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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Porque é que os médicos não chamam as coisas pelos nomes?

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No domingo, após algumas semanas com o ouvido inflamado, e sem que as gotas que comprei na farmácia produzissem qualquer efeito, arrisquei ir ao atendimento complementar ver se não havia muita gente, porque isto teria de ser tratado com antibiótico.

Vi duas pessoas, e pensei que era uma sorte. 

Ainda assim, demorei uma meia hora a ser chamada.

Atendeu-me uma médica nova, que me observou o ouvido, confirmou que estava inflamado, e que iria passar antibiótico.

Perguntei-lhe: mas o que eu tenho é uma inflamação, ou uma infecção?

Respondeu, a encolher os ombros, como quem não está bem certa do que está a dizer: ah, é uma infecção.

E, no fim, convicta: com o antibiótico, vai passar!

 

Não passou.

Quando vi o antibiótico que me receitou, pensei que não devia ser boa ideia porque, apesar de ser indicado para otites, é um dos mais "batidos", e ao qual as bactérias mais devem resistir. Mas eu não sou médica, por isso...

Portanto, comecei o antibiótico na segunda e, à medida que o ia tomando, ia ficando pior.

A dor no ouvido, que até então não era muita, nem constante, começou a alastrar para a cabeça, garganta, maxilar. Todo o ouvido inchado e dorido mal se lhe tocava.

 

Não valia a pena estar a insistir num antibiótico que não estava a resultar. Por isso, ao quarto dia, de manhã cedo, levantei-me, e fui novamente ao atendimento complementar.

Às 7.35h da manhã, não tinha ninguém à frente. Calculei que seria chamada rapidamente, e sairia de lá a tempo de voltar a casa, despachar-me e ir trabalhar a horas. Outro engano.

Não me perguntem como mas, desde essa hora, até às 08.20, quase uma hora depois, ninguém foi chamado. Não sei se o médico de serviço já estava farto, e não lhe apeteceu atender mais ninguém até ao fim do seu turno.

Sei que passava já das 8h, quando entrou um novo médico ao serviço. Ainda assim, demorou mais uns 20 minutos a chamar-me.

Portanto, se num hospital sem ninguém, um utente demora uma hora a ser chamado, não admira os longos tempos de espera quando se juntam mais doentes.

 

Enfim, entrei, e expliquei a situação.

Viu-me os dois ouvidos (com uns comentários pelo meio de como pôr e tirar os óculos com as duas mãos para não ficarem tortos, que naquele momento não interessavam para nada), e confirmou que o ouvido direito estava inflamado. Que novidade!

Disse-me que ia receitar outro antibiótico mas que se, em 3/4 dias, não passasse, teria de ir ao Hospital de Santa Maria.

O médico ainda estava meio a dormir, a meio gás, trocou-me o nome, e nem sequer ouviu o que a administrativa lhe disse. Demorou mais um tempão a fazer cada acção: a preencher uma receita à mão (não havia sistema), a procurar uma vinheta para colocar na receita, e à procura da ficha que a administrativa já lhe tinha dito que não estava ali.

 

E, mais uma vez, não me disse o que eu tinha ao certo. 

Não percebo porque é que os médicos têm tanto medo de chamar as coisas pelos nomes.

Sempre que vamos lá, falam sempre em inflamação, seja garganta, seja ouvido, ou o que for.

Como se inflamação e infecção fossem a mesma coisa. Como se se receitassem antibióticos para meras inflamações. Nunca dizem o nome específico daquilo que temos. Uma otite. Uma faringite. 

Aliás, parece que não gostam de falar, de todo. O tempo que estamos no gabinete é maioritariamente em silêncio, sem grandes explicações.

 

Não sei se por acharem que não vale a pena dizer, porque somos ignorantes na matéria.

Ou com receio de mostrarem que, em alguns casos, os "ignorantes" são eles.

 

Ainda assim, porque nem tudo é mau, pelo menos desta vez o antibiótico em gotas parece estar a fazer efeito, logo à primeira utilização.

"A Primeira Mentira Ganha", de Ashley Elston

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O problema, quando lemos muitos livros semelhantes, é que os seguintes podem perder o interesse pela previsibilidade da história, do enredo, das personagens e dos acontecimentos.

Não foi o caso deste, que me surpreendeu bastante, e conseguiu cativar do início ao fim, sem adivinhar nada do que ali estava a acontecer!

 

Evie foi contratada para fazer mais um serviço, e o seu alvo é Ryan.

Tal como nos serviços anteriores, ela vai recebendo instruções, em momentos diferentes. Por isso, apesar de já fazer parte da vida de Ryan, com quem namora, e de ter enviado algumas informações para o seu chefe, ela não sabe bem o que é suposto descobrir, e o que é suposto fazer.

No entanto, o seu chefe, que já não estava muito satisfeito devido ao fracasso do trabalho anterior, parece decidido a lixar a vida de Evie, mostrando que é ele que está no comando, e ela, nas suas mãos.

Mr. Smith acredita que Evie o enganou e traiu, e que tem na sua posse documentos e informações que o podem incriminar. 

Então, arranja forma de culpar Evie pelo assassinato de Amy, um dos anteriores alvos, entregando à polícia provas comprometedoras.  

Para se livrar da acusação, Evie deve entregar-lhe tudo o que guardou no cofre do banco.

Sem poder usar a sua verdadeira identidade e, aparentemente, encurralada, Evie tem pouco tempo para decidir o que fazer, e como sair ilesa de toda esta situação.

Ainda tem alguns contactos, pessoas que a podem ajudar, mas será suficiente?

 

O que posso dizer é que o jogo não começa ali, na corrida contra o tempo para se safar da prisão ou da morte certa.

O jogo, começou muito antes, e alguns jogadores nem faziam ideia disso!

Os dados, há muito, foram lançados. Resta esperar para ver quem chega à meta, e quem fica pelo caminho.

Vale a pena ler!

 

 

Sinopse:

"Evie Porter tem tudo aquilo com o que uma mulher sonha: o namorado perfeito, uma casa incrível e um grupo de amigos divertidos.
Só há um problema: Evie Porter não existe.
Até hoje, Evie não conhece Mr. Smith, o seu misterioso patrão, mas sabe que o novo trabalho não vai ser parecido com os anteriores. Sente-se próxima do seu alvo, Ryan, e começa a sonhar com uma vida diferente. Porém, Evie tem de se manter focada e não pode dar-se ao luxo de cometer nenhum erro - sobretudo depois do que se passou da última vez.
A única verdade que tem como certa, e nós também, é esta: Evie Porter não é Evie Porter. E só há uma coisa que sempre considerou sagrada: nunca revelar a sua identidade. Mas tudo pode mudar quando a verdade sobre si começa a vir ao de cima.
Naquela cidade, ao lado de Ryan, na casa perfeita, com os amigos ideais, Evie Porter vai ter de estar um passo à frente de quem a pode desmascarar e destruir a possibilidade de uma vida perfeita. Não há problema: Evie sempre gostou de desafios, e este vai ser o maior de sempre. Que comece o jogo."

O banco

(1 Foto, 1 Texto #105)

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Numa zona residencial, por entre o estacionamento e duas ou três árvores de um pequeno espaço verde (agora mais castanho), encontrei este banco.

Não percebi muito bem o porquê de o terem ali posto, meio escondido, quase à beira do precipício, virado para a estrada.

No entanto, talvez o objectivo não seja observar a estrada, ali mesmo à frente, mas mais além. Os terrenos circundantes, o horizonte.

Talvez nem esteja ali para observar o que quer que seja, mas apenas para parar, relaxar, reflectir, descansar.

Um momento de privacidade e paz, no meio do rebuliço da vida.

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto

"O Clube do Crime das Quintas-Feiras", na Netflix

O Clube do Crime das Quintas-Feiras | Trailer | Dublado (Brasil) [4K]

 

Vi-o por recomendação da minha filha.

Tem humor, tem mistério, tem drama.

E tem grandes actores, entre eles, Helen Mirren, Ben Kingsley, Pierce Brosnan e Celia Imrie.

 

O engraçado é que parecia que estava a ver um lar de actores reformados, que agora se dedicam a outras actividades, e não, propriamente, as personagens que estavam a interpretar.

Ou seja, pessoas reais.

O que, no fundo, poderia acontecer.

Num lar para idosos, podemos encontrar todo o tipo de pessoas, diferentes em muitos aspectos, com as mais variadas profissões. Até actores.

 

Coopers Chase não é um lar comum. É um conjunto de residências, cada uma atribuída a uma pessoa/ casal, onde podem ter uma vida relativamente normal e independente, com a possibilidade de optar por momentos de privacidade, ou de convívio, consoante lhes apetecer.

Em Coopers Chase, não estão apenas pessoas sozinhas, abandonadas pela família. Não estão apenas pessoas fisicamente limitadas ou acamadas.

Estão pessoas inteligentes, com os mais variados talentos, algumas ainda cheias de vida e com ocupações curiosas.

É o caso da misteriosa Elisabeth, uma espiã, do sindicalista Ron, da enfermeira Joyce e do psiquiatra Ibrahim que, agora, ocupam as quintas-feiras a tentar decifrar crimes ocorridos e a tentar solucioná-los, formando "O Clube do Crime das Quintas-Feiras".

 

Só que, a determinado momento, o grupo irá ter em mãos um crime real, presente, e que envolve o futuro de Coopers Chase, que corre o risco de ser demolido, e desalojar todos os residentes.

Com os seus conhecimentos, e a ajuda da agente Donna, também ela bastante eficiente, conseguirá o grupo resolver o mistério?

 

Destaco, neste filme, o marido da Elisabeth - um homem preso numa doença que lhe tolda a mente e a memória. No entanto, nos seus momentos "bons", conseguiu aquilo que, até àquele momento, nenhum dos quatro investigadores tinha sequer imaginado.

No entanto, lá está, a doença tem destas coisas: momentos bons, momentos maus, e algumas partidas.

Após ver confirmadas as suas suspeitas, e obter a confissão, a mente de Stephen esquece a conversa tida minutos antes.

Ainda assim, ele tem os seus truques na manga. 

 

Realço ainda a espécie de "lição" que nos é dada, quanto às novas tecnologias e métodos, por oposição aos conhecimentos mais antigos. Tal como a formação dada na actualidade, em oposição à de outros tempos. 

E existem pessoas que nem com conhecimento nem formação, conseguem desempenhar bem a sua função. É preciso perspicácia, talento, ter "olho" para a coisa, e outras competências, que não se aprendem numa escola.

 

O filme é inspirado no primeiro livro da colecção "O Clube do Crime das Quintas-Feiras", do autor Richard Osman.

 

 

 

 

 

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