Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Devemos proteger os jovens da realidade, ou deixá-los ver e lidar com ela?

transferir.jpg

 

Dizia-me, no outro dia, alguém que, por vezes, quando as famílias iam visitar os idosos nos lares, ou instituições, acabavam por permitir que os mais novos (netos/ bisnetos) não entrassem, porque eram novos, e não tinham que ver "aquilo". 

Há também uma grande tendência, no que respeita ao falecimento de familiares, para deixar os jovens em casa, ou com alguém que possa ficar com eles algumas horas, enquanto decorre o velório e funeral, porque poderia ser demais para eles, e não estarão preparados para tal.

Outras vezes, fugimos de certos temas, e pintamos uma realidade alternativa, para mascarar aquela que existe, como a dos sem abrigo, da violência, das guerras, das fomes, da miséria.

São jovens. Têm mais em que pensar. Não precisam de lidar com a dura realidade. 

Pois...

 

Não digo que, de forma totalmente oposta, desatemos a esfregar-lhes na cara a realidade.

Que os obriguemos, de repente, a ir para as ruas, ou para onde se passam as diversas problemáticas sociais, ou cenários menos coloridos, para que saibam como a vida é.

Que os forcemos a algo para o qual não estão preparados. Por vezes, nem nós estamos preparados.

Mas também não nos caberá, somente a nós, decidir isso.

Seeia bom ouvir os jovens. Saber qual é a sua vontade. O seu desejo. Se se sentem confortáveis.

Ou não, mas ainda assim querem ver e lidar com a realidade.

 

Se calhar, mesmo sem querer, somos nós que, muitas vezes, temos mais dificuldades em encará-la, e projectamos as mesmas nos jovens.

No entanto, eles não têm que ser iguais a nós.

E, se é verdade que não há necessidade de expô-los a tudo, de um momento para o outro, também há limites para a excessiva protecção que lhes queremos dar, alienando-os da realidade que, mais cedo ou mais tarde, lhes surgirá à frente, de uma forma ou de outra.