Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Não a Deixes Ficar", de Nicola Sanders

image.jpg

 

Senti-me uma total marioneta, quando terminei a leitura deste thriller.

Ou uma verdadeira bola de pingue pongue, arremessada da "verdade" de um, para a "verdade" de outro.

Num momento, completamente convencida de quem era o vilão da história e, noutro, convencida de que, afinal, tinha percebido tudo mal. 

E a verdade é que nada era como eu estava a interpretar. 

Devemos confiar no nosso instinto? Devemos ficar-nos pela primeira impressão que tivemos? Pelo primeiro julgamento que fizemos?

Se, para quem está de fora, é tão fácil acreditarmos naquilo que nos é servido de bandeja, porque tudo faz sentido, para quem vive a situação, na própria pele, torna-se ainda mais complicado discernir em quem deve confiar.

Há quem seja mestre em manipular a história a seu favor, transformando todas as evidências contra si, em argumentos a seu favor, e justificativos da sua narrativa.

 

Joanne vive com o marido e a filha recém-nascida numa bonita casa.

Embora ela se sinta cansada, e algo entediada, por passar os dias em casa, mostrando vontade de voltar a trabalhar, sob pena de enlouquecer, Joanne estava longe de imaginar o quão feliz era, e quão depressa essa felicidade poderia acabar.

A filha mais velha de Richard, com quem ele não falava desde o casamento, decide fazer as pazes com o pai, e conhecer a madrasta e a meia-irmã.

No entanto, mal chega a casa, Chloe mostra logo ao que veio. Fazer a vida negra a Joanne enquanto, perto do pai, finge ser um anjinho.

E consegue mesmo criar conflitos e pôr, várias vezes, o pai contra a mulher, a quem acusa de estar a ennlouquecer, e a ser injusta com a sua filha.

Já diz o ditado que "o pior cego é aquele que não quer ver". 

 

Richard, parece recusar-se a ver.

Porquê?

Porque a verdade é assim tão abominável, que ele prefere ignorá-la?

Porque, de alguma forma, tem medo da própria filha?

Ou será que ele é tão benevolente com Chloe porque está, ele próprio, a tentar mostrar ser uma pessoa que não é?

É que, tendo em conta tudo o que vamos descobrindo ao longo da história, há que dizer que as atitudes de Richard não fazem qualquer sentido, se realmente a sua intenção é proteger Joanne e Evie.

 

E depois, como não confiar nos animais?

Sempre nos disseram que eles sabem quem é bom, e quem é mau. Que reconhecem.

Então, como duvidar quando Oscar, o cão da família, parece dar-se tão bem com Chloe e, naquele dia, ataca Richard como nunca se tinha visto?

 

Terminado o livro, confesso, ainda tenho dúvidas de qual é a verdade verdadeira!

Apesar de tudo, aparentemente, ficar esclarecido.

 

 

Sinopse:

"Alguém dentro da sua própria casa a quer ver morta… mas ninguém acredita nela.
Joanne sabe a sorte que tem: vive numa casa maravilhosa, leva uma vida tranquila, Richard é um marido fabuloso e Evie, a filha recém-nascida, é tudo com que sempre sonhou. No entanto, essa tranquilidade vai ser interrompida por Chloe, a filha de Richard. A jovem não falava com o pai desde que ele casou com Joanne, há dois anos, mas regressa subitamente para fazer as pazes. Está até disposta a mudar-se temporariamente para ajudar a madrasta com a meia-irmã.
Parece perfeito, mas a adorável Chloe mostra um lado completamente diferente sempre que Richard não está por perto. Joanne vive com um medo crescente, apesar de mais ninguém se aperceber da ameaça. Estará ela a enlouquecer? Terá cometido um erro terrível ao convidar a enteada para viver com eles?
Um thriller psicológico viciante com reviravoltas surpreendentes e chocantes!"