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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Porque é, o ser humano, tão complicado?

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Porque é que diz que quer uma coisa se, depois, na verdade, não é nada disso que quer?

Porque ergue barreiras que, no minuto seguinte, só queria derrubar?

Depois, se aquilo que não queria, mas afinal queria, de facto, acontece, volta a não querer. Volta a rejeitar.

E torna a erguer a mesma barreira que, pouco antes, tinha acabado de derrubar.

 

Porque é que quando toma uma decisão se sente bem e seguro e, quando se vê na iminência de que venha a ser concretizada, se arrepende, e se sente triste?

Se, na verdade, também não consegue ser feliz com a não tomada dessa decisão, mas tem medo de tomar outra, de que se venha a arrepender e, por isso, mais vale não decidir nada.

Confuso?

Pois...

 

Porque é que o corpo e o coração do ser humano anda sempre em sentido contrário ao seu cérebro?

Porque é que, quando o cérebro toma uma decisão, o coração teima em contrariá-la?

E se o coração vence a primeira batalha, vem logo o cérebro, preparado para ganhar a próxima.

E assim anda, o ser humano, numa eterna guerra consigo mesmo.

 

Enquanto isso, vai a vida passando.

Vão os momentos sendo desperdiçados.

Vai a felicidade escapulindo.

E, um dia, acabam-se as complicações, as confusões, as decisões.

Porque não haverá mais nada para decidir.

Porque o tempo se esgotou.