mafra |  Aldeia, Casas, Museu

Onde se podem visitar diversos museus, como a Aldeia Típica José Franco.

 

 

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Dar um saltinho à reserva mundial de surf, a cerca de 10 km.

 

 

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E onde podemos ver um magnífico pôr do sol, com o mar ao fundo. 

 

Diz-se que, quem vem a Mafra, fica cá preso para sempre...

Atrevem-se a correr o risco?!

 

 

Este texto foi especialmente criado no âmbito do desafio da Cristina.

 

 

 

Quando os professores acompanham o crescimento dos seus alunos

Comunicação com amor entre professor e aluno | Revista Construir Notícias

 

No outro dia, quando estava a ir para casa, passei por um carro que tinha música alta. É uma música que gosto, de Avicii - "Hey Brother" - que, por acaso, foi usado pelo pai de uma colega da minha filha, para um vídeo sobre os 4 anos da primária, que ofereceu em cd a cada aluno e à professora, no final do 1º ciclo.

 

E pensei que, ainda no outro dia eles eram tão pequenos, e agora já são quase adultos.

A professora da minha filha é daqui perto e, por isso, volta e meia vê-a. A educadora do Jardim de Infância, no segundo ano em que ela lá esteve, também a tem acompanhado neste crescimento.

Então, perguntei-me o que sentirão os professores/ educadores ao verem os seus meninos a crescer, a transformar-se, a tornarem-se adultos, a seguirem o seu caminho na vida?

Saudades? Orgulho? Satisfação? Uma espécie de sentimento de missão cumprida?

 

Alguns professores, acabam mesmo por, mais tarde, serem professores de filhos dos seus ex alunos. 

O que sentirá um professor ao dar aulas a uma segunda geração?  

Relatos da quarentena, de Gabe Brandão

Relatos da Quarentena

 

A quarentena forçada pela Covid 19, descrita por um jovem de 18 anos, residente no outro lado do Atlântico, num relato que mostra que, no fundo, apesar de estarmos em pontos diferentes, esta foi vivida, em muitos aspectos, da mesma forma, e gerando sentimentos muito semelhantes.

 

Acredito que a quarentena foi encarada, tal como acontece com algo que é novo e não nos importamos de experimentar, como uma situação que até poderia ser benéfica, uma pausa na correria do dia a dia, uma chamada de atenção para darmos mais importância à família, ao nosso corpo, ao descanso, aos pequenos momentos, e para valorizarmos mais aquilo que temos por, nesse período, muito nos ser vetado.

 

No caso deste jovem, e como terá, certamente, acontecido em muitas casas, a convivência obrigatória entre os vários membros da família, e algumas com membros extra que por ali montaram a tenda, com diferentes funções, a convivência, em vez de se tornar um momento de união familiar, transformou-se num caos, que viram ser arrastado no tempo.

As coisas mais pequenas ganham proporções gigantes. Os nervos vão-se acumulando, gera-se um outro tipo de stress, tudo aquilo que sentimos de menos bom é ampliado e, a qualquer momento, as pessoas podem explodir.

Veio ao de cima o melhor, e o pior das pessoas. A generosidade, mas também o egoísmo. O bom senso, mas também o falso moralismo.

 

Por outro lado, o facto de ficarmos isolados, enclausurados, limitados na convivência com os demais, e nos movimentos e momentos de lazer, que nos distraíam a mente e serviam de escape aos "monstros" que, volta e meia, nos assombram, fá-los ganhar mais força, e faz-nos ter que encará-los de novo, sem hipótese de fuga.

Assim, aquilo que no início até era bom, e fazia falta, porque o julgávamos temporário, acaba por se tornar indesejável, mau, saturante, quando prolongado por tempo indeterminado, sem fim à vista, e só queremos voltar à "normalidade".

Aquilo que víamos como entusiasmante, único, histórico, um transformar da ficção em realidade, como se estivéssemos dentro do filme e fossemos as personagens, torna-se um pesadelo do qual só queremos acordar o mais rapidamente possível, e esquecer que o tivémos.

Queremos a nossa vida de volta. As nossas rotinas.

Até a solidão, tantas vezes desejada quando no dia a dia nos vemos rodeados de gente, se torna difícil de suportar, e só queremos ver gente de novo.

Quando, antes, arranjávamos desculpas para ficar em casa, com a pandemia, passaram-se a arranjar desculpas para sair de casa.

Pessoas inactivas começaram a correr e caminhar. Os cães nunca foram tantas vezes passeados. Nunca precisámos de fazer tantas compras na vida!

 

Ainda assim, ficou tanto por viver.

Tantas pessoas por ver.

Tantos acontecimentos por experienciar.

Tantas despedidas por fazer.

 

Depois, pouco a pouco, começou o desconfinamento.

Vieram uma infinidade de regras, de regulamentos, de restrições, de limitações, mas que nos permitiam, aprendido o básico e tentando não esquecer ou confundir algumas delas, regressar a uma nova normalidade.

Reviram-se familiares, amigos, conhecidos.

Reabriram o comércio e os serviços.

Ainda que a medo, voltámos aos beijos e abraços.

Às celebrações contidas. Às reuniões antes evitadas.

Voltámos ao trabalho. Às idas ao restaurante. Ao cafezinho ou cerveja na esplanada.

As férias, e as viagens.

Reatámos relações em suspenso.

 

Havia esperança, e expectativas para o novo ano que em breve chegaria.

Mal sabia Gabe que, após escrever estes relatos, tudo se voltaria a repetir, em 2021.

Cada pessoa encarou esta realidade da pandemia de forma distinta.

"Relatos da quarentena" foi o resultado da vivência de Gabe Brandão, compilada em episódios que misturam ficção e realidade, sempre com uma pitada de humor.

 

Sinopse

A realidade e a ficção se confundem em 2020. Quem poderia imaginar que aquele ano seria tão caótico? Ninguém. Nunca a humanidade usou tanto álcool em gel, ficou tanto em casa e sofreu tanto de tédio quanto neste ano. O que passa na cabeça de um jovem confinado? Lembranças, frustrações, devaneios e opiniões. Gabe Brandão apresenta, entre vivências, opiniões e sarcasmos, tudo de forma bem humorada, o que a sociedade viveu naquele ano.

 

Autor: Gabe Brandão

Data de publicação: Dezembro de 2020

Número de páginas: 260

ISBN: 978-989-52-9081-9

Colecção: Palavras Soltas

Idioma: Português/BR

 

 

O que é que fiz na vida partindo da premissa "porque eu posso"?

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"Olhando para a pergunta, vêm-me à mente uma infinidade de coisas que fiz, ao longo da minha vida, e que serviriam de resposta a esta questão.

E isso leva-me a pensar como sou felizarda, por poder fazer aquilo que quero, que penso, que acredito, que tenho vontade, sem imposições ou entraves, sem receios ou limitações de liberdade.

Sou sortuda porque, a cada ano que passa, me consigo afirmar mais, tomar decisões sem medos.

Sou privilegiada porque posso escolher. Porque, ainda que não dê uso a esse poder, de poder fazer o que me apetece, já é um privilégio tê-lo.

Foi graças a esse privilégio que, por exemplo, criei o meu blog. O meu canal, para a escrita que não cabia mais nas gavetas, e precisava de outro espaço maior.

E, com o blog, vieram outros tantos desafios e experiências. Que aceitei, que agarrei, aos quais me dediquei com gosto. Vieram amizades, veio a solidariedade, veio a cumplicidade.

No fundo, num blog ou no mundo real, a vida é feita de acções, de atitudes, de gestos, de decisões, de riscos.

E eu estou cá para eles, sejam quais forem, e a que caminho levarem.

Porque eu posso, e quero, pôr-me à prova.

Porque eu posso, e quero, ser dona de mim própria e fazer aquilo que a minha consciência e vontade ditarem, sem estar condicionada por terceiros. Sem dar ouvidos ao que os outros pensam.

Porque eu posso, e quero, trilhar o meu próprio caminho!"

 

Texto escrito para o passatempo da Fátima!

Passem por lá e espreitem as restantes partipações.

 

 

 

 

Your Honor, na HBO

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O que faria um pai, ou uma mãe, para salvar o seu filho?

Acho que não haverá grandes dúvidas quanto a isso: tudo o que pudermos!

Independentemente das consequências. Acima de qualquer lei.

 

Será mesmo?

Ou seríamos daqueles que preferem sacrificar um filho, porque há que fazer as coisas bem?

Porque somos pessoas honestas e justas? E consideramos que, se erraram, devem pagar pelos seus erros?

 

"Your Honor" apresenta-nos um juiz, habituado a inocentar e condenar quem a ele se apresenta para ser julgado e que, no exercício da sua profissão, deve sempre ser isento, procurar a verdade e fazer justiça mas que, a determinado momento, se vê no dilema de continuar a agir como tal, ou quebrar todas as regras.

O seu filho atropelou mortalmente um outro rapaz. Foi um acidente. Ele não queria. Estava assustado, sem saber o que fazer, e fugiu. Contou ao pai, e este, deixando a sua veia de juiz falar, aconselhou-o a ir até à esquadra contar o que tinha acontecido. No fundo, fazer a coisa certa.

Até perceber que o rapaz atropelado é filho de um mafioso que não olhará a meios para atingir o seu fim, que é acabar com a vida, de quem acabou com a vida do seu filho.

E agora? O que deve Michael fazer?

Condenar o seu próprio filho à morte, fazendo o que está certo, ou salvar o seu filho, fazendo tudo o que não deve?

 

A escolha é fácil.

E Michael terá de viver com ela. Com uma morte na consciência. E com uns quantos outros crimes, originados pelo encobrimento do seu filho.

Até que ponto um juiz, que atira inocentes para dentro de uma prisão e os vê serem condenados por um crime que ele sabe bem quem cometeu terá, daí em diante, qualquer moral para julgar os outros?

 

Adam, o filho, estava assustado. 

Agora, parece ter dificuldade em lidar com a mentira. Com o facto de outros estarem a pagar pelo seu erro. E até em relação à atitude do pai, que age como se a mentira fosse a única verdade existente, e se recusa a falar do que aconteceu, reforçando a mentira o tempo todo.

Parece que, a qualquer momento, Adam poderá arrepender-se, e confessar. Já o fez, com a professora. Que, na verdade, é mais do que isso. Mas é mais uma verdade que deve ser escondida. E Adam já começa a ficar cansado de viver uma mentira.

 

 

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Seja como for, Kofi é condenado pela morte do tal rapaz, e acaba por morrer na prisão, quando estava prestes a sair, depois de Michael ter conseguido que uma sua estagiária aceitasse a sua defesa, e conseguisse a libertação.

Agora, já são duas mortes na consciência.

E passamos a ver o juiz como alguém que, apesar das circunstâncias, não é assim tão diferente de outros criminosos que condena no dia a dia. Que não é assim tão isento. Que pode, também ele, corromper. Pedir e fazer favores.

 

Mas tudo parece ficar resolvido por ali, para satisfação de todos, e não se percebe o que vai acontecer na metade que ainda falta da série.

Começamos a desanimar, a perder o interesse, e a considerar que não vale a pena continuar a ver.

No entanto, quando o assunto parecia morto e enterrado, depressa algo nos fará mudar de ideias

 

Alguém sabe a verdade. 

E faz questão de o dar a conhecer a Michael.

Nada ficou por ali.

E toda a sua família corre perigo.

 

Como fará agora o juiz, para continuar a proteger o seu filho, e a proteger-se, quando o cerco começa a apertar, e a verdade a vir à tona?

Conseguirá ele evitar aquilo que mais temia? Ou terá tudo sido em vão? 

O destino até pode ter sido adiado. Mas poderá ser travado?

 

 

 

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