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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Pão Por Deus

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Hoje é dia 1 de Novembro. Feriado. Dia de Todos os Santos.

E é também dia de as crianças se levantarem cedo, pegarem cada uma no seu saquinho, e correr a vila de porta em porta, de uma ponta à outra, até ao meio dia, a pedir o "Pão por Deus"!

Ou talvez não...

Há umas décadas atrás, este dia significava que as crianças de então iam ter direito a encher os seus saquitos, com aquelas iguarias que eram demasiado caras para os pais comprarem. Era um dia de festa para a maioria das crianças pobres da região!

No meu tempo, lembro-me de ir em grupo, com as minhas amigas. Fazíamos quase todos os anos o mesmo percurso e até já sabíamos o que nos iriam dar em determinados sítios. Havia uma casa, a casa amarela e rosa, cuja moradora era dona de uma loja de roupa - então, dava-nos sempre cuecas! Às vezes tínhamos sorte, calhava-nos uma moedita ou outra!

Para quem ficava em casa, era um corrupio de crianças a bater à porta. Mal se acabava de fechar, e já se estava de novo a abrir.

As guloseimas esgotavam-se muitas vezes a meio da manhã, mas normalmente tinha mais sorte quem pedia sozinho, ou em grupos mais pequenos.

Hoje, é muito fácil qualquer criança ter acesso a todo o tipo de guloseimas. Por isso não estão para sair à rua para encher um saco com aquilo que em qualquer altura do ano podem ir à loja e comprar.

Já para não falar que há muitos pais que têm vergonha que os filhos andem a pedir de porta em porta.

Hoje, vem um grupo ou uma criança ou outra numa manhã inteira, e quem se abasteceu para dar o "Pão por Deus" às crianças, ou dá em grandes quantidades às poucas que vão aparecendo, ou acaba por ficar com quase tudo dentro das embalagens.

E assim se vai acabando com uma tradição...