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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

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"Surviving Summer", na Netflix

Surviving Summer | Netflix Media Center 

 

Cruzei-me com esta série da Netflix, este verão embora, para dizer a verdade, já tivesse ouvido falar antes.

Só que nunca estive para aí virada.

Em Julho, comecei a vê-la. Apetecia-me algo com praia, mar, sol.

E devorei-a!

10 episódios vistos num instante, e eu logo a pesquisar se haveria uma próxima temporada.

Ficou a dúvida.

 

Qual não é a minha surpresa quando, há umas semanas, percebi que ia estrear, este mês, a segunda temporada!

Com apenas 8 episódios, ainda foi vista mais depressa que a primeira.

E sabe a pouco.

 

"Surviving Summer" pode ser interpretado no sentido literal - sobreviver ao verão - ou numa analogia com a personagem principal - Summer Torres!

Porque a Summer é um verdadeiro furacão por onde passa, não deixa ninguém indiferente, mexe com todos, mete-se onde não é chamada, e em apuros, e pode fazer estragos, sem querer, mas que deixam marca.

No fundo, é apenas uma adolescente a tentar lidar com a indiferença e distanciamento da mãe em relação a ela, da forma que encontra para o fazer - ser rebelde e, talvez assim, chamar a atenção da mãe.

Expulsa de várias escolas, ela é enviada, de castigo, para casa de uma antiga amiga da mãe, na Austrália, para passar umas semanas.

É lá que conhece Bodhi e Poppy, duas amigas de longa data e surfistas, que competem em diversos campeonatos com vista à vitória e projecção da sua carreira, nessa modalidade.

E revê Ari, com quem conviveu quando eram crianças, antes de se mudar para Nova Iorque, e por quem se vai apaixonar.

 

Summer é a minha personagem favorita.

Ela é tudo. Ela dá tudo.

Ela não tem medo. Ela diverte-se, e ri da sua própria inabilidade. Porque o que importa é ser feliz.

Ela arrisca. Ela atira-se aos tubarões, e dá o corpo às balas, mesmo quando a culpa não é sua.

Ari, pelo contrário, é aquela personagem que nos faz quase dormir, de tão morno que é.

Às vezes dá vontade de lhe dar uns abanões, a ver se acorda. E não melhora, na segunda temporada.

 

Gosto do Marlon, um brasileiro que faz de tudo para conseguir vencer, tem umas atitudes que nos fazem detestá-lo, mas a sua personagem vai evoluindo, e ele vai aprendendo, mudando.

Desta segunda temporada, também gostei muito do Bax, um adolescente meio rebelde (não tanto como é apresentado), que formaria uma boa dupla com Summer.

Já entre Poppy e Bodhi, sem dúvida prefiro a Poppy mas, ainda assim, em vários momentos, tanto uma como a outra, me irritam bastante.

Poppy, por se pressionar, e cobrar, demasiado, por ser demasiado intensa no surf, e perder com isso, por não conseguir, simplesmente, desfrutar.

E Bodhi porque não se impõe. Porque deixa que os outros decidam por ela. Porque quer agradar a todos. Porque nunca mostra aquilo que vale, porque há sempre alguma coisa a tramá-la.

 

Na primeira temporada, Summer, cujo hobbie preferido é o skate, irá cimentar novas amizades em Shorehaven, e aprender a gostar de surf.

Nem sempre terá as melhores atitudes, por vezes não pensa nas consequências, e tem algumas dificuldades em gerir o que está a sentir. Mas, lá está, outras vezes, é precisamente ao quebrar as regras, e ser irreflectida, que ajuda os seus amigos, e consegue o que quer.

Na primeira temporada, Summer terá que tentar convencer a mãe, uma mulher que se refugia no trabalho para não lidar com a filha, a dar-lhes, às duas, uma nova oportunidade. Para resolverem as suas diferenças, e recuperarem o tempo perdido.

Por outro lado, fica em aberto uma possível relação entre Summer e Ari, apesar de passarem os meses seguintes separados.

 

Nesta segunda temporada, Summer está de volta, desta vez na companhia da mãe, para participar num campeonato de surf.

Ela treinou muito no último ano, e quer mostrar que valeu a pena o esforço. 

Tal como os amigos de Shoreheven, ela quer competir, agora a sério. Como a sua mãe, um dia, o fez.

Continua a mesma estouvada, a mesma desbocada. 

Vem fazer uma surpresa, mas quem acaba surpreendida é ela. E não pelos melhores motivos.

 

Por entre amizades beliscadas, competições, e amores nem sempre correspondidos, terão que perceber o que é realmente importante, e merece ser preservado.

Quem são, realmente, os amigos.

Se são, verdadeiramente, uma equipa unida.

Uma família unida.

E se ainda há esperança, para todos eles.

 

Mais uma vez, o final fica em aberto, havendo espaço para uma terceira temporada que, a vir, só em 2024.

Mas vale a pena ver, enquanto isso, as duas temporadas disponíveis.