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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Engano", de Lesley Pearse

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Este é um daqueles livros que, se não soubesse quem era a autora, nem diria que era dela.

Embora a sua marca esteja lá, não é dos melhores (nem maiores) livros dela e, por vezes, fico com a sensação que estou a ler alguém que se iniciou agora na escrita, e não uma grande autora como a Lesley Pearse, com aquelas histórias arrebatadoras a que nos habituou.

Talvez não seja defeito do livro, mas meu. Talvez já tenha lido tantas obras dela, que já pouco me surpreenda.

Houve momentos em que parecia que, até mesmo a autora, de tanto que já escreveu, já não está para grandes enredos e, por isso, cria histórias mais simples. Nada contra. Às vezes, menos é mais. E não é preciso muitas páginas para se contar uma boa história. Mas, ainda assim, estava a ler e a pensar que muito daquilo foi só para "encher chouriços", que é como quem diz, gerar mais páginas, sem ser relevante.  

 

Quanto à história em si, embora, lá está, não seja propriamente novidade, gostei.

Alice descobre que a mãe tem um passado que nunca contou, e que afecta directamente a si e à sua irmã, já que lhes escondeu que o seu pai biológico não era quem elas pensavam ser, mas um outro homem.

E como a curiosidade, e o mistério, quase sempre, levam a melhor, Alice não vai parar enquanto não desenterrar tudo o que a mãe, por tantos anos, escondeu de todos.

Claro que as surpresas vão ser muitas.

Alice vai conhecer a mãe pelos olhos das pessoas que com ela conviveram, que com ela partilharam parte das suas vidas, e ficar a par de tudo o que a mãe passou, desde a infância, até se tornar mãe e esposa.

As descobertas nem sempre mostrarão a pessoa que Alice esperava mas, quem é ela, ou seja quem for, para condenar, tendo em conta toda a história?

 

É um romance que se lê bem, mas também fácil de esquecer, porque não há ali no enredo nada que deixe uma verdadeira marca.

1 Foto, 1 Texto #37

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Por vezes...

naqueles momentos mais delicados,

mais difíceis,

mais tristes,

mais desesperados,

não são precisas palavras...

 

Basta, muitas vezes, a simples presença!

 

Sentir que não estamos sozinhos.

Sentir que alguém está disposto a compartilhar connosco esses momentos.

Sentir o apoio, em forma de gestos.

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto 

 

(Nota: fotos tiradas num dia de muito frio em que, de certa forma, apesar de serem gatos de rua, partilhando o mesmo destino e vida, tentaram confortar-se e aquecer-se um ao outro)

"O Escritório", de Freida McFadden

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Se a ideia era achar a personagem Dawn maçadora, irritante e chata, tenho a dizer que foi bem conseguida.

Obviamente que Dawn não é uma pessoa como as outras. É diferente.

Tem a sua forma muito própria de viver a vida, gostos singulares e manias muito próprias. Quem não as tem?

Mas, com Dawn, é demais.

 

Confesso que nunca me cansei tanto, e tão depressa, de uma personagem. Não sei se por, no meu dia a dia, lidar com pessoas chatas e cansativas, que me deixam sem paciência, também não a tive para esta personagem.

Em outros tempos, até poderia apelar ao meu lado mais sensível, mais compreensível e, de certa forma, aprender a lidar e a não me importar de conviver com alguém com esta forma de estar. E, até, condenar algumas atitudes de outras personagens para com ela.

Mas, verdade seja dita, vejo-me a reagir, algumas vezes, com a Dawn, como essas outras personagens reagiram.

 

Ainda mal tinha lido meia dúzia de páginas, e já não podia ouvir falar de tartarugas!

A Dawn é obcecada por tartarugas. Tudo na vida dela é inspirado ou baseado em tartarugas. Ela tem tartarugas verdadeiras, de peluche, de cerâmica.

O assunto que mais gosta de falar, para além de números, já que é contabilista, é tartarugas. Ela sabe tudo sobre elas. Até chegou ao ponto de reclamar numa loja, porque lhe venderam uma tartaruga (decorativa) como marinha e, afinal, era terrestre.

Depois, mesmo no trabalho, a Dawn é insistente, picuinhas. 

Portanto, logo de início, fiquei farta da Dawn e do raio das tartarugas.

 

Por outro lado, o que Dawn tinha de chata, tinha de metódica e, por isso, quando algo falha, ou ocorre fora da norma, as pessoas que com ela lidam, estranham.

Foi o caso de Natalie, sua colega de trabalho, do cubículo ao lado, quando percebeu que Dawn ainda não tinha chegado ao trabalho. Porque Dawn nunca se atrasa. E, se o fizesse, avisaria.

Ninguém sabe dela. Não atende o telefone. Não vai trabalhar, e não aparece na reunião que ela própria marcou, para falar de um assunto de extrema importância, com o seu chefe.

Natalie acredita que algo se passou. Mais ainda quando atende o telefone, e ouve uma simples palavra "Socorro" do outro lado da linha, pronunciada por Dawn.

 

Em casa de Dawn, onde Natalie a vai procurar e entra pela porta das traseiras, está um rasto de sangue, mas nem sinal dela.

Até que é encontrado um cadáver, que tudo indica ser o dela.

A partir daí, tendo em conta as provas, os supostos testemunhos de alguns colegas e os email's encontrados no computador de Dawn, que esta ia trocando com uma amiga, Natalie passa a ser a principal suspeita do homicídio.

 

Natalie jura que não fez nada, e que a tratava bem.

Mas ninguém parece acreditar nela.

Nem os próprios pais. Tendo em conta o passado de Natalie, acham que ela poderá ter feito tudo aquilo de que é acusada.

De que lado estará a verdade?

Em qual das versões devemos acreditar?

 

Na primeira parte do livro temos a construção da narrativa, que nos leva à suposta morte de Dawn, e à culpada Natalie.

Na segunda parte, porém, percebemos o outro lado da história.

Quem são as vítimas, e quem são os culpados.

Que está vivo, e quem morreu. No passado, e no presente.

 

Não é, definitivamente, um dos melhores thrillers de sempre.

Mas lê-se bem, e de forma rápida, não desiludindo. 

Erro 404, na RTP

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Prometia muito, mas está a ficar aquém das minhas expectativas.

Lá está, não sou apreciadora de filmes nem séries de ficção nacional e, por isso, fujo muitas vezes para outros conteúdos.

Não é que seja um problema com o enredo, ou com a história. É mesmo com a nossa forma de actuar.

Uma mesma cena, um mesmo episódio, interpretado por portugueses, americanos ou brasileiros, por exemplo, será sempre diferente porque a própria forma de actuar, a dinâmica, o "à vontade" com que lidam e dominam, é diferente.

 

O primeiro episódio de Erro 404 é uma autêntica pasmaceira. 

Parece tudo muito forçado, sem ritmo. Em algumas partes até, meio parvo.

E pensei "que desilusão"!

 

Mas, teimosa como sou, dei o benefício da dúvida.

E assisti ao segundo, ao terceiro, e ao quarto episódios chegando, assim, a meio da série.

Ao terceiro episódio melhora um pouco.

Começa a surgir aquele "bichinho" da curiosidade, de ver o que vai sair dali, e o que estará guardado para aquelas personagens.

No entanto, está longe de cativar como seria de esperar.

 

Com um elenco composto por Inês Aires Pereira, como Rita, a personagem principal, e ainda Cristóvão Campos, Ana Valentim, Rui Maria Pêgo, Dinarte de Freitas, Tomás Taborda, Sara Carinhas e Valerie Braddel, entre outros, Erro 404 aborda a insatisfação de muitas pessoas com as suas vidas, a ponto de quererem, nem que seja por meras horas, viver outras vidas que não as suas.

Para isso, só têm que instalar e inscrever-se na aplicação Appy, e embarcar nas diversas experiências/ vidas que a mesma tem para oferecer.

 

Claro que, como todas as aplicações, sobretudo em fase experimental, ocorrem erros.

Resta saber se esses erros poderão ser corrigidos, e que impacto terão, entretanto, nos utilizadores.

O primeiro problema que percebemos é o de, da mesma forma que um determinado utilizador vive a vida de outras pessoas, também outras pessoas começam a viver a vida desse utilizador.

Por vezes, mais do que uma vez, a mesma vida.

 

E se, de repente, quiserem aquela vida para sempre?

Ou não quiserem, mas não conseguirem voltar à sua?

E se o que os outros andam a fazer nas nossas vidas não é aquilo que queremos para nós, quando voltamos a elas?

Que "estragos" já foram feitos, entretanto, nesse tempo, e como remediá-los?

 

Aguardo pelos restantes quatro episódios para perceber o que ainda irá acontecer na vida da Rita, por conta da aplicação que, em boa (ou má) hora, decidiu usar.

 

 

 

 

Imagem: rtp.pt

 

Uma Páscoa trovejada

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Nunca tive nada contra a trovoada, até ter apanhado um valente susto.

Depois disso, prefiro vê-la/ ouvi-la longe.

Mas, desde que me lembro, a trovoada por aqui começava por se ouvir ao longe e, depois, ia-se aproximando, até estar bem perto de nós.

E costumava demorar algum tempo: meia hora, uma hora, às vezes mais.

 

No entanto, como já nada é como era antes, também a trovoada não é diferente.

Por isso, na semana da Páscoa, ela lembrou-se de aparecer de forma abrupta, inesperada, e "a matar"!

A meio da semana, hora de almoço, relâmpago enorme, do qual ainda uma pessoa não se tinha refeito quando, milésimos de segundo depois, soa um trovão que parecia que estava mesmo a rebentar em cima de casa, e os vidros da janela a estilhaçar-se (felizmente ficaram intactos).

Uma chuva forte logo em seguida, e a trovoada doi à vida dela, para outras bandas.

 

Depois disso, sexta, sábado e domingo, de madrugada, novamente a mesma cena.

Acorda uma pessoa assustada, sem preparação, sem pré-aviso, com um trovão enorme a ribombar como se o mundo fosse acabar, seguido de mais um ou dois, mas fracos, chuva, vento forte e, passados 10 minutos, tudo outra vez calmo, como se nem tivesse acontecido.

Não fosse o nosso coração ainda estar acelerado, do susto, e as gatas sem saber onde se enfiar, com medo.

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