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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Leitura em contexto escolar: prazer ou castigo?

A leitura faz você feliz: 10 boas razões para ler mais - greenMe

 

É certo que, com todas as novas tecnologias, redes sociais e outros entretenimentos mais cativantes, os jovens, e até mesmo os adultos, tendem a ler cada vez menos, deixando a leitura para um quinto ou sexto plano.

Se estiverem a estudar, aí sim, terão que, forçosamente, dedicar algum tempo à literatura, mesmo que não queiram.

Sempre assim foi. E esse era um dos motivos para, ao contrário do que seria a intenção, começarmos desde logo a "odiar" livros.

Porque eram leituras que não compreendíamos. Que  não nos diziam nada. Que eram aborrecidas e maçantes.

A ideia de fomentar a leitura nos mais novos não se tornava um prazer, mas antes um castigo.

 

Em pleno século XXI, continua tudo igual.

No ano passado, a minha filha tinha que escolher, de entre uma lista, um livro para ler, e fazer uma apresentação sobre ele.

Os melhorzitos, 5 ou 6, já tinham sido escolhidos. E tudo o resto não tinha o mínimo interesse. 

Em acordo com a professora, conseguiu fazer o trabalho sobre um livro que não estava na lista, mas que estava dentro dos mesmos temas e contexto.

 

Este ano, a professora de português enviou-lhes uma lista para um trabalho semelhante.

Praticamente, as mesmas obras do ano passado. Muita poesia. Livros que nem eu, ávida leitora, tenho interesse ou vontade de pegar neles. Quanto mais jovens de 17 ou 18 anos, que não fazem da leitura um hábito.

O que vai acontecer é escolherem um livro, por falta de opções, já contrariados, fazerem o trabalho sem o mínimo interesse, não perceberem nada do que leram e jurarem que, quando não forem mais obrigados, não voltam a pegar num livro!

 

De todos, só um sobressaiu. O primeiro da lista. "O Vendedor de Passados", do autor José Eduardo Agualusa.

Disse-lhe para escolher esse. Vamos ver se tem sorte.

Ir, ou não ir, ao cemitério?

Coisas da Colônia - Alma do outro mundo - Fato Novo

 

Até há pouco tempo, o familiar mais directo que tinha, no cemitério, era a minha tia.

No entanto, nunca lá fui visitar a campa dela. Não senti essa necessidade.

Também não é, propriamente, um local onde se queira ir passear. Embora conheça algumas pessoas que adoram lá ir, como se fossem a uma festa.

Não aquelas que vão porque têm lá os seus entes queridos, e querem cuidar do que é seu, ou sentem necessidade de ir por se sentirem mais próximas. Essas, respeito.

 

Entretanto, morreu a minha mãe.

E, agora, sou presença assídua por lá.

Há pessoas a quem faz confusão ir ao cemitério. Outras, que se sentem mal.

Há as que ficam tristes.

As que querem manter as aparências. As que vão por obrigação.

E as que, talvez, queiram ir para ter o seu momento a sós com a pessoa falecida. Ainda que, por aqui, dada a proximidade das campas e a quantidade delas, seja quase impossível haver essa "privacidade".

 

Eu, confesso, costumo lá ir ao fim de semana.

Primeiro, porque fica relativamente perto de onde vivo (a escassos metros), e não me custa nada. Se fosse mais longe, não iria de propósito com tanta frequência.

Depois, porque até tem estado bom tempo, e faz-se bem o percurso.

E, por último, porque, querendo ou não, é a campa da minha mãe. 

É óbvio que ela não vê, nem sente nada, e para ela, estar uma campa arranjada e com flores, ou só terra e abandonada, é igual. Devemos cuidar das pessoas, enquanto estão vivas.

E cuidámos.

Agora, continuamos a marcar a nossa presença.

Dá-me prazer enfeitar a campa dela, com flores, da mesma forma que ela gostava de flores, em vida.

 

É uma viagem rápida.

Comprei umas plantas com flor, que se dão bem no exterior, e é só lá ir colocar água nos vasos. Assim, duram mais tempo, e não há necessidade de andar sempre a comprar. E depois, quando calha, levo umas flores para pôr na jarra.

Não é uma obrigação. É um gosto.

Vou quando posso. 

Há quem, para evitar tudo isso, tempo e gastos, opte por flores artificiais. Faz o mesmo efeito. Serve o propósito, mas... Considero isso um pouco impessoal. 

 

E é isto.

Não vou lá para "falar" com ela, que isso faço em qualquer lugar.

E não me sinto mal porque, por estranho que pareça, não me vem à mente a imagem dela, ali, debaixo da terra, enterrada.

Simplesmente vou, coloco água, ajeito as flores, e saio.

 

 

E por aí, têm o "hábito" de ir ao cemitério?

 

 

 

 

 

 

Surpresa, expectativa, obrigação, aversão, mudança...

Para onde vamos?

 

Quando fazemos algo bom, por nossa vontade, uma ou outra vez, sem que a outra pessoa esteja a contar, acabamos por supreendê-la pela positiva.

E como o objectivo de surpreender até foi conseguido, por vezes, atrevemo-nos a fazê-lo mais vezes, mas...

 

Às tantas, do outro lado, gera-se uma expectativa. A outra pessoa começa a habituar-se a esperar uma acção nossa.

E isso leva-nos, de certa forma, a sentir uma "obrigação" de continuar, mesmo que já não seja supresa nenhuma, apenas para não defraudar as expectativas das pessoas.

 

Inevitavelmente, chegaremos a um ponto em que a nossa vontade é não fazer nada, porque criámos aversão àquele tipo de acções. Como se estivessemos numa espécie de "prisão".

 

No entanto, se por algum motivo, se gerar uma mudança que altere essa dinâmica, e nos devolva a liberdade, é provável que se volte a ganhar o gosto pela surpresa.

Mas com cuidado, não vá o ciclo voltar a repetir-se, e cairmos no mesmo erro.

Confinamento não é sinónimo de ficar em casa por obrigação

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No outro dia, dizia-me o meu marido "Deves ser das poucas pessoas que cumpre à risca o confinamento, não sais de casa!".

Dito assim parece que vivo enclausurada! Não é o caso.

Todos os dias vou para o trabalho, faço 4 caminhadas diárias no percurso casa-trabalho-casa.

Quando não vou às compras à sexta-feira ao almoço, vou ao sábado.

Por isso saio, caminho, faço o que tenho a fazer.

 

Já chegou a acontecer estar em casa, e ter que sair para apanhar ar.

Da mesma forma, se estou bem em casa, porquê sair?

 

Não é uma questão de cumprir o confinamento, ou de ter receio de apanhar o vírus.

É mesmo porque me sinto bem e não me faz falta andar por aí na rua só para não estar em casa.

 

Sim, é verdade que, desde que a pandemia surgiu, nunca mais almocei fora, por exemplo. Ou estivemos numa esplanada. Mas eu também não sou mulher disso. À excepção de uma ou outra ocasião especial, é sempre o meu marido que me convence e convida a almoçar fora.

Não sou mulher de andar por aí a tomar o pequeno almoço ou lanche. Normalmente, faço-o em casa. Ou levo de casa.

Não sou mulher de querer sair todos os fins de semana e andar a passear, até porque há muito para fazer em casa, e em tempo de aulas mais ainda.

E se já ando na rua, e farto-me de andar durante a semana, que sentido faz, quando posso estar descansada em casa, andar a cansar-me na rua.

Para fazer os mesmos passeios de sempre? Onde já andámos mil vezes?

 

Portanto, não me estou a privar de nada, nem a obrigar a nada. 

Estou a agir conforma já agia.

Não fico em casa por obrigação. Porque é confinamento.

Fico em casa se, quando, e porque me apetece.

 

 

Finalmente, a substituição do contador da electricidade mas...

(vamos ver se não tem "fava!")

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No início deste ano, recebi uma carta da EDP a informar que iriam proceder à substituição do contador da electricidade.

Agendei para hoje de manhã.

 

Há uns dias, o senhorio perguntou-me se tinha recebido alguma coisa. E que ele também tinha recebido mas, como já tinha novos, não precisava de fazer nada. Voltou a dizer que, provavelmente, iriam passar o contador para o exterior. 

 

Conforme combinado, hoje vieram cá.

E alertaram logo que íamos ter problemas, que provavelmente iríamos ter que pagar coimas, porque alguém tinha andado a mexer no contador e este estava desselado.

Está explicada a conversa e perseguição de que falei aqui aqui, feita pelo senhorio, e pelo electricista que ele contratou, para fazer asneira onde não devia.

Nessa altura, o senhorio pediu-me para deixar o electricista ver qualquer coisa, e medir um cabo qualquer para o local onde queriam instalar o contador novo.

Uma pessoa, achando que estão a agir de boa fé, deixa.

No fim, o que o electricista fez foi tirar um cabo, e desselar o contador, sendo que, apesar de o poder fazer,  tinha a obrigação de comunicar e, a seguir, pedir à EDP que viesse selar novamente, o que não fez.

Daí a conversa dele das multas, de a EDP poder achar que estávamos a roubar electricidade. Não era por o contador estar em casa, e não na rua. Era pela asneira que tinha feito.

 

Nessa altura, desconfiámos que algo poderia não estar bem. Mas, confesso, não consegui perceber se o contador estava desselado ou não. E quis acreditar que um técnico creditado não faria nada que pudesse não estar de acordo com a lei.

 

Então e agora, se realmente entenderem mandar uma coima, quem é responsável, e quem a irá pagar?

O senhorio, que foi quem me pediu para deixar o electricista lá ir?

O electricista, que fez asneira?

Ou eu, que sou a detentora do contador e do contrato, e deixei que lá mexessem?

Pois...

 

Já disse ao meu marido, no contador novo, ninguém mais toca.

E só para perderem a mania, o contador não foi para o exterior, como eles queriam desde o início, mantendo-se dentro de casa.

Agora, é esperar que a EDP perceba que não adulterámos os consumos, e não nos mande um "presente" para casa.