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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"A Imperatriz", na Netflix

A nova série da Netflix que chegará às livrarias brasileiras | Lauro Jardim  | O Globo

 

Se tivesse que escolher entre:

- uma jovem de 15 anos, que não gosta de seguir as regras da corte, que apenas se importa com os animais, e com as pessoas - com o que sentem, com o que sofrem, o que precisam - e que quer, acima de tudo, ser dona da sua própria vida, amar e ser amada, e fazer aquilo que mais gosta...

- um homem que não tem personalidade nenhuma, que é um "pau mandado" da mãe, que se insurge quando não há razão para tal, e que se mantém inerte quando deveria agir, um homem que até tem alguns ideais, mas não tem coragem para impôr a mudança...

...decididamente, preferiria a jovem!

 

Se é meio louca? Pode ser!

Mas sabe o que quer, diz o que pensa, não tem medo, e não finge aquilo que não é.

Num mundo onde os homens mandam, estas mulheres são uma pedra no sapato, com a qual não sabem lidar. 

Por isso, tentam anulá-las.

E para as poucas mulheres que têm o poder, uma jovem como estas é vista como uma ameaça, de tão parecida que é com aquelas que, em tempos, essas mulheres foram.

 

Isabel conquista o povo, porque olha para ele como um semelhante.

Porque se solidariza. 

Porque quer estar no terreno.

Porque quer ouvi-los.

Porque não tem medo, e nunca se sente superior.

Mas também não se considera inferior aos homens e, como tal, não vê necessidade em deixá-los ficar com os louros, de uma coisa que, muitas vezes, nem são capazes de fazer, só porque é proibido a uma mulher, fazê-lo.

 

Francisco, por mais que tente, não cria empatia.

Não lhe bastam só boas intenções, na teoria, que não concretiza, na prática.

E nem a própria mulher com quem, supostamente, casou por amor, é capaz de defender. Prefere opôr-se a ela, magoá-la, menosprezá-la, do que ficar ao seu lado. 

No fundo, culpa-a por tudo quando, no fundo, sabe que culpa é, apenas e só, sua, pela sua própria falta de coragem e determinação.

 

Numa corte onde reinam as futilidades, e o papel da mulher é ser passiva, submissa e com o único objectivo de assegurar descendência e herdeiros, sendo submetida aos mais estranhos e abomináveis rituais, Isabel foge, como pode, a todos esses padrões, tentando não ser "engolida", ao mesmo tempo que tenta corresponder ao que se espera de uma Imperatriz, ainda que não concordando.

 

A série, de 6 episódios, conta a história de Sissi, imperatriz da Austria.

A sua adolescência marcada por uma paixão, um casamento, e uma decepção.

E a oposição e hostilidade da arquiduquesa Sofia, sua sogra, que tudo fará para tirá-la do caminho - do seu, e do seu filho.

Com personagens fortes e interessantes, como Isabel, Sofia, Leontine, ou até mesmo Maximiliano, Francisco acaba por ser aquela que está ali apenas a figurar. 

O último episódio faz-nos querer mais, e esperar que a série seja renovada para uma segunda temporada.