A flor
Era uma vez uma flor, com lindas pétalas amarelas.
Nos dias de sol, era vê-la aberta, a receber o calor, a energia, a viver e fazer as delícias de quem por ela passava, e a via por ali em todo o seu explendor.
Já nos dias em que o sol se escondia atrás das nuvens, também ela se mantinha fechada, protegida, para que nada lhe acontecesse.
Havia uma menina que, todos os dias, quando por ali passava, olhava para a flor, ora aberta, ora fechada, como se já fosse um gesto rotineiro, e familiar.
E foi assim que começou a reparar que, ao contrário do habitual, nos últimos dias, a flor continuava fechada, sem dar sinal de vida.
A menina estranhou, e decidiu aproximar-se mais da flor.
Foi então que percebeu que a flor não podia mais abrir, porque tinha perdido todas as pétalas. Tinha perdido parte de si.
A flor contou-lhe, então, desolada, que num dia em que estava sol, ela tinha aberto, como era habitual, mas não percebeu que um vento forte se estava a aproximar e, quando ele passou por ela, com tal força e velocidade, arrancou-lhe pétala por pétala, sem lhe dar tempo para se resguardar.
Tinha "baixado a guarda", confiado, e fora traída.
Agora, era uma flor incompleta, sem graça, murcha, sem vontade de viver.
Nunca mais seria a mesma.
A menina, querendo animá-la, disse-lhe que agora, ela seria diferente, mas não menos bonita.
Simplesmente, agora tinha-se transformado numa flor apétala.
Mas muito mais forte. Uma sobrevivente.
E garantiu-lhe que ia continuar a passar por ali, e admirá-la ainda mais!