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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Desafio de Escrita do Triptofano #6

A última actuação

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Aqui estou eu.

A pisar este palco uma última vez.

A deixar, para trás, a máscara que tenho vindo a usar.

 

Tantas vezes, nos últimos tempos, desejei não voltar a este palco.

Sentia cansaço. Já não me dava prazer. Já não me sentia feliz.

Sentia que já não tinha nada a mostrar. Nada a acrescentar.

Sentia que o meu papel já não fazia sentido. Que o guião, que me havia sido destinado, estava esgotado.

 

Tantas vezes, nos últimos tempos, desejei ter saído no lugar da minha parceira. Talvez ela fizesse mais falta. 

Mas, dia após dia, ia subindo novamente. Porque não estava nas minhas mãos deixar de o fazer.

Por isso, fui aguentando. Uns dias melhor. Outros, pior.

 

Só que, agora, não há volta a dar.

E agora, que sei que os meus dias neste palco estão prestes a terminar, não queria que eles acabassem.

É contraditório, eu sei.

Não é receio do que me possa esperar fora do palco.

É mais tristeza, pelo, e pelos, que deixo cá. Por saber que deixei aqui tudo de mim, e não voltarei mais.

 

Eles não sabem que eu sei. Mas sei...

Eles sabem, e eu também sei que, a qualquer momento, me despeço deles, e deste palco que foi a minha casa nos últimos anos.

Desempenhei o meu papel o melhor que pude.

Vivi a personagem, que me foi destinada, o melhor que consegui.

Agora, é hora de pisar outros palcos. De desempenhar outros papéis. De viver outras personagens.

Ou, simplesmente, parar...

 

Aqui estou eu.

A pisar este palco uma última vez.

Chegou a minha hora.

É a última vez que tenho o holofote sobre mim. Mas a luz, essa, irá guiar-me no caminho que me espera. 

 

E, assim, hoje, despeço-me de todos.

Daqueles com quem contracenei. Do público que me acompanhou.

Deste palco que é a vida...

Até um dia...

 

 

Texto escrito para o Desafio de Escrita do Triptofano

 

Também participam:

Ana D.

Cristina Aveiro

Maria Araújo

Triptofano

Maria

Ana de Deus

Bruno

 

 

 

 

 

 

 

 

Fases...

(Por onde anda a disposição e vontade?)

Pré-visualização da imagem

 

A vida é feita de fases.

E eu, estou numa daquelas fases em que não me apetece fazer nada.

 

Se tempos houve em que queria ler e não tinha livros, agora, tenho livros mas ainda não passei do início de um deles.

A televisão também passou dias desligada. Entre sentar-me no sofá a ver algum filme, ou série, e ir para a cama dormir, a segunda opção tem vencido.

 

Escrever no blog? Eu queria. Mas sobre quê?

Não há nada que faça aquele "click". Por isso, não escrevo.

Nem a palhaça Martita tem aparecido para animar.

 

Fotografias? Também não tenho tirado. Apercebi-me hoje, ao ver as memórias de há um ano, que nem me apercebi se, este ano, as árvores já começaram a florir ou não.

O Carnaval passou-se e, praticamente, nem dei por ele. Não que goste dessa época. Mas ainda assim...

 

A guerra?

Sim, vou estando a par das notícias. Claro que lamento, e me entristece. Mas há vida para além da guerra. E já me chateia que as pessoas sofram por antecipação, que passem o tempo todo a falar disso, que comecem a entrar em paranoia, sem necessidade.

 

Tarefas em lista de espera?

Eu sei que, se começar, vou até ao fim. Mas, e começar?!

Pois... 

 

Enfim, resta-me o sol que tem aparecido diariamente.

Mas, até esse, parece que vai dar lugar à chuva.

 

É caso para dizer "melhores fases virão"!

 

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