1 Foto, 1 Texto #4
Ajudar a voar, ou cortar as asas?
Incentivar o voo, ou amedrontar?
Amparar a queda e cuidar das feridas, ou abandonar à sua sorte?
No outro dia, vi este passarinho.
Primeiro, pousado na janela de uma casa.
Depois, veio a voar pela rua.
Ora pousava no chão, e bicava o alimento que por ali encontrava, ora voava até aos arbustos, e ficava ali a decidir o próximo movimento.
Muitas vezes, vemos os nossos filhos como pequenos passarinhos.
Pensamos que não crescem (ou preferimos ignorá-lo).
Tememos que saiam do ninho cedo demais (ou assim achamos, porque para nós é sempre cedo).
Que não consigam voar.
Que caiam, e se magoem na queda.
Que não consigam sobreviver.
Mas tudo isso faz parte da vida.
Se o passarinho não voar com o nosso apoio, ele voará na mesma, ainda que sem ele.
Por isso, em vez de pôr entraves, não será preferível incentivar o voo?
Aconselhar a melhor forma de bater as asas, de planar, de voar mais alto e aterrar com relativa segurança?
Não terá o passarinho, mais confiança, e mais tranquilidade, sentindo que lhe está a ser dada liberdade?
Que está a ser depositada, nele, a nossa confiança?
E se o passarinho cair e se magoar, não é preferível estar lá para ele?
Para tratar-lhe das feridas? Para ajudá-lo a ultrapassar esse incidente?
Não é isso que os pais devem fazer, relativamente aos seus filhos?
É preferível estar lá, presente, em todos os momentos, ou afastá-los, quando as coisas não são como queríamos que fossem?
Porque eles farão a sua vida na mesma, independentemente da nossa atitude para com eles.
A nós, pais, cabe decidir se estamos ao lado deles, ou contra eles.
Da minha parte, sem dúvida que estarei sempre ao lado da minha filha.
Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto