A vantagem de morar perto do hospital...
... é marcar a consulta, ir até casa e voltar, para ser atendida, três horas depois!
Apesar dos votos habituais de saúde para o novo ano, 2023 não fez caso, e trouxe, à minha filha, uma amigdalite.
Começou a sentir dor na segunda-feira. Quando saiu do trabalho, à tarde, estava com febre.
Entretanto, como tomou comprimidos e pastilhas, melhorou.
Aqui em Mafra, para sermos vistos por um médico, ou tentamos consulta do dia, no Centro de Saúde, entre as 8h e as 20h (que nunca é assim porque, muitas vezes, a meio da manhã, já não há vagas), ou vamos ao Atendimento Complementar (24 horas), caso não haja vagas no Centro de Saúde, ou fora daquele horário (8h-20h).
Só que, em horas normais, está sempre muita gente.
Ou vamos de manhã cedo, aí pelas 6h/7h, ou a partir da meia-noite.
Na terça-feira, a minha filha só trabalhava da parte da tarde, pelo que deixei-a dormir de manhã.
Continuava com dor.
Quando lhe vi a garganta, ao almoço, disse logo: tens mesmo que ir ao médico para te receitarem antibiótico, estás com amigdalite.
Foi trabalhar, com um arsenal de pastilhas e ibuprofeno para atenuar.
À noite, quando saíu, seguimos directamente para o hospital.
Marcada a consulta às 21.11h, foi-nos dito que tínhamos mais de 30 pessoas à frente.
Como moramos perto, fomos a casa para a minha filha jantar e descansar um pouco.
Eu adiantei algumas coisas em casa. Ainda dei colo à bichana e comecei a ler um livro.
Cerca das 23h, voltámos ao hospital.
Ainda tínhamos 12 pessoas à frente (e isto porque tinha havido várias desistências).
Esperámos por lá mesmo.
Foi atendida já passava da meia-noite, após 3 horas de espera (não está mau).
Num curto espaço de tempo, e quando digo curto, é mesmo curto, à volta de 7 minutos, se tanto, 3 pessoas foram atendidas pelo mesmo médico. Um médico que tinha entrado há poucos minutos ao serviço.
O que me leva a questionar se os que estavam de serviço, até aí, estariam a atender à velocidade de caracol (e daí tanta gente à espera, e tanto tempo de espera), ou se demoram cerca de 20 minutos com cada utente, num atendimento demasiado atencioso, e seria este último a estar mal.
Mas a verdade é que, no caso da minha filha, e se calhar, de tantas outras pessoas, não havia muito por onde demorar. Era só ver a garganta e passar a receita.
Como já era tarde e, para nosso azar, a farmácia de serviço ficava a mais de 10km, acabámos por ir directamente para casa. Estava com febre novamente.
Chá de limão quente, mais ibuprofeno e tentar controlar a coisa até ao dia seguinte, para comprar os medicamentos na farmácia ao pé do meu trabalho.
Infelizmente, havia ali pessoas, que tinham chegado à tarde, e já iam com várias horas de espera, sem ter para onde ir.
Infelizmente, há hospitais ainda com mais tempo de espera, para onde nem vale a pena ir, e cujas situações seriam fáceis e rápidas de resolver.
Talvez por isso, muitos tenham desistido.
Mas é o que temos. E quem precisa, tem que ser paciente, e resiliente.