"Purple Hearts", na Netflix
Também conhecido por "Corações Marcados" ou "Continência ao Amor", este é o filme sobre o qual mais se fala ultimamente, não só pela história em si, como pela química entre os protagonistas, e pela banda sonora.
Sofia Carson, protagonista feminina, foi a responsável por vender a ideia do filme à Netflix, escolher aquele que viria a ser o seu par romântico, protagonista masculino, e também por criar as músicas que fazem parte do filme, nomeadamente, "Come Back Home", "I Didn't Know" e "I Hate The Way".
O filme, de cerca de duas horas (que quase não se dá por elas), adaptado do livro com o mesmo nome, da autora Tess Wakefield, fala da vida e dos problemas de duas pessoas que, vendo num casamento fingido a solução, decidem concretizar essa ideia, arriscando consequências legais, como serem acusados de fraude, caso se descubra que o casamento não é real.
Cassie é uma aspirante a artista, que sofre de diabetes e que, apesar dos vários trabalhos que tem, está com dificuldades em conseguir pagar todas as suas despesas, tendo que escolher entre os medicamentos que lhe salvam a vida, ou a renda da casa, de onde pode ser despejada.
Já Luke, apesar de agora estar bem, e se ter tornado fuzileiro, para reconquistar a confiança do pai, depois dos problemas em que se meteu, e que o levam agora a dever uma grande quantia em dinheiro a um traficante, vê-se encurralado, sem ter como pagar a dívida, e sob ameaças a si e à sua família.
São ambos muito diferentes, vêm de realidades distintas, mas têm algo em comum: precisam de dinheiro.
Assim, de forma a obter os apoios financeiros dados aos casais, em que um dos membros pertence ao exército, como seguro médico e aumento do salário, eles decidem casar-se, na véspera de Luke partir para o Iraque.
Eles achavam que seria fácil, até pela distância, fingir que estavam apaixonados, sem ter que conviver um com o outro. E que seria rápido.
Mas tudo muda quando Luke fica ferido e volta para casa.
Logo agora que a carreira musical de Cassie e do seu grupo - The Loyal - está a descolar, eles terão que viver juntos e manter a farsa, até que Luke recupere, e se possam divorciar.
Conseguirão eles lidar um com o outro?
Serão capazes de esconder de todos, o que realmente, os une?
Haverá alguma possibilidade de, pelo caminho, se apaixonarem e o casamento se tornar real?
Ou deitarão tudo a perder?
Pelas muitas críticas que tinha lido, estava expectante se, de facto, era um filme que apelava à lágrima.
Posso dizer que há cenas que são muito tristes.
A despedida dos familiares, quando os seus filhos/ netos/ sobrinhos/ maridos/ namorados estão a partir para a guerra, sem saber se voltam a vê-los, é uma delas.
O funeral de Frankie, melhor amigo de Luke e Cassie, também comove, porque sabemos que, nas guerras, são vidas inocentes que se perdem, jovens que tinham tanto pela frente para viver, e que morrem ao serviço do seu país.
Posso também dizer que cada actuação de Cassie, e cada música que ela canta, reflecte o seu estado de espírito, os seus sentimentos, e promovem momentos emotivos, e sinceros, que passam para quem a ouve.
Mas nada que faça derramar um rio de lágrimas.
Depois, há também as relações entre Cassie e a mãe, que tenta ajudar a filha como pode, mas sem poder fazer muito, porque também ela tem pouco.
E de Luke com o pai, um ex polícia militar que cortou relações com o filho depois de ele ter enveredado por caminhos que não devia, e que agora se reaproximará.
Por tudo isto, é um filme que devem ver porque, sem esmiuçar demasiado as questões da guerra, sem forçar demasiado um romance, e sem se demorar muito numa longa recuperação e stress, acaba por abordar tudo de forma leve, mas sentida.
E, no fim, percebemos que resultou!