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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Look Both Ways" (Dois Caminhos), na Netflix

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Natalie é uma mulher com um "plano a cinco anos"!

Ela tem tudo definido, programado, planeado a longo prazo, e não quer fugir desse plano.

A não ser por umas horas, quando aquilo que pareceria uma loucura acontece.

 

Na noite da festa da licenciatura, Natalie sente-se mal e, por via das dúvidas, a amiga traz-lhe uns testes de gravidez, só para excluir essa hipótese.

A partir daí, assistimos a duas vidas, e dois percursos, paralelos: a vida em que Natalie está grávida, e todo o seu plano vai por água abaixo; e a vida em que o teste deu negativo, e o plano segue, embora não da forma como ela esperaria.

 

A questão é saber qual das duas vidas é a real, e aquela que poderia ter sido, mas não foi.

E a mensagem é bem explícita: não importa o caminho que se percorra, ou as escolhas que se façam porque, de uma ou outra forma, as coisas podem acontecer, podemos concretizar os nossos objectivos, e ser felizes.

No fim, Natalie estará bem, qualquer que seja o seu destino.

Será?

 

Vejam, que vale a pena!

O Vale dos Lagos

Parque da Pena - Sintra

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Sintra é uma vila lindíssima para se visitar.

Pena é ser tão difícil visitar o que quer que seja, por conta do estacionamento difícil e área restrita junto ao que de mais histórico e bonito se quer ver.

Por isso, tivemos que parar o carro a vários quilómetros, e ir de Uber até ao local.

Estas são as imagens da primeira parte do passeio, ao Vale dos Lagos, no Parque da Pena.

 

 

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O cancro da pele não é um mito!

 

É real.

E não acontece só aos outros.

 

Ano após ano, repetem-se as campanhas, as recomendações, os alertas.

A importância do uso de protector solar. E de se evitar as horas de maior risco.

Não há quem não o saiba.

 

Mas nem todos o levam a sério.

Afinal, a pessoa quer é aproveitar o verão. Se for preciso, dias inteiros na praia, ou na piscina.

 

Ir à praia de manhã? Ou ao fim do dia?

Isso é para quem tem a sorte de poder frequentar praias em zonas quentes. Para muitos, o único momento em que a praia está boa, é quando não deveriam lá estar, sob pena de apanharem vento, frio e nevoeiro, em vez de sol.

 

Protector?

Até se usa. Põe-se uma vez ou duas, quando se chega à praia, se se chegar cedo. Ou, então, não. Que uma corzinha é sempre bem vinda.

 

Chapéu de sol?

Isso é coisa dos nossos pais ou avós. 

A malta nova não quer andar carregada com chapéus.

Além de que, lá está, o mais certo era passar o tempo a correr atrás dele pela praia, por causa do vento.

 

E pronto, seja qual for o motivo, a verdade é que, mesmo com alguns cuidados, volta e meia, lá se apanham uns escaldões.

Quem não os apanhou na vida?

A pessoa assusta-se na hora, trata das mazelas, sofre um bocadinho mas, depois, passa.

E está pronta para outra.

 

Cancro da pele?

Sim, sabemos que existe mas... não vamos necessariamente apanhar, pois não?

 

Pois...

A verdade é que os sucessivos escaldões, e erros que se vão cometendo ao longo dos anos, têm consequências.

Sobretudo para quem tem pele clara.

E, muitas vezes, para quem tem dezenas de sinais no corpo.

Como eu.

 

Mas, que raio!

Sempre tive sinais. 

Para mim, fazem parte do meu corpo.

São tantos, de diferentes tamanhos, cores e feitios, espalhados por tantos sítios que, simplesmente, nunca lhes dei importância.

 

E agora, por causa de uma coisa estranha que nem sinal é, e que me fez recorrer a uma consulta de dermatologia, fiquei a saber que a dita coisa estranha é um carcinoma basocelular.

Ah, e como bónus, uma suspeita de melanoma maligno relativamente a um sinal mais escuro que tenho na coxa.

Que eu não faço a mínima ideia de há quanto tempo lá está (suponho que anos), nem se aumentou de tamanho ou mudou de cor em algum momento.

Tudo nomes pomposos, para um único diagnóstico - cancro da pele.

 

Uma coisa é certa: nunca mais vou olhar para um sinal da mesma maneira!

Se, antes, não lhes ligava a mínima, agora, sou capaz de imaginar mil e um cenários, e encontrar no mais básico dos sinais, todas aquelas características ABCDE (assimetria, bordas, cor, diâmetro, evolução) campatíveis com cancro.

 

Diagnosticado o dito cujo, o próximo passo é a referenciação para um hospital público, para a excisão de ambos, sendo que o suposto melanoma irá para análise, para confirmação da sua malignidade.

 

Então, e como te sentes? - perguntam-me.

Bem, não é como se me tivessem dito que tenho pouco tempo de vida, ou que não há solução. 

Porque, à partida, há.

Não sinto nada fisicamente. Não me sinto doente.

 

Se bem que, pensando bem, e com a sementinha já plantada, é muito fácil começar a associar mil e um sintomas a eventuais efeitos do suposto melanoma (que ainda nem certo é), que poderá já ter disseminado a outros órgãos.

Afinal, se está ali há tanto tempo que nem me lembro...

 

Mas, vale a pena fazer filmes?

Não!

É levar com calma, ser positiva, e acreditar que, se fosse assim tão grave, já se teria manifestado de outras formas.

 

O que vale, daqui em diante, é redobrar os cuidados.

É servir de exemplo (infelizmente mau), para que a minha filha evite fazer as mesmas asneiras que eu.

E já sei que, para o resto da vida, vou andar com rédea curta e constantemente vigiada, para o caso de surgirem novos visitantes.

 

Por isso, para quem ainda acha que o cancro da pele é só um mito, algo que usam para nos incutir medo ou impedir de aproveitar o sol, ou que só acontece aos outros, aqui está a prova de que não é assim.

E pode bater à porta de qualquer um.

 

 

Fomos roubados na praia de Carcavelos

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Será que posso voltar atrás no tempo, ao momento em que as férias ainda não tinham começado?

É que isto não está a correr nada bem. E ainda só estamos na primeira semana.

 

Depois de receber notícias não muito boas, relativamente a um problema de saúde (que falarei num outro post), tínhamos que ser roubados.

Ou, como o meu marido diz, furtados, porque não envolveu violência.

Para mim dá no mesmo: ficámos sem as coisas, e com o prejuízo.

 

Foi burrice e estupidez?

Foi!

Foi excesso de confiança?

Foi!

Foi ingenuidade?

Foi!

 

Foi um pouco de tudo.

Já sabemos a fama que a praia tem.

E, mesmo assim, fizemos tudo mal. 

Mas, que raio, sempre fomos às praias da Ericeira, Troia, Peniche e por aí fora, sem problemas, e sem medos.

Mesmo nesta praia de Carcavelos, ainda no outro dia lá tínhamos estado. E correu bem.

 

Mas, nesta quinta-feira, estava tudo contra nós.

A minha filha não estava com vontade nenhuma de ir à praia.

Mas eu insisti. Primeiro erro.

O tempo aqui em Mafra estava mais para outono, e Carcavelos era a praia mais próxima, com bom tempo.

 

Quando chegámos, a minha filha queria ir mais para a frente no areal, para junto das pessoas, e mais perto do mar.

Mas eu achei que aí estaria mais frio, e acabámos por ficar mais atrás, e mais isolados. Segundo erro.

 

Colocámos protector solar, tapámos as mochilas com as toalhas, e fomos ao banho. Terceiro e decisivo erro.

 

Quando voltámos, uns minutos depois, a mochila da minha filha tinha desaparecido.

Logo a dela, da pessoa que nem sequer queria ir, e que tinha avisado para não ficarmos ali.

Portanto, ficou sem mochila, sem telemóvel, sem os óculos, sem os fones, sem o casaco, sem a toalha da praia, sem uns objectos sem qualquer valor para o ladrão, mas com valor sentimental para ela, e só não ficou sem roupa para vestir, porque tinha posto o vestido dela no meu saco.

Podiam ter levado a mochila do meu marido. Era velha, e só tinha comida dentro. Mas não.

E podemo-nos dar por felizes de não terem levado tudo.

 

Nessa tarde, houve pelo menos 3 vítimas deste "trabalho de verão".

Quando chegámos à PSP, estavam dois homens a apresentar queixa. Tinham sido roubados, e acabaram por encontrar a mochila na estrada, mas sem nada. 

Depois de apresentarmos queixa, fomos correr a praia, os estacionamentos, os caixotes do lixo, a estrada, para ver se tinham largado a nossa mochila em qualquer lado, depois de levarem o que queriam.

Mas não tivemos sorte.

 

Apenas encontrámos uma mochila num caixote do lixo, com um casaco dentro, que mais tarde fomos entregar na PSP, no momento em que outra das vítimas apresentava queixa, precisamente, o dono da mochila que tínhamos encontrado. Esse homem, nem as chaves do carro tinha.

 

Claro que me culpo por toda esta situação, mesmo sabendo que o único culpado foi o ladrão.

Mas fui eu que insisti.

Fui eu que quis contrariar aquilo que era suposto.

Não queria que nada estragasse as férias. E, no fim, ficámos com elas estragadas.

 

Sim, eu sei que eram só bens materiais. E que, felizmente, não nos aconteceu nada.

Mas a tristeza da minha filha era evidente.

Ela, que não queria ir, foi a única prejudicada. A que ficou a perder.

E, agora, ficou com medo de ir à praia, seja ela qual for, e voltar a perder as suas coisas.

 

Mesmo que ela diga que agora é seguir em frente, e que não vale a pena estar remoer no assunto, não me esqueço.

O telemóvel e os óculos, compram-se novos. É uma despesa que não estávamos à espera, que nos arrasa com o orçamento, mas é o preço a pagar. E mesmo assim, não conseguimos iguais. Que era o que ela gostava.

Mas tudo o resto, provavelmente, nunca vamos conseguir recuperar. São objectos com muitos anos, e que já não existem.

 

Sabe-se lá o que o ladrão fez com elas, se deitou para o lixo o que não interessava, se deixou em algum sítio para ser encontrado, se alguém encontrará e, se sim, se se dará ao trabalho de ir entregar à PSP. São muitos "ses", e muito pouca a probabilidade de vir a aparecer o que quer que seja.

 

Sei que não há nada a fazer.

Mas estou mesmo triste com tudo isto.

E vamos ver o que o resto das férias nos reserva...

 

 

 

 

Um Homem Chamado Ove, na HBO

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Já tinha ouvido falar no livro, há uns anos.

Nunca me disse muito.

E acabei por esquecer.

 

Num destes dias, encontrei o filme no catálogo da HBO.

Estava na secção de comédia.

Pessoalmente, não considero que o filme seja uma comédia, mas a minha noção é um pouco duvidosa.

Depois de uma demorada procura por um filme que agradasse a ambos, acabámos por ver este.

 

Ove parece ser um homem intragável, com a mania que é o fiscal da área, muito perfecccionista e que não se dá com ninguém da vizinhança.

Está sempre a reclamar, nunca satisfeito com nada, e também parece não nutrir grande simpatia pelos animais.

Mas que importa? 

Em breve todos ver-se-ão livres dele.

Está tudo programado e, em breve, ele irá suicidar-se, pois é a única forma de ir ter com a mulher, de quem sente a falta.

 

Só que, maldição, logo tinham que aparecer uns vizinhos novos, para lhe estragar os planos.

Ele bem tenta, de todas as formas e mais algumas, levar a cabo o suicídio. Mas há sempre algo que o impede.

Nem mesmo quando vai parar ao hospital, o seu problema de coração lhe faz a vontade.

Como diz Parvaneh, a sua vizinha, ele é um homem duro de morrer!

 

E é assim que vamos conhecendo a vida de Ove, desde que era um miúdo, até ao presente, alternando entre acontecimentos passados, traumáticos, que viveu, e a actualidade, em que acaba por perceber que não precisa de manter sempre aquela capa de homem duro e insensível, e que a vida ainda lhe pode reservar algo de bom.

 

No fim, a amizade, a entreajuda, a união e a bondade mostram-nos um outro Ove, literalmente, com um coração grande demais, capaz de gestos que nunca esperaríamos! 

O homem por quem Sonja se apaixonou, o homem que lutou contra tudo e contra todos, para vê-la feliz. 

As antigas desavenças (que nem deveriam ter começado, de tão pouca importância que tinham) são, finalmente, deixadas para trás.

E a harmonia volta ao bairro.

 

Ove já não pensa em suicidar-se.

Tem amigos, tem vizinhos que o acarinham, tem uma espécie de netas emprestadas que o adoram.

Está feliz!

Mas o destino pode ter outros planos para ele.

E, quem sabe, a felicidade não se completa, e complementa, como ele tanto queria...

 

 

E tudo se conjuga para um final

 

 

 

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