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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

53S76O – Draco Cola, A Cauda do Dragão, de Douglas Portelinha

53S76O – Draco Cola, A Cauda do Dragão

 

Um determinado território é pertença do povo que nele vive ou daquele que, intencional ou inesperadamente, o descobre?

E o que significa, exactamente, descobrir um território?

Ser o primeiro a saber da sua existência, para além dos que lá vivem? Quem lhes garante que foram os primeiros? Que não houve outros antes? E em que medida é que, o facto de os terem descoberto, lhes confere qualquer poder que seja sobre eles?

 

Ao longo de toda a História, e ainda hoje, assistimos a lutas entre povos, por territórios que reivindicam como seus, como se os tivessem adquirido, ou ganhado autoridade sobre eles, quando, na verdade, deles se apoderaram com recurso às armas, à força, à subjugação, ao poder superior que possuem, e que os leva a crer que podem dominar quem lá vive, sempre viveu e que teria, por lógica, direito à sua posse.

Depois, para além desta apropriação das terras de um povo, por outro povo, ainda existem as guerras entre reinos ou países em expansão, que reclamam ter sido os primeiros a descobri-las.

E, assim, assistimos a uma outra luta pelo poder, pela supremacia, pela conquista e manutenção de territórios de que, nem uns, nem outros, são donos, mas que querem, à força, governar e garantir para si.

Sobretudo, se esses territórios gerarem riqueza e lucro, e se traduzirem em pontos, favoravelmente localizados, para as suas rotas comerciais. Se trouxerem vantagens. Se ajudarem esses países ou reinos, a afirmar e solidificar a sua hegemonia. manter as suas rotas comerciais.

 

Foi o que aconteceu, por exemplo, entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela, quando assinaram o Tratado de Tordesilhas, dividindo as terras “descobertas e por descobrir” por ambos, fora da Europa. Como se o mundo lhes pertencesse, apenas a eles, e por direito, a partir do momento em que assim o decidem. 

 

“53S76O: Draco Cola, A Cauda do Dragão”, aborda este mesmo Tratado, bem como as viagens que eram empreendidas na busca de novas rotas, novos territórios, quem sabe novas fronteiras.

Recuamos no tempo, em que as novas tecnologias "conhecem" os seus antecessores: os mapas, as cartas de marear, os instrumentos de navegação e orientação de antigamente.

Recuamos à expedição que levou a Armada de Vasco da Gama (a primeira armada da Índia portuguesa), formada pelas naus São Gabriel, São Rafael, Bérrio e São Miguel, na primeira viagem marítima à Índia.

E à Armada de Pedro Álvares Cabral (a segunda armada da Índia portuguesa), que partiu de Lisboa no ano 1500, onde seguia, na nau de Pêro de Ataíde, a personagem Miguel, o capitão que, até então, tinha andado a espiar para a Coroa Portuguesa e que, depois do naufrágio, se tornou prisioneiro dos castelhanos.

No entanto, acabou por ser de grande valia nessa viagem e, ao regressar a Castela, conseguiu fugir, sendo ajudado, justamente, pelo cosmógrafo que tinha andado a espiar e a seguir os passos.

 

Dessa expedição, resultaram importantes e valiosas informações e conhecimentos.

E esta história, de Douglas Portelinha, faz-nos relembrar a História que é, também, a nossa, a dos nossos navegadores e das suas descobertas, como o caminho marítimo para a Índia, ou o Brasil, com um toque de mistério, sabotagem, crime e espionagem à mistura.

 

Penso que é um bom livro para aqueles que têm mais renitência a factos históricos, como habitualmente lhes são apresentados, e que cativa os leitores.

 

 

Sinopse

"Uma embaixatriz que comanda uma agência de espionagem, um cartografo e navegador que trocou seu nome e assumiu uma nova nacionalidade por razões não muito clara, um cavaleiro templário com a missão de conseguir mais conhecimento e informações para transformar uma pequena nação em um Império Naval.

Esta aventura se passa em uma época de acontecimentos extraordinários, descobertas fantásticas, avanços tecnológicos e transformação das artes, como se fosse nos dias de hoje.

As pessoas também usavam a tecnologias de ponta que se tinham na época. Em vez de GPS, astrolábio e bússola, em vez de grandes navios de contêineres cruzando os mares, caravelas e naus.

Um alquimista surpreende seus convidados soltando um mecanismo autônomo fantástico em forma de mosquito que voa e sempre volta na palma de sua mão.

A história antecipa invenções que em pouco tempo apareceriam como relógios, lápis e telescópio e também mostra no lugar de nobres e fidalgos com roupas espalhafatosas, nobres de ternos como se fossem executivos."

 

 

Autor: Douglas Portelinha

Data de publicação: Janeiro de 2021

Número de páginas: 340

ISBN: 978-989-52-8393-4

Colecção: Viagens na Ficção

Idioma: Português/BR

 

 

Voltar à cor natural ao fim de 17 anos

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Sempre tive cabelos em tons de cantanho escuro.

Ou quase, se excluir os primeiros meses de vida em que era uma espécie de cor de caramelo.

E assim foi, até a minha filha nascer.

Esta deve ser das últimas fotos em que o meu cabelo ainda tinha a sua cor original. Aos 25 anos.

 

Depois, comecei a pintá-lo.

De acobreado. Também chamado de loiro escuro.

Que, por vezes, se transformava num loiro quase normal, ou em ruivo.

Ou numa mistura de castanho escuro, loiro, ruivo e branco, ultimamente, por conta do confinamento.

Mas, quando ainda tem cor, gosto de como fica quando o sol lhe bate. 

Gosto de me ver.

E já estava habituada.

 

No último fim de semana, fui pintá-lo. Estava a precisar.

Fui ao mesmo local onde costumava ir e, apesar de ter ficado sem a minha cabeleireira, ela deixou lá as fichas das clientes, por isso, estava descansada.

Quando me vi no espelho, depois de aplicada a tinta, estranhei aquele tom escuro, mas poderia ser efeito do produto., por ser de marca diferente.

Depois, achei que era por estar lá dentro, e quando chegasse à rua, já se notava mais.

Mas não. 

 

 

A verdade é que, sem eu estar à espera, voltei à minha cor natural. 

Castanho escuro.

E não sei se ainda me gosto de ver com ela.

Estranho muito não ter mais aqueles reflexos vermelhos e dourados.

Não sei se a cabeleireira achou que esta cor iria durar mais, se quis que ele ficasse uniformizado de acordo com o tom natural e as próprias sobrancelhas, ou se foi do reforço de tinta, por estar mesmo muito carecido dela.

Ele está bonito, bem pintado, e gostei muito do atendimento.

Mas...

 

Acho que, da próxima vez, vou pedir para mudar a cor!

E voltar ao meu acobreado dos últimos anos!

 

 

 

 

Dia Mundial da Criança

(o futuro das crianças ou as crianças do futuro)

São todos os dias, mas este é especial!!! “Dia Mundial da Criança” | A  Planície

“Todos nós temos uma criança dentro de nós”, dizem.

Acredito que sim.

Que tenhamos um pouco daquela criança que um dia fomos, e que venha ao de cima de vez em quando.

Quando queremos brincar, descomprimir, rir.

Quando sonhamos acordados, ainda que os nossos sonhos pareçam impossíveis ou mirabolantes.

Quando estamos perto das verdadeiras crianças, sejam elas filhos, sobrinhos, conhecidos ou, simplesmente, estranhos que nos aparecem pela frente.

Ou, por exemplo, quando fazemos birra, tal como quando éramos pequenos.

Dizem que são os melhores anos. Aqueles que deixam mais saudades. Aqueles em que as obrigações ficam para os adultos.

 

Há quem nunca deixe de ser criança. Quem não cresça. Quem não evolua. Quem não saiba ser adulto. Quem viva numa eterna infância.

E, depois, há crianças a quem não foi permitido sê-lo. Que, há muito, foram obrigadas a crescer e tornar-se adultas.

 

Dizem que as crianças são inocentes. Puras. Que não sabem mentir.

E, no entanto, vemos tantas crianças maldosas. Que já vêm com a manha toda, sem sabermos onde a aprenderam.

Vemos tantas crianças que já viram tanto. Que já passaram por tanto. Que já sofreram tanto, e que ficam marcadas para sempre.

 

Dizem que uma criança feliz será um adulto feliz.

Ou que uma criança problemática será um adulto problemático.

Não me parece.

A nossa infância marca-nos, de uma forma ou de outra, mas não nos define, daí em diante.

Tanto podemos ser uma cópia fiel, ou aproximada, em versão adulta, daquela que fomos em criança, como alguém totalmente diferente, para melhor ou para pior.

 

Dizem que as crianças são o futuro. E que nelas está depositada a esperança de um mundo melhor, o futuro da humanidade.

As crianças de agora, serão os adultos de amanhã.

Tal como nós, adultos de agora, fomos as crianças do passado.

Cada um com o seu contributo. Cada um com a sua missão.

Juntos, ou separados.

 

Hoje é o Dia Mundial da Criança!

Das que o são, e dos que as guardam dentro de si.

Das que o podem ser. E das que deixaram de ser.

Das que têm a sorte de o poder ser. E das que tiveram a pouca sorte de ser obrigadas a crescer.

Das que ainda vivem. E das que já partiram.

De todas!

 

 

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