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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Desafio de Escrita do Triptofano #12

Os arqui-inimigos

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Ao se deparar com o novo membro da família, o gato Papoilo faz um escândalo!

Gato Papoilo: - Estrunfina! Está um monstro na nossa sala! Está a olhar para mim com um olhar assassino!

Estrunfina: - Não é um monstro, Papoilo! É um peixe. Não me digas que estás com medo dele? Um gatão desse tamanho, com medo de um peixinho?!

Gato Papoilo: Prometes que ele vai ficar sempre ali dentro?

Estrunfina: Claro! É um peixe. Tem que estar dentro do aquário. 

Gato Papoilo: Que vida triste... Anos e anos aí dentro. Não sei o que vocês veem nestes peixes. Não falam. Nem sequer dá para brincar com eles.

Estrunfina: Mas podes brincar com ele!

Gato Papoilo: A sério?! Boa! Posso atirar o aquário ao chão para fazer de bola, e correr atrás dele!

Estrunfina: Papoilo! Estás doido? Se atirares o aquário ao chão, ele parte-se, a água entorna e o peixe morre.

Gato Papoilo: Ora bolas. Isso não. Não quero molhar-me. E ainda espetava algum vidro na minha pata.

Estrunfina: Vais ver que ainda vão ser grandes amigos.

Gato Papoilo: Olha, se somos amigos, posso dar-lhe um abraço, certo? 

Estrunfina: Hum... e como é que vais fazer isso? Acabaste de dizer que não te querias molhar!

Gato Papoilo: Podias tirá-lo só uns segundos, e depois voltavas a pô-lo lá.

Estrunfina: Não pode ser, Papoilo. Já te disse que se o tirar da água, ele morre. E não queremos isso, pois não?

Gato Papoilo (falando entre dentes): Fala por ti, que eu cá não faço questão que ele viva. 

 

Ao fim de alguns minutos, Estrunfina vê Papoilo fazendo gestos estranhos em frente ao aquário.

Estrunfina: O que estás a fazer?

Gato Papoilo: Estou a tentar adivinhar o futuro. 

Estrunfina: Ai sim?! Não me digas que o aquário virou bola de cristal?!

Gato Papoilo: Não acreditas?! Ora escuta: vejo aqui um futuro muito auspicioso para o Boleta.

Estrunfina: A sério?! E mais?

Gato Papoilo: Hum... parece que ele vai viver uma grande aventura, fazer uma viagem inesquecível e estreitar laços com os seus familiares mais chegados.

Estrunfina: E sobre mim, consegues ver alguma coisa?

Gato Papoilo (fazendo mais uns gestos, e uns sons): A bola mostra que vem aí um período mais conturbado, mas depois da tempestade, tudo voltará ao normal.

Estrunfina: Isso é que é pior. Então e tu?

Gato Papoilo: Eu? Ora bem... Parece que vou ter um presente especial nesta Páscoa!

 

E dizendo isto, Papoilo, que já tinha percebido qual a melhor forma de eliminar o seu inimigo, atirou o aquário ao chão, achando que valia a pena arriscar uma molha em troca do petisco, pegou no peixe com a boca e fugiu para debaixo da cama de Estrunfina, saboreando o Boleta, enquanto Estrunfina ralhava com ele e varria os cacos, recriminando-o por tal atitude para com o peixe.

 

Horas mais tarde, Papoilo tentando seduzir Estrunfina com turrinhas, e mostrando-se muito arrependido, para que esta o perdoe...

Gato Papoilo: É que ele estava tão bonito, tão gordinho, era impossível resistir!

Estrunfina: Ah, Papoilo! Tu não tens emenda!

Gato Papoilo: Se quiseres, eu posso compensar-te. Amanhã mesmo trago-te um rato. Ou um pássaro!

Estrunfina (fazendo cara de nojo): Credo, Papoilo. Não é preciso. Vá, esquece lá isso.

Gato Papoilo: Então, e estás a pensar trazer mais algum membro para a família brevemente?

 

 

Texto escrito para o Desafio de Escrita do Triptofano

 

Também participam:

Ana D.

Maria Araújo

Bruno

 

 

 

"O desaparecimento de Stephanie Mailer", de Joël Dicker

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Em 1994 ocorreu, em Orphea, nos Hamptons, um quádruplo homicídio.

O alvo seria o perfeito, e a sua família. Meghan teria sido um dano colateral.

Um homem foi acusado do crime, e a vida seguiu em frente para todos.

Vinte anos mais tarde, a jornalista aborda um dos policiais responsáveis pelo caso afirmando que, apesar da sua carreira impecável, ele deixou escapar o verdadeiro culpado daquele homicídio, porque só viu aquilo que "quis ver".

E é assim que, contra a vontade de muitos, Jesse, Derek e Anna voltam a desenterrar o caso, e a ressuscitar fantasmas do passado.

 

Na noite após ter conversado com Jesse dando a entender que o verdadeiro assassino estava à solta, Stephanie Mailer desaparece.

Mas esse desaparecimento é apenas o início. O ponto de partida para desvendar a verdade. E, nesse caminho, muitos segredos serão revelados, e mais algumas pessoas, directa ou indirectamente envolvidas, eliminadas.

Há pessoas que procuram respostas às dúvidas que as consomem há 20 anos. Que procuram justiça. 

E há outras, como o assassino, que farão de tudo para que nada seja descoberto.

 

Confesso que, apesar do início cativante, a determinado momento, com tantas personagens novas a entrar na história, sem qualquer ligação aparente entre elas, e sem ligação aparente à trama principal, houve um momento em que pensei ficar por ali na leitura.

Felizmente, não fiquei.

Continuo a achar que houve ali partes desnecessárias, e personagens a mais, das quais se poderia prescindir, sem afectar a história.

Mas valeu a pena chegar ao fim.

 

Este livro mistura drama, comédia, suspense, crime e um pouco da realidade de cada um de nós.

E prova, tal como Stephanie disse, que muitas vezes a verdade está mesmo ali à nossa frente, mas só vemos aquilo que queremos ver.

Porque a pessoa que eles procuravam, esteve sempre ali!

 

Quem era, afinal, o verdadeiro alvo a abater? E porquê?

E quem será o assassino, que continua a fazer vítimas?

Estas são as perguntas para as quais o tempo se está a esgotar, e a que a equipa agora responsável pela reabertura do caso terá que responder.