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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Burocracias

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A semana foi passada, de ambas as partes, a tratar de burocracias.

Da parte dele, arranjar casa (e garanti-la). E tratar da transferência do serviço Meo para outra morada. 

A ideia era cancelar, uma vez que, para onde vai, já está incluído, mas já tinham passado uns dias do prazo para resolução. E eu não queria ficar com o serviço naquele valor. Acabou por transferir para a mãe.

 

Da minha parte, pedir um novo serviço Meo, mais barato, e com condições semelhantes ao que temos actualmente.

Negociar um novo tarifário de telemóvel, porque o meu era um abuso, e estou em contenção de custos.

E alterar a titularidade de uma das bichanas para o meu nome, uma vez que vão ficar as duas comigo.

Cresceram juntas, estão habituadas uma à outra, e a esta casa. Não fazia sentido separá-las. 

 

Temos conversado sobre a situação. Brincamos.

No fundo, desejamos que tudo corra bem ao outro nesta nova etapa que aí vem.

Desconfio que, se vacilássemos, ainda voltávamos atrás na decisão.

Mas, desta vez, precisamos mesmo de não vacilar. De ir em frente.

 

Há decisões que sabemos que são as mais acertadas, ou necessárias, e não devemos ter medo de enfrentá-las.

Ainda assim, o facto de ser "a decisão certa", não a torna menos dolorosa.

"Uma Dupla Vencedora", na Netflix

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"Uma Dupla Vencedora" aborda a história da violência doméstica na Índia, e o facto de não ser levada a sério, nem os homens serem condenados por tal, porque são "assuntos de família", resolvidos dentro do lar. Coisas normais entre casais.

Numa cultura em que é normal um marido torturar ou abusar da sua mulher, em que ninguém se atreve a apresentar qualquer queixa e, simplesmente, fecha os olhos, é difícil ter a coragem de contrariar essa mentalidade, e ver o homem condenado pelos seus crimes.

 

A história começa com a morte de uma mulher, que deixa as suas duas filhas, gémeas, Saumya e Shailee entregues ao pai, a lidar com a perda.

Saumya desde logo se mostra mais frágil, e Shailee ressente-se pela atenção especial dada à irmã, criando-se uma animosidade e rivalidade entre ambas, desde a infância até à actualidade.

Criadas longe uma da outra, Saumya é mais tímida, recatada, e sofre de depressão. Já Shailee, é uma mulher exuberante, provocadora, desbocada, que está disposta a tirar tudo à irmã, incluindo o homem por quem ela se apaixonou.

 

No entanto, por questões de negócios e aparências, Dhruv, apesar de preferir Shailee, acaba por se casar com Saumya. E começa o pesadelo dela, a partir do momento em que o marido a agride constantemente.

Obviamente, Saumya não o denuncia, não faz queixa, e afirma sempre que está tudo bem, e que se amam.

Não só porque sabe que não adianta rebelar-se, mas também porque não quer perder Dhruv para a irmã.

Que faz questão de estar sempre no meio dos dois, e criar ainda mais instabilidade.

 

Vidya é uma agente que está em Devipur, filha de um juiz e de uma advogada, que sempre esteve, como ela mesma diz "entalada" entre a palavra da lei, e o espírito da lei.

E, aqui, ela vai ter que decidir qual deles vai seguir.

Empenhada em ajudar Saumya, ela tenta de todas as formas que esta denuncie o seu marido, sem sucesso.

Até ao dia em que Saumya sofre uma tentativa de homicídio, em público, à frente de toda a gente, e não há mais como negar.

 

Agora, Vidya, que também é advogada, faz questão de tomar conta do caso, e tentar condenar Dhruv por tudo o que fez, ainda que este alegue que as coisas não foram assim, e que a sua mulher está louca, e é instável, desde a morte da mãe, tomando muitos medicamentos para o seu problema psiquiátrico.

 

O pai do acusado, é um ministro. Tem influência, e bons contactos para safar o filho.

Mas o juíz é uma mulher, o que poderá não ajudar à sua defesa.

Será Dhruv, desta vez, condenado?

Conseguirá Vidya a justiça para Saumya, e para todas as mulheres, abrindo um precedente?

E Shailee, ficará do lado da irmã, ou de Dhruv?

 

Como se não bastasse o suspense até aí, garanto-vos que o melhor foi mesmo guardado para o final!

Vale a pena ver  (e ouvir, porque a banda sonora também foi bem escolhida)!

Quando o céu se torna mar...

(1 Foto, 1 Texto #56)

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... e as nuvens se transformam em ondas.

 

Ondas que, por vezes, vêm para limpar tudo o que está a mais. 

Invadindo a areia, para levar todo o lixo que nela existe, deixando-a imaculada e purificada.

Habitando o céu, por momentos, para logo se recolherem, e o deixarem azul.

 

E que, outras vezes, trazem consigo tudo aquilo que não queríamos. 

Carregando para a praia aquilo que não pertence ao mar, e deixando lá, sem olhar para trás.

Da mesma forma que as nuvens enchem o céu, carregando-o e tornando-o sombrio e assustador.

 

Mas, uma vez ou outra, é nessas idas e vindas das ondas, e das nuvens, que somos surpreendidos. 

Seja por algo inesperado que "deu à costa", ou que, sem imaginarmos, surgiu no céu, e nos alegrou o dia.

Mostrando que, quase sempre, a natureza sabe o que faz, e cuida de nós. 

 

Ainda que nem sempre cuidemos dela...

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto 

Catorze anos (e nove meses) depois...

27 mc carol se separa e diz q eh impossivel ser fe

 

... o fim.

Não foi a primeira vez que essa decisão foi tomada.

Mas será, certamente, a definitiva.

 

Foram muitas as tentativas, as oportunidades, a esperança, de as coisas ainda darem certo.

De tudo melhorar. 

Apenas para chegar à mesma conclusão de sempre: a de que a nossa, cada vez maior, incompatibilidade, em termos de feitios, personalidades, objectivos, forma de estar na vida e de encarar uma relação, impossibilita qualquer relação entre nós.

Não nos entendemos, e acabamos por entrar num estado de saturação, de acumulação de coisas que, de um momento para o outro, saem em catadupa, em tom, e de forma, nada simpáticos. 

A rotina levou-nos a melhor.

Éramos conhecidos a partilhar uma casa.

 

Depois de alguns desentendimentos camuflados tivemos, este domingo,  "a tal conversa". 

A constatação.

O pôr em palavras aquilo que ambos pensávamos.

O dizer em voz alta aquilo que andávamos a silenciar.

E, se é para terminar, que seja a bem.

 

Claro que, e quem já passou por isso pode confirmar, não é fácil.

É uma mistura de alívio, porque estava a ser desgastante para ambos, com frustração, por mais uma relação que não resultou.

É aquela sensação de paz e sossego, por estar sozinha, misturada com o receio de não gostar de, a longo prazo (e é o mais certo de acontecer), ficar sozinha.

É saber que não vale a pena estar juntos, se não somos felizes assim, e tristeza, por não termos conseguido dar a volta.

É o achar que, talvez, quem sabe, não morando juntos, as coisas venham a ser de outra forma e, logo a seguir, a certeza de que nunca será possível e que, enquanto relação amorosa, é o fim.

É o pensar que, apesar disso, ficamos amigos e, no instante seguinte, até isso parecer difícil. Até porque acredito que o afastamento vá sendo cada vez maior, até para não trazer lembranças, ou porque há que distanciar para seguir em frente.

É olhar lá para a frente, e pensar que aquele sonho de viver juntinho com alguém até ao fim dos dias, alguém com quem partilhar alegrias, tristezas, momentos, parvoices, pode não se vir a concretizar.

 

Ainda assim, é acreditar que o que tiver que ser, será. Que o que estiver guardado para mim, será meu.

Sem stress, sem pressas, sem sofrer por antecipação.

O que é difícil, porque não sou propriamente uma pessoa optimista.

 

Mas, agora, há que fazer o luto.

Há que pôr ordem estes sentimentos todos que por aqui andam, o nó na garganta, o estômago embrulhado, o adaptar-me à nova realidade.

E viver um dia de cada vez.

Porque, queiramos ou não, a vida segue...

 

 

"Adeus Para Sempre", de Lesley Pearse

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"Leitura de conforto" - penso que esta é a expressão que melhor define os livros da autora Lesley Pearse!

É como aquele chá quentinho, que bebemos nos dias mais frios.

Como aquela manta, que temos sempre ali à mão, para nos aconchegar, e nos manter aquecidos.

Como aquele cantinho, para onde sabemos que podemos sempre ir, e sentir em segurança.

No fundo, algo que sabemos com o que contar, e que nos dá conforto.

 

"Adeus Para Sempre", faz jus a essa descrição.

E, para minha surpresa, desta vez, a personagem principal até nem sofreu tanto como eu esperava embora, lá mais para o fim, uma quase repetição de uma peripécia anterior fosse desnecessária.

Mas, nesta história, Betty Wellows, que se tornará Mabel Brooks, teve uma dose de sofrimento qb, apoiada por muitas pessoas que lhe serviram de porto de abrigo, e com as quais construíu verdadeiras amizades.

E é neste aspecto que realço a obra: mostrar que ainda há pessoas bondosas, que ajudam sem pedir nada em troca, e que se preocupam com o próximo. Que nem tudo se resume a riqueza, e dinheiro.

 

Num conflito interior entre a necessidade de se salvar de uma vida condenada ao sofrimento, e o de estar a abandonar o seu marido, totalmente traumatizado pela guerra, Betty decide arriscar uma nova vida, longe da terra que a viu nascer, crescer, casar e ser feliz. 

É nessa nova vida que irá poderes mediúnicos nunca antes manifestados, e que lhe trarão tanto de curioso como de assustador.

Será, enquanto Mabel, que lidará com os soldados feridos da guerra, e com os efeitos avassaladores da gripe espanhola.

E que conhecerá um novo amor.

 

No entanto, esse amor terá que enfrentar o preconceito da sociedade quanto às classes sociais.

E, acima de tudo, o passado de Mabel.

Betty regressa então, à sua terra, onde todos a julgavam morta, para ajudar a pessoa que mais mal lhe quis na vida, incluindo a sua morte.

Valerá a pena pôr tudo o que conquistou em causa, pelo sentido de justiça que a move?

 

 

Sinopse

"Quando o marido de Betty Wellows regressa a casa após combater na Primeira Guerra Mundial, vem um homem diferente. Confuso e atormentado, está claramente a sofrer os efeitos da devastação que testemunhou nas trincheiras. Após uma penosa temporada em que a esperança dá lugar ao desespero, Betty percebe que já não há como salvar o seu casamento.
Num momento de coragem, Betty aproveita uma oportunidade para fugir, deixando tudo para trás. Sendo filha de um pescador, ela conhece apenas a pequena vila de Hallsands, no Devon, onde vivera. Agora, a coberto de uma nova identidade, sem dinheiro e sem ninguém, Betty repensa todas as suas escolhas, pois começar de novo não é tarefa fácil. E estava longe de imaginar que poderia envolver um assassinato…
Para sobreviver, Betty vai ter de continuar em fuga e rumar ao desconhecido."

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