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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Cascata de Boição e Cascata da Contradinha

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A primeira, fica em Bucelas.

Tem a informação de "cascata de meses chuvosos" o que, tendo em conta a pouca chuva dos últimos meses, já fazia adivinhar que não haveria água na mesma.

Enquanto um grupo, numa espécie de visita guiada, ouvia as explicações sobre a cascata e as rochas, nós fomos explorar o trilho.

 

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Seguimos depois para a segunda, que fica em S. Tiago dos Velhos.

Esta, já com água, embora em pouca quantidade.

Perto da mesma, um charco cheio de rãs, que faziam uma chinfrineira doida mas, espertas, calaram-se quando nos aproximámos. 

 

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"Memorial do Convento", de José Saramago

 

Foi preciso chegar aos 43 anos, para ler o tão falado, e famoso, "Memorial do Convento", de José Saramago.

Acredito que para cada livro, há um tempo, uma idade, uma maturidade para o ler, e melhor o compreender.

E, se assim não for, muito se perde da mensagem, e da ideia, que nele estão contidas. 

Muito passará ao lado, e pouco se entenderá, de tudo o que vier lá escrito.

Por isso, acho que este era o tempo certo para ler esta obra, que descreve a vila onde vivo, e os locais por onde passo diariamente, hoje bem diferentes daquela época mas, ainda assim, reconhecíveis pelo nome.

 

A história, já a conhecia: D. João V, casado com D. Maria Ana, promete mandar construir um convento em Mafra, se conseguir o tão desejado herdeiro, que tarda em chegar.

A par com esta promessa, a construção da passarola, pelo padre Bartolomeu Lourenço.

E a junção de personagens marcantes, como Baltasar Sete-Sóis, Blimunda Sete-Luas e Domenico Scarlatti.

 

Passada na época da Inquisição, da censura e dos autos de fé, esta obra, escrita quase de forma corrida, sem grande preocupação com a pontuação, está carregada de ironia e sarcasmo.

É uma crítica à justiça, à Igreja, à corrupção, à religião, e às crenças.

"Dizem que o reino anda mal governado, que nele está de menos a justiça, e não reparam que ela está como deve estar, com sua venda nos olhos, sua balança e sua espada...

...havendo que faltar à lei, mais vale apunhalar a mulher, por suspeita de infidelidade, que não honrar os fiéis defuntos, a
questão é ter padrinhos que desculpem o homicídio e mil cruzados para pôr na balança, nem é para outra coisa que a justiça a leva na mão. Castiguem-se lá os negros e os vilões para que não se perca o valor do exemplo, mas honre-se a gente de bem e de bens, não lheexigindo que pague as dívidas contraídas, que renuncie à vingança, que emende o ódio, e, correndo os pleitos, por não se poderem evitar de todo, venham a rabulice, a trapaça, a apelação, a praxe, os ambages, para que vença tarde quem por justa justiça deveria vencer cedo, para que tarde perca quem deveria perder logo. É que, entretanto, vão-se mungindo as tetas do bom leite que é o dinheiro, requeijão precioso, supremo queijo, manjar de
meirinho e solicitador, de advogado e inquiridor, de testemunha e julgador..."
 
 
 
É uma crítica aos governantes, aos que têm poder, aos que enganam o povo e o fazem acreditar que tudo é pelo seu bem.
 
"...e assim o preço, que ia baixar, não baixa, se for preciso deita-se fogo a um celeiro ou dois, mandando em seguida apregoar a falta que o trigo ardido já está fazendo, quando julgávamos que havia tanto e de sobra. São mistérios mercantis que os de fora ensinam e os de dentro vão aprendendo..."
 
 
 

É uma crítica aos que pensam que tudo o que vem de fora é sempre melhor, tem mais valor e qualidade do que o que é feito em Portugal.

 "...se desta pobre terra de analfabetos, de rústicos, de toscos artífices não se podem esperar supremas artes e ofícios, encomendem-se à Europa. De Portugal não se requeira mais que pedra, tijolo e lenha para queimar, e homens para a força bruta, ciência pouca. "

 

 
Tendo em conta tudo o que tinha ouvido falar sobre o livro, até fiquei surpreendida pela positiva.
Claro que toda aquela descrição das obras da construção do Convento são secantes, não entusiasmam e nos fazem passar à frente, ou ler na diagonal, mas tem vários capítulos que nos fazem querer saber mais sobre o que vai acontecer, e como se vai desenrolar aquela história.
É o caso da construção da passarola. Ou da árdua recolha das vontades em Lisboa, quando a cidade foi acometida por uma epidemia de varíola.
As consequências da guerra na vida daqueles que de lá voltam, com as marcas no corpo e na mente.
Ou os poderes da Blimunda.
 
Qual será o destino reservado a todas aquelas personagens?
Voará, de facto, a passarola?
Poderá, D. João V, ver a sua obra edificada, antes de morrer?
 
 
 
É um livro que, não sendo daqueles que elegemos como favorito, vale a pena ler!

E com citações que ainda hoje fazem todo o sentido, e se mantêm actuais:

 

"...ainda ontem se derrubavam muralhas e hoje se desmoronam cidades, ainda ontem se exterminavam países e hoje se

rebentam mundos, ainda ontem morrer um era uma tragédia e hoje é banalidade evaporar se um milhão..."
 
 
"...que é nascer, Nascer é morrer..."
 
 
"...a morte vem antes da vida, morreu quem fomos, nasce quem somos, por isso é que não morremos de vez..."
 
 
"...o bem não dura muito, não demos por ele quando veio, não o vimos quando esteve, damos-lhe pela falta quando partiu..."
 
 

 

"Uma Combinação Perfeita", na Netflix

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Ontem vi este filme na Netflix.

Uma comédia romântica que tem, como pano de fundo, as paisagens australianas.

Decididamente, eu não seria a melhor pessoa para viver na Austrália, já que sou incompatível com toda aquela bicharada que eles lá têm e que, para quem lá vive, já é habitual, como tarântulas, cobras, e afins.

 

Por falar em cobras, há umas que são mesmo humanas e que, aqui, se disfarçam de chefe, e de amiga, que de amiga não tem muito, porque é a primeira a dar uma facada, quando ela própria está em apuros, para ficar bem vista.

Continuando numa de animais, também há os cães que ladram muito, mas não mordem, e são inofensivos.

É o caso de Hazel, com quem Lola vai tentar fazer uma parceria, apesar de parecer impossível. E das suas novas colegas de trabalho, que lhe dificultam a vida nos primeiros dias, mas até são boa gente, e acabam por aceitá-la e integrá-la.

 

Quem fica esponsável por lhe explicar o trabalho é Max que, no início, não se percebe bem que relação tem com Hazel, mas acaba por se apaixonar por Lola.

É caso para dizer que os opostos se atraem, já que Lola é uma mulher que arrisca tudo, sem medo, e Max é um homem que prefere jogar pelo seguro.

 

O que é que destaco deste filme? Os animais! Ora pois :)

Digam lá que não são tão fofos?!

 

 

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A ovelha Baaarbra, com quem Lola trava amizade, e que impede que a mesma se transforme no almoço de domingo, transformando-a na mascote da quinta e da companhia de vinhos.

 

 

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O cão Arlo, fiel companheiro de Max!

 

 

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E um simpático e fotogénico canguru, ou não se passasse a acção na terra dos cangurus!

 

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