"A Cirurgiã", de Leslie Wolfe
Anne é uma cirurgiã com uma taxa de sucesso invejável.
Até àquele momento, nunca tinha perdido um doente na mesa de operação.
Ele foi o primeiro.
E, de repente, todos parecem condená-la por algo que pode acontecer a qualquer um.
As cirurgias acarretam riscos. A morte, é um deles.
Todos os seus colegas já perderam doentes.
Mas nenhum foi sujeito a uma investigação como esta, tanto a nível interno, como pela procuradora do Ministério Público.
Como se fosse uma criminosa. Uma assassina.
Como se, de facto, o tivesse matado propositadamente.
E, no fundo, será que não o fez?
Afinal, até tinha motivos para isso.
Mas ela não estava sozinha. Toda a sua equipa estava lá com ela.
E viram que ela fez tudo o que podia para o salvar.
Ou será que não?
Ainda assim, porque está aquela procuradora tão empenhada em destruí-la?
Ou será que ela é apenas o meio, e o seu marido, advogado, candidato a Mayor, o alvo principal?
O paciente, era nada mais, nada menos, que um pedófilo. Um homem que abusou da sua irmã adoptiva, e a levou ao suicídio.
Anne sabia. E aquela era a oportunidade perfeita para acabar com aquele monstro.
E, agora, há alguém disposto a acabar com ela.
Alguém que fará Anne perceber que nem tudo é o que parece, e que a sua vida e o seu mundo perfeitos não eram assim tão perfeitos.
E que, de um momento para o outro, se pode perder tudo aquilo que se lutou para conquistar.
Até mesmo, a liberdade.
Gostei da história, e de como guardaram, quase até ao final, a verdade sobre o que realmente aconteceu a Caleb Donaghy, ou melhor, ao seu coração, e porque Paula está tão decidida a mandar Anne para a prisão.
No entanto, penso que revelaram demasiado cedo quem era o amante de Paula, e qual o seu papel no plano desta.
Seria mais surpreendente se o leitor ignorasse a sua identidade por mais umas páginas.
Sinopse:
"Antes do meu mundo desabar, eu tinha tudo. A carreira de sucesso com que sempre sonhara. A bela casa onde podia sentar-me e relaxar confortavelmente depois de um longo dia de trabalho. O marido mais bonito e dedicado que poderia desejar, cujo sorriso encantador sempre me fizera sentir segura.
Até hoje nunca tinha perdido um doente.
Até hoje nunca tinha operado ninguém que odiava.
Quando declarei o óbito, a minha voz estava firme: «Hora da morte 13:47». Todo o pessoal, médicos e enfermeiros na sala de operações ficaram em silêncio à minha volta, a olhar para mim, confusos e preocupados. As minhas mãos tremiam dentro das luvas. O meu olhar deslizou pelas frias paredes de azulejo, com o coração a bater aceleradamente dentro do meu peito.
Se tivesse sabido antes de quem se tratava teria pedido a um colega que me substituísse. Ninguém estranharia; é um procedimento habitual não operar amigos, familiares ou... qualquer outra pessoa que possa comprometer a capacidade do cirurgião agir na sala de operações. Teria sido fácil. Mas que outra escolha podia ter feito depois de o reconhecer na sala de operações? E o que vou fazer para me proteger, se alguém descobrir?"