Reflexão ao livro "Terra Azul", de Célia Fernandes
A Célia celebrou o aniversário do seu blog, mas fomos nós, leitores, os presenteados com o seu livro "Terra Azul", uma chamada de atenção para a importância de preservarmos o que de melhor, mais bonito e fundamental à vida, temos no nosso planeta.
"Terra Azul", no entanto, não se refere, unicamente, à Terra, conhecida como "o planeta azul".
Pode ser uma aldeia, uma vila, uma ilha, um refúgio natural que, ainda que habitado por humanos, continua a ser respeitado ou preservado. O que é cada vez mais raro no mundo em que vivemos, porque o ser humano é egoísta ao ponto de só se preocupar consigo, de usar e abusar dos recursos que foram colocados à sua disposição, e de pensar que tudo estará sempre ali, dado de mão beijada pela natureza, sem consequências, causadas pelas alterações que o mesmo, constantemente, provoca.
O ser humano ainda não percebeu, por exemplo, que, sem "verde", não há alimento para os animais. Nem para si. E se os animais morrem, ainda menos alimento há para si. Que, sem "verde" não há oxigénio. E, sem oxigénio, o ser humano morre.
Ainda não percebeu que, sem "azul", não há água. Não há sol. Não há vida. E ele morre.
Por isso é tão importante preservar os recursos que temos e que, ao contrário do que possamos acreditar, não são inesgotáveis.
Por outro lado, "Terra Azul" pode simbolizar um conjunto de valores, tradições, crenças e atitudes, que ainda se vão mantendo e que, por serem tão raros, se escondem e isolam, para que não sejam perdidos também.
Para quem lá vive, é a única forma de o evitar.
A não ser que consigam encontrar outros seres, e outras "terras" igualmente "puras", que lhes devolvam a esperança de poderem juntar-se, e transformar um mundo em decadência, a caminhar para a morte, num mundo renovado, que devolva a vida!
Mostrando que, por vezes, a união faz a força.
Relativamente à história, Sara vive na Terra da Esperança, onde os seus habitantes são gente boa, amiga e que se ajuda mutuamente, respeitando a natureza.
Já Fernando, vive na Terra Azul, um paraíso escondido de todos, onde só entra quem tiver pureza no coração e, por norma, quem entra não poderá sair.
O nascimento de Sara pareceu trazer alguma mensagem especial, que só iremos perceber quando ela for adulta, e partir à aventura, para devolver à sua terra a vida de antigamente.
Será assim que, juntos, Sara e Fernando irão fazer algo inesperado, unindo duas terras, e dois povos, numa única comunidade, com os mesmos valores e princípios, renovando a esperança.
Quem diria que, de uma história tão simples, e tão pequena, se poderia retirar tanto!
Muito obrigada, Célia, por me (nos) teres proprocionado esta leitura.