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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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"Uma Mãe Perfeita", na Netflix

Avis et audience Une mère parfaite (TF1) avec Julie Gayet et Tomer Sisley |  Actualité TV | Nouveautes-Tele.com 

 

São os nossos filhos que esperam que nós sejamos "mães perfeitas"?

Somos nós, mães, que acreditamos que eles esperam isso de nós?

Ou somos nós que, estupidamente, o exigimos a nós mesmas?

Como se menos do que isso, não fosse digno de uma mãe?

 

 

Não existem pessoas perfeitas.

Como tal, não existem filhos perfeitos.

E, tão pouco, mães perfeitas.

Quem acreditar no contrário, está apenas a iludir-se.

 

Enquanto mães, fazemos o melhor que podemos, e conseguimos.

Fazemos o que achamos que é correcto.

Por vezes, tentamos ser o tipo de mãe que nós mesmas tivemos.

Outras vezes, pelo contrário, tentamos nunca seguir o exemplo das nossas mães.

A verdade é que nem nós somos elas, nem os nossos filhos são nós.

 

Hélène é uma mãe que fugiu da sua própria mãe.

Agora, é mãe. E tenta ser a mãe que ela própria gostaria de ter tido.

Em nome de uma família unida e perfeita, tentando ser uma mãe perfeita.

No entanto, tudo isso desmorona quando a sua filha é detida, por suspeita de assassinato.

 

Anya diz-se inocente. Hélène, como é óbvio, acredita nela.

Afinal, a sua filha foi voluntariamente à polícia. Isso significa que não tem nada a temer.

Anya deveria estar em Paris, a estudar na universidade.

A verdade é outra. Ela não estuda. Trabalha, sim, num centro que ajuda mulheres vítimas de violência doméstica.

Hélène começa a perceber que a sua filha lhe escondeu algumas coisas, e que está a tornar-se uma estranha.

 

No entanto, Anya é, também ela, uma vítima.

Na noite do crime, ela foi violada pelo rapaz que morreu.

 

Mais, Anya foi para Paris, precisamente, para fugir de um namorado agressivo, que a violou também.

Apenas o seu irmão sabia.

Ela não quis contar aos pais.

Acusa-os de viver uma farsa. De pressionarem os filhos para serem perfeitos. De serem egoístas.

Acusa a mãe de fazer vista grossa ao mundo real, e ao que de mau nele acontece.

De ter uma vida boa, e não se preocupar com mais nada à sua volta.

 

Percebe-se, também, que nem o casamento de Hélène e Matthias está bem. 

Até porque Hélène tem uma história pendente com Vincent, o advogado que escolheu para ajudar a sua filha.

E é nisso que Hélène vai concentrar as suas forças: provar a inocência da filha, e descobrir a verdade sobre o assassinato de Damien.

Ainda que perceba que, no fundo, está longe de ser uma mãe perfeita, até onde estará Hélène disposta a ir, para ajudar a sua filha?

E que preço pagará por isso?

 

Uma série de 4 episódios que não nos deixa parar de ver até ao final.

E que nos faz questionar qual o nosso papel, enquanto pais.

O quanto sabemos dos nossos filhos.

O quanto eles precisam de nós, ou nós deles. 

Quão pouco controlo temos sobre as suas atitudes, comportamentos e decisões.

E quão pouco podemos fazer, para os proteger, ainda que seja o que mais queremos na vida.