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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Tríptico

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A cavalo dado, não se olha o dente!

E eu não olhei até porque, apesar de ser oferta, o livro agradou-me.

Depois de lido, a opinião não poderia ser melhor: é uma história pontuada por crimes macabros, um suspeito já anteriormente acusado por um crime semelhante que está de volta à liberdade depois do cumprimento da pena de 20 anos, um polícia determinado (ou não) a investigar e encontrar o assassino, e uma policial e um investigador com um passado comum, que não conseguem estar juntos por muito tempo, mas que não podem estar longe um do outro.

Ao contrário de outras histórias, esta não esperou pelo final para desvendar o assassino. Mas deixa para o final o que ele vai, ou não, conseguir fazer antes de ser apanhado, e se sairá impune ou não.

O que é curioso é que no meio de tantas analepses, e histórias que nada tinham, à partida, em comum, vamos encontrar um elo de ligação, que vai ajudar a perceber tudo o que aconteceu, e como aconteceu.

Uma prova de que, não raras vezes, a justiça comete erros, pelos quais pagam pessoas inocentes que ficam, assim, com a sua vida destruída, enquanto os verdadeiros culpados seguem impunes, como se nada tivesse acontecido.

Uma prova de que, quando se trata de salvar a pele, é cada um por si, em primeiro lugar os seus, e não se pode confiar em ninguém.

Uma prova que algumas pessoas acreditam naquilo que querem acreditar, sem questionar.

Nesta história, a única pessoa que acreditou até à morte na inocência de John Shelley foi a sua mãe, e é com a ajuda do dossier que ela preparou com anotações e questões nunca investigadas, que a irmã de Jonh vai ficar, pela primeira vez, do lado do irmão e o vai impedir de ir novamente para a cadeia, por crimes que alguém anda a cometer em seu nome.

Quem será que se esconde por detrás da fachada Jonh Shelley? Quem é que anda a comprar casas e carros em seu nome, quem é que anda a adquirir e pagar mensalidades de vários cartões de crédito por si?

E que segredos esconde o polícia Michael Ormwood, além de trair a sua mulher com a vizinha do lado? Em que negócios menos lícitos andará ele envolvido? Teremos, mais uma vez, uma personagem a deixar a imagem da polícia em maus lençóis? 

A resposta a esta, e a todas as outras perguntas, em Tríptico, de Karin Slaughter!

 

 

Nem quero imaginar...

 

...se acontecesse comigo.

 

E não é que não tenha tido esse medo durante algum tempo. A verdade é que uma situação semelhante me passou pela cabeça muitas vezes, mas felizmente as coisas compuseram-se, de forma civilizada.

 

Também aqui, apesar das dificuldades e problemas já conhecidos, tudo parecia correr normalmente. Até ao dia em que o pai se lembrou de ir a casa da mãe, sem esta estar em casa, pegou no filho e levou-o com ele.

Não é uma história, é a realidade e passou-se com uma vizinha minha que conheço desde a infância.

Estivémos grávidas na mesma altura, o filho dela é apenas dois meses mais velho que a minha, e frequentam a mesma escola. Ou melhor, frequentavam.

É que desde o dia em que o pai levou o miúdo sem autorização, este nunca mais foi à escola. E o pai recusa-se a entregá-lo à mãe. Já lá vão umas 2 ou 3 semanas.

Não está em parte incerta, está na sua casa. Mas, ao que parece, a polícia nada pode fazer enquanto não sair o mandato do tribunal.

Enquanto isso, a mãe espera (e desespera) sem saber como está o filho. Por outro lado, a continuar assim, o menino arrisca-se a perder o ano na escola.

Será que este pai não vê que esta situação só prejudica o filho? Será que não há nenhum familiar capaz de lhe pôr juízo na cabeça e fazer o que está certo?

É que, se a mãe estiver a contar com a rapidez da justiça, dá tempo de o pai desaparecer com ele, antes de sair o mandato.

Bola de Ping Pong

 

Por vezes sinto-me uma bola de ping pong! Ora sou lançada para um lado, ora sou lançada para o outro. Ao meio não posso ficar...

Por vezes, sinto-me uma boneca de trapos, a quem puxam de um lado, e puxam do outro, ao mesmo tempo. E se, de tantos puxões levar, a boneca se rasgar?

Por vezes, sinto-me um árbitro em pleno estádio de futebol! A tentar perceber de que equipa foi falta e a quem tenho que mostrar cartão.

Por vezes, sinto-me um polícia, a tentar manter a ordem...Um bombeiro, a acudir a um incêndio daqui, a um acidente dali.

Por vezes, sinto-me um juiz, que todos os dias tem que zelar para que a justiça seja feita, avaliar de que lado está a razão, a validade dos motivos...

Por vezes, sinto-me num debate a fazer mediação!

Tento desdramatizar, desvalorizar, contornar, dar a volta, manter um equilíbrio. Mas há momentos em que se torna difícil.

Como diria uma perita nestes assuntos, pessoas que vivem nesta situação são as mais susceptíveis de vir um dia a apitar bem alto, a dar o grito que ninguém esperava ouvir.

É uma posição ingrata...