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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Provas finais do ensino básico

 

 

A primeira fase de provas nacionais, para o 4º e 6º ano, já lá vai.

Agora é o momento da correcção, que leva muitos professores a deixar de dar aulas, para exercer a função de avaliadores.

É o caso da professora da minha filha. E, se formos ver, no caso do 4º ano, estamos a duas semanas do fim das aulas. 

Ontem, ficou em casa, tal como vai ficar na sexta-feira. Quinta-feira, é o feriado municipal. Quarta-feira, é dia de Feira da Espiga na escola. E hoje vão fazer uma visita de estudo. Uma semana em grande para descontrair da pressão das provas.

Na próxima semana (a última), mais uma visita de estudo e duas tardes sem aulas. E está o ano concluído. Pelo menos para quem não tiver que recuperar na 2ª fase.

Quanto às provas, a Associação Nacional de Professores de Matemática (APM) considerou a prova nacional do 4.º ano daquela disciplina, feita na passada quarta-feira por cerca de 110 mil alunos, “extensa e com um grau de dificuldade considerável”.

Já a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) diz que o grau de dificuldade é “adequado” e defende que um aluno com uma preparação sólida terá uma classificação de 4 ou mais na prova.

Eu, pessoalmente, achei a prova de matemática deste ano mais difícil que a do ano passado. É verdade que tem exercícios facílimos. Mas há outros mais complicados, em que não se compreende o que é pretendido. Quanto à de Português, a professora da minha filha considerou a deste ano mais fácil que a do ano anterior. Pelo que vi, também me parece que sim. Pelo menos no que se refere aos textos e respectiva interpretação.

Agora é esperar que os professores, com os resultados destas provas na mão, façam contas à nota final que irá determinar quem está, automaticamente, aprovado, ou quem segue para a 2ª fase de provas, em pleno período de férias de verão.

A sério?

 

Em declarações à Renascença, Nuno Crato refere que pretende que "todos os alunos passem, mas que passem sabendo" e que "estas provas finais são um passo nesse sentido".


A sério? Pois eu lamento discordar do Sr. Ministro.


E não vou falar de todo o aparato que as mesmas envolveram, da aparente falta de organização e de meios, das contestações dos pais, nem do valor atribuído a estas provas. Já disse anteriormente que não concordo com o peso das provas na avaliação global. Aceito que haja uma introdução de provas e exames, para que os alunos se vão ambientando com uma situação que passará a ser mais frequente ao longo das suas vidas enquanto estudantes, que sirva como estudo meramente estatístico para avaliar os conhecimentos dos alunos e a eficácia dos métodos de ensino que estão a ser aplicados, mas não mais do que isso.


Quanto às afirmações do Sr. Ministro, simplesmente, parece-me contraditório afirmar que os alunos devem passar sabendo, quando na prática isso não acontece. Penso que ainda se aplica em muitas escolas a política de dificultar ou mesmo evitar os chumbos.


Segundo afirmações de alguns professores, pretende-se "Dificultar os chumbos para fabricar o sucesso. É este o objectivo das várias condições que têm de ser cumpridas para se poder reprovar um aluno no básico. Planos de recuperação, justificações escritas e uma legislação que determina claramente que a retenção só ocorre após a aplicação de uma avaliação extraordinária, são alguns dos pressupostos que têm de ser cumpridos. E, para chumbar um aluno duas vezes no mesmo ciclo de ensino, a escola tem de contar com o aval dos encarregados de educação."

 

Não é preciso ir muito longe: na turma da minha filha, existem pelo menos duas crianças que, pela lógica, já teriam ficado retidas num dos anos anteriores. No entanto, até agora, têm passado sempre, talvez devido aos planos de recuperação.

Por outro lado, uma das primas da minha filha chumbou no 2º ano e, no 4º, a professora perguntou aos pais se queriam que ela a passasse ou chumbasse, uma vez que não estava preparada para seguir em frente para o 2º ciclo. Os pais optaram por retê-la mais um ano.


Agora expliquem-me como é que uma criança que passa sempre, sem que esteja em condições para isso, sem que saiba o necessário para isso, chega depois ao 4º ano preparada para uma prova deste género. E porque é que, só na transicção do 1º para o 2º ciclo, há esta preocupação toda para que os alunos passem, sabendo, quando até aí passaram sem saber?


 


 

 

 


Culpado!

 

Esta é a palavra mais temida por todos aqueles que estão a ser julgados pelos mais variados crimes, principalmente se esta sentença se traduzir em pena de morte.

Embora seja mais um tema polémico - por que razão punimos alguém que cometeu um crime, com um crime - não é sobre isso que quero falar, mas sim sobre o funcionamento da justiça que leva à condenação de suspeitos sem provas conclusivas, sem fundamentos válidos e, muitas vezes, de pessoas inocentes.

Porquê? Porque, nesses casos, não se procura o culpado, mas sim um culpado! Seja ele qual for. É mais prestigiante para todos que um caso seja encerrado com um suspeito condenado pelo crime, do que um caso pendente ou arquivado sem suspeitos. Por isso, é bastante conveniente encontrar um "bode expiatório", alguém que esteja no local errado à hora errada, alguém a quem possam atribuir as culpas, com base em suposições pouco consistentes, sem provas concretas mas com um motivo, aparentemente, credível.

Ainda que a possibilidade de essas pessoas serem, de facto, culpadas, seja reduzida, e se pudesse ir mais fundo na investigação, analisando toda a informação recolhida, seguindo todas as pistas e não apenas aquela que mais convém, esgotando todas as hipóteses possíveis, não é isso que acontece.

E assim se atiram, com frequência, inocentes para uma cela ou para um corredor da morte.

Mais tarde, podem até constatar que afinal erraram. Podem, quem sabe, ir a tempo de corrigir o erro. Ou talvez já seja tarde. O que nunca conseguirão fazer é apagar toda a transformação que a vida desses inocentes sofreu com tais enganos. E essa, é a pior consequência...

 

 

 http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=35964&op=all

 

 

Embora tenham sido vários filmes a darem o mote para o post de hoje, a verdade é que há casos bem reais!

 

 

 

A (má) política dos exames

Estamos em épocas de exames, testes, provas e outras invenções que se lembraram de aplicar à educação ao longo dos anos.

Eu devo dizer que não gosto. Não sou a favor. Não acho justo. E não é por considerar que não devam ser feitos, mas por não concordar com o peso que lhes atribuem na avaliação final.

É certo que estes métodos de avaliação incluem matéria que, supostamente, foi dada ao longo do ano e, quem sabe durante o ano todo, também saberá no fim do ano.

Mas o ensino não é semelhante em todas as escolas. Até dentro da mesma escola, os professores podem ensinar de formas diferentes.

Por outro lado, sabemos que cada um de nós se deve habituar a lidar com a pressão, que pode aparecer em qualquer fase da nossa vida.

Mas também é sabido que, nestas ocasiões, o nervosismo, o stress e a pressão podem ter um efeito negativo. Por vezes, bloqueamos. Sabemos tudo, mas naquele momento parece que tudo se apaga.

E não é justo que um simples exame tenha o peso que tem, quando um aluno se esforçou durante meses a fio. Mais injusto é quererem aumentar ainda mais a percentagem, e o número de disciplinas sujeitas a exame.

Não acho bem...e tenho dito!

 

Under pressure - Sob Pressão

 

Em semanas de fichas de avaliação e provas intermédias, penso que estou mais agitada, nervosa, preocupada e ansiosa do que a minha filha!

É verdade que é ela que vai ser avaliada mas, por detrás da avaliação dela, é como se também eu estivesse a ser avaliada!

Será assim que se sente um professor? Mesmo sabendo que fez um óptimo trabalho, não estará sempre, nestes momentos, um pouco apreensivo quanto aos resultados do mesmo, na prática?

Eu sei que, como mãe que sou, e professora que não sou, fiz o melhor que pude, expliquei como consegui e tentei, com vários exercícios, prepará-la em casa, da mesma forma que a professora preparou os colegas dela na escola, para que mantivesse classificações semelhantes às que tem tido ao longo do ano.

Agora, apenas nos resta aguardar. Só que, de uma certa forma, da avaliação que ela tiver, conseguirei depreender se o meu trabalho e esforço foram úteis, ou se foram em vão.

A ver vamos...