Das guerras...
A guerra é o meio usado, pelos mais fracos, para mostrar uma força e poder que, talvez, não tenham, à custa do sacrifício de vidas inocentes...
A guerra é o meio usado quando o diálogo não resulta, ou nem sequer é tentado.
A guerra...
Motivo de orgulho para alguns. De vergonha, para outros...
A guerra...
A mesma que gera uma valentia desmedida. E um medo incomensurável...
A guerra...
Que tantos fazem questão de lembrar. E tantos outros, de esquecer.
A guerra...
Aquela que, os que a iniciam, nunca nela entram.
Mas que sempre têm quem, por ela, queira lutar. Por idealismo. Por patriotismo. Ou por egoísmo...
E, depois, há os que nem sequer sabem porque estão a lutar. A travar batalhas que não são deles. E não fazem ideia de porque têm que se chegar à frente, sem poder escolher se o queriam ou não.
A guerra...
Aquela em que quase todos perdem. E poucos, ou nenhuns, ganham verdadeiramente.
Aquela que tira tudo, a quase todos. E pouco, ou nada, dá, em troca.
A guerra...
Aquela em que, até mesmo os que não estão na frente de batalha, são atingidos pelos estilhaços, e sofrem as consequências.
Aqueles que sobrevivem trazem as marcas. As sequelas.
Aqueles que voltam, carregam as memórias. Das mortes... Do sangue... Das atrocidades cometidas...
Os que por lá ficaram, perderam-se, para sempre, numa guerra inútil que, afinal, nunca terá fim. Eles foram apenas os primeiros, de muitos que por lá ficarão.
Por cá, as famílias choram pelos filhos, maridos, irmãos, pais, que já não voltam...
Quase todos choram pelos que, indirectamente, por cá se perderam também. Pela fome, pelas doenças, pela violência, pelo pouco que sobra daquilo que lhes foi tirado.
E, enquanto estes choram, os tais, esses que decidem quando começa e acaba a guerra, riem, nas suas casas, com as suas famílias, como se nada tivesse acontecido.
Porque se sairem vencedores, são eles os que mais ganham. E, se saírem derrotados, os que menos perdem...