Natalidade - nas nossas mãos?
Ser mãe...é algo indescritível! Algo que não se explica, mas que se sente.
Ser mãe faz-nos crescer, faz-nos rever a nossa forma de ver, e viver a vida. Faz-nos criar novas prioridades, torna-nos fortes, protectoras, verdadeiras "leoas" no que se refere ao bem-estar das nossas crias.
É um ser tão pequeno e indefeso que depende de nós! Há uma ligação muito forte desde o momento em que se começa a gerar até ao fim da vida.
Ser mãe traz-nos alegrias infinitas, proporciona-nos momentos únicos...
E eu tive o privilégio de experimentar tudo isso!
Hoje, quando vejo outras mulheres grávidas, quando a minha filha pede uma irmã, quando o meu namorado me fala em filhos, não posso deixar de pensar que gostava de ser mãe novamente.
Mas, ser mãe, acarreta muitas responsabilidades, muita entrega, muita dedicação e muitas abdicações. Ser mãe é um trabalho contínuo, sem folgas nem períodos de descanso. Ser mãe, por mais que tentem mostrar o contrário, é dispendioso em termos financeiros.
Hoje, quando olho para a minha filha, não posso igualmente deixar de pensar que tão depressa não quero ser mãe.
São sentimentos contraditórios, é verdade.
Mas ninguém quer fazer de um filho mais um número para estatística. Ninguém quer ter um filho se não tiver condições físicas e psicológicas para o fazer. Ninguém quer trazer ao mundo uma criança para ficar entregue aos cuidados de amas, avós e afins, e vê-la uma hora por dia. Ninguém vai arriscar uma gravidez, se souber que esse bebé que aí vem corre o risco de passar necessidades e dificuldades.
Cada vez mais, a natalidade é uma opção nossa. E já nem é só uma questão financeira. Embora o nosso governo não contribua em nada para ver a natalidade aumentar em Portugal, o que, de facto, limita grande parte das mulheres/ casais que querem ter filhos, essa não é a única causa da baixa natalidade no país.
Mesmo havendo condições financeiras, há muitos outros factores a ter em consideração - a vida profissional, a disponibilidade de tempo, o instinto maternal/ paternal, a vontade de assumir essa enorme responsabilidade que é a maternidade/ paternidade.
Há quem diga que custa mais educar um filho, que criá-lo! Eu penso que os dois lados da balança estão equilibrados. Dependem um do outro, tal como um bebé depende dos seus pais.
Por isso mesmo, é uma decisão que está, acima de tudo, nas nossas mãos!