Desafio de Escrita do Triptofano #4
A Bela e o Jogador
Jogador: Surpreendida?
Bela: Deveras.
Jogador: Queria passar algum tempo contigo. E uma partida de xadrez pareceu-me um bom desafio.
Bela: Para ti? Ou para mim?
Jogador: Para ambos.
Bela: Vamos, então, elevar a fasquia ao desafio. Se tu venceres, continuarei tua prisioneira. Se eu te vencer, libertas-me para sempre!
Jogador: Mas tu já és livre! Não te tenho acorrentada. Tão pouco, amordaçada. Dou-te tudo o que queres. Faço tudo o que me pedes.
Bela: Então, não terás qualquer problema em aceitar o desafio.
Jogador: Certo. Assim seja. Mas sabes que tudo o que faço é para te proteger. Há por aí muita gente que não te quer bem.
Bela: E julgas que eu não me sei defender sozinha e, por isso, preciso de ti?
Jogador: Eu sei que até te podias defender. Mas eu amo-te. E que ama cuida.
Bela: Claro! Como quem cuida de uma flor muito sensível que, à mínima intempérie, se pode quebrar!
Jogador: Eu não te considero frágil, mas com a minha força, aliada à tua, somos mais fortes.
Bela: Pois... Se tu dizes...
Jogador: Acredita. Já tenho muita experiência. Sei do que falo.
Bela: E no xadrez, também és assim tão experiente?
Jogador: Não me quero gabar, mas costumo sair vencedor.
Bela: A sério?! A mim, parece-me que talvez tenhas esquecido algumas regras fundamentais.
Jogador: De que regras falas?
Bela: A primeira, é nunca misturar jogo com amor! Tira-te o discernimento.
Jogador: Achas?
Bela: Tenho a certeza! A segunda regra é perceber que a paciência é uma virtude, e pode ser a tua melhor aliada. Sobretudo, no xadrez. Se a perdes, perdes-te. E tu, acabas de perder. Xeque-mate!
Texto escrito para o Desafio de Escrita do Triptofano
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