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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

À Conversa com a associação Rafeiros SOS

 

Hoje a rubrica "À Conversa com..." é, mais uma vez, dedicada aos animais, sendo a convidada a associação RAFEIROS SOS!

A Fátima, voluntária que tem assegurado uma parte da área da comunicação, e com quem mantive  contactos para que hoje vos trouxesse aqui esta entrevista, quis dar a conhecer um facto que, pessoalmente, lhe merece a maior admiração, e que aqui partilho:

"Os motores da associação são 2 pessoas, mãe e filha, que há anos vêm trabalhando em prol dos animais. A filha tem na presente data, apenas 18 anos, feitos em dezembro. 

Ou seja, enquanto muitos adolescentes mal sabem articular a palavra "solidariedade" esta miúda desde  os 12/13 anos vêm trabalhando ativamente, inicialmente como voluntária noutras associações zoofilas (atividade que ainda mantém, com menor intensidade) e depois na Rafeiros SOS. 

É uma peça chave na associação, é ela que administra a medicação aos animais, que trata dos casos mais complicados, que sabe tudo sobre todos os animais... e ainda superintende nos processos de adoção, gere a pagina no facebook, responde a solicitações, procede a resgate de animais em risco etc etc. Se alguém tem alguma dúvida, algum problema que não consegue resolver - chama-se a Débora. Todos nos esquecemos que ela tem a idade que tem, parece que já viveu 3 ou 4 vidas, considerando tudo o que já fez.

A nível escolar, está a melhorar as notas do 12º ano, tendo como objetivo conseguir entrar na faculdade de Medicina Veterinária. 

Esta miúda é uma das pessoas mais maduras que já conheci e é um exemplo não só para os jovens mas para muitos adultos."

 

Um bom exemplo, sem dúvida!

Deixo-vos então a entrevista:

 

 

 

Como é que nasceu a RAFEIROS SOS?

Tudo começou com um forum. 

A ideia era ter um espaço onde pudéssemos divulgar os animais que se encontravam para adoçao ou em risco de abate nos canis municipais. Começamos a apanhar os animais e, em especial, os gatos e a ir buscá-los ao canil de Lisboa que na altura tinha umas condições horríveis. Ainda fizemos algumas manifestações por causa da falta de condições, exercendo pressão para que algo fosse mudado... 

Os gatos assim resgatados ficavam em FAT (família de acolhimento temporário) na casa de uma amiga. Esta teve de sair do pais por uns tempos e pediu-nos para tratarmos dos gatos dela. E deixou-nos a casa à disposição para irmos acolhendo alguns gatos. 

Mas cada vez estes eram mais e mais, o espaço era pequeno e os vizinhos fizeram queixa da policia. Tivemos de mudar de abrigo. 

Estamos no novo gatil desde Agosto de 2014. Em Outubro de 2015 ampliamos o espaço, aumentamos para o dobro e conseguimos melhorar em muito a qualidade de vida dos nossos gatinhos. Continuamos sem espaço para acolher cães, pelo que os que temos à nossa guarda encontram-se em FAT ou em situações de transição.

 

Onde é que ficam situadas as vossas instalações? 

Estamos na Amadora mas ajudamos animais de todo o pais. Já recebemos gatos de Castelo branco bem como uma cadela do Porto.

 

Quais são as vossas principais linhas de actuação? 

Efectuamos resgate de animais em risco, designadamente os abandonados ou negligenciados pelos seus tutores, procedemos à esterilização de colónias e prestamos apoio a famílias carenciadas que tem animais, apoiando na alimentação e fornecendo cuidados veterinários em especial a castração/esterilização por forma a evitar a desnecessária reprodução. Os animais que resgatamos são tratados pelos veterinários com quem temos acordo e encaminhados para adoção, exceto os que só são felizes na sua colónia, que já não são sociabilizáveis.

 

A RAFEIROS SOS actua apenas na ajuda a gatos abandonados ou maltratados, ou também cães ou outros animais que possam precisar da vossa ajuda? 

Ajudamos todos os animais que conseguimos. Já tivemos pombos feridos, que foram recuperados e soltos. Coelhos doentes que iam ser abatidos (só conseguimos salvar um mas este foi adotado). Também já efectuámos uma intervenção para salvar patos e galinhas que estavam a ser muito mal tratados e que não tinham as mínimas condições: as galinhas estão atualmente connosco e os patos foram para um santuário. Temos em 6 cadelas a nosso cargo, estando uma delas num hotel para cães, por falta de alternativas. 

Não obstante, o foco da nossa atividade está, efetivamente, centrada nos felinos, por falta de instalações que permitam uma solução mais abrangente.

 

Para além da adopção, existe também a possibilidade de as pessoas poderem apadrinhar um animal. Tendo em conta a vossa experiência, é mais fácil um animal de estimação ser adoptado ou apadrinhado? 

É mais fácil ser adotado. Muitas pessoas desconhecem a figura do apadrinhamento e outras preferem investir, quer financeira quer emocionalmente, num animal que têm consigo.

 

À semelhança do que acontece com a adopção de crianças, ainda existe muita discriminação relativamente a alguns animais? As aparentes limitações físicas, cor do pelo, idade ou raça são factores que dificultam essa adopção? 

Sim, claro. 

No que respeita à idade, as pessoas têm preferência por gatos bebés, com menos de 4 meses. Conseguir adotante para um gato sénior é muito difícil. 

Quanto ao aspeto, já se sabe que é muito determinante: os gatos pretos pretos dão azar, as tartarugas são feias e os tigrados são os muito comuns. São os que ficam para trás. 

Gatos deficientes - muitos gatos nascidos na rua têm coriza que ataca os olhos, podendo conduzir à cegueira total ou parcial, envolvendo com frequência a remoção do(s) olho(s) afetado(s) - e gatos com Fiv e Felv é para esquecer, ninguém os quer.

 

Ainda se observa um aumento considerável do abandono de animais de estimação em épocas específicas do ano, nomeadamente, no verão, ou as pessoas já estão mais consciencializadas, e procuram alternativas? 

Há abandono durante todo o ano. 

É certo que recebemos muitos mais animais no verão do que no resto do ano mas não está provado que tal resulte necessariamente de abandono face à eminencia de férias. Sucede que no  inicio da primavera é quando as gatas estão com o cio e por isso no fim de primavera/inicio de verão há bebés por todo o lado.

Pessoas mal formadas e que abandonam animais sempre existiram e continuarão a existir. A criminalização do abandono e maltrato de animais colocou este assunto na ordem do dia, existindo hoje um maior conhecimento das autoridades e da população em geral, mas que ainda não se traduziu numa real inversão de valores.

As associações cuja localização é do domínio público continuam a ver-se confrontadas com animais abandonados às suas portas, alguns atirados por cima dos portões ...

 

Em 2015 vimos, por exemplo, casos de refugiados que fugiam da guerra mas, ainda assim, traziam consigo os seus animais. Em Portugal, e dada a crise financeira que temos vivido nos últimos anos, sentem que essa crise tem levado mais donos a abandonarem os seus animais de estimação?

Não temos estudos que sustentem essa teoria. É certo que com frequência vemos na internet testemunhos de pessoas que invocam "a crise" para se desfazer dos seus animais mas não sabemos até que ponto tal não configura uma mera desculpa, ou seja, se tal abandono decorre de uma real insuficiência financeira ou se este se verificaria em qualquer caso.

Emergiu, contudo, uma realidade não negligenciável decorrente da emigração de pessoas, que procuram soluções económicas fora do pais. Nalgumas situações estas pessoas  não levam o animal consigo e nem sempre os familiares e amigos são uma solução.

 

No ano passado conseguiram encontrar famílias para cerca de 140 animais. Qual é o vosso objectivo para 2016? 

A nossa ambição para 2016 é aumentar tudo, o número de animais resgatados, o número de adocoes, de esterilizações, de animais que de alguma forma ajudamos. Para tal precisamos de encontrar soluções de financiamento, precisamos de mais apoios, precisamos que as pessoas façam parte da solução e não fiquem à espera que as associações sejam a solução pois estas não têm apoios institucionais.

Precisamos também de aumentar o número de voluntários pois o trabalho é muito.  

 

De que forma é que as pessoas podem ajudar a vossa associação?

As pessoas podem constituírem-se sócios, podem apadrinhar, oferecerem-se como voluntários, serem agentes ativos em campanhas de angariação de bens, efetuarem donativos em dinheiro ou em espécie... 

Mesmo quem não tem recursos disponíveis pode ajudar partilhando os nossos apelos, ajudar a divulgar os nossos animais, constituir-se como ponto de recolha de donativos na sua área e sensibilizar a comunidade onde se insere para a necessidade de esterilizar, de  não abandonar e também de não ficar indiferente. 

Gostávamos que todos pensassem que de "muitos poucos se faz muito", que todas as ajudas são importantes e que podem fazer realmente a diferença.

 

Muito obrigada pela vossa contribuição para esta rubrica!

 

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Mais informações em https://www.facebook.com/RafeirosSOS/?fref=ts

 

 

 

 

 

 

Porque não existem famílias disponíveis para Acolhimento Familiar?

 

Se a ideia é boa ou não, não sei. Cada caso é um caso, e é muito difícil prever o futuro.

Por norma, uma criança estará sempre melhor se acolhida por uma família, que reproduzirá exactamente o ambiente familiar que era suposto ter, do que numa instituição, com outras crianças.

Mas nem sempre as famílias que acolhem as crianças são recomendáveis. Assim como existem instituições onde o risco é maior do que aquele que em que viviam até serem retiradas à família biológica.

Em Portugal, a nova lei prevê, até aos seis anos, o acolhimento familiar de crianças que tenham sido retiradas aos pais

O objectivo, ao querer integrá-las em famílias de acolhimento em vez de irem para instituições, é proporcionar-lhes um ambiente acolhedor, enquanto aguardam uma solução para o futuro, que pode passar pelo regresso a casa ou pela adopção.

No entanto, torna-se difícil concretizar esta medida, uma vez que não existem famílias disponíveis.

Em 2013, apenas 374 crianças estavam integradas em famílias de acolhimento, a maioria delas situada no norte do país. Em Lisboa, nem uma! Segundo a Segurança Social, 90% dos menores que em 2013 estavam à guarda do Estado, viviam em lares e centros de acolhimento, instituições com dezenas de menores e onde o acompanhamento é feito por técnicos.

Mas porque é assim tão difícil encontrar famílias disponíveis?

Em primeiro lugar, porque o acolhimento familiar exige um grande compromisso da parte dessa família de acolhimento para com a criança acolhida.

Depois, os casais temem afeiçoar-se à criança que mais tarde, vão ter de entregar e são pouco receptivos a uma das missões da família de acolhimento que é facilitar, e até mediar, a relação da criança com a família de origem. 

Outro dos factores é não saberem que criança virá, quando e por quanto tempo porque, apesar de a lei dizer que é uma medida transitória, na prática as crianças acabam por ficar mais tempo, na maioria das vezes mais de cinco anos. 

Também não ajuda o facto de, sendo família de acolhimento, não se poder candidatar à adopção.

Tudo isto leva a que as pessoas optem por outros caminhos, que não o do acolhimento familiar, afinal, é preciso ter uma grande preparação psicológica, uma grande entrega mas, ao mesmo tempo, um grande desprendimento ao relação à criança. Quem é que está na disposição de aceitar uma criança em sua casa por alguns anos, promover nesse tempo o contacto com a família de origem e saber que a qualquer momento ela pode ir embora?

 

 

Porque continuo em desacordo ortográfico?

Já há uns anos escrevi sobre este assunto AQUI.

Desde então, a minha opinião não mudou. 

E a questão que se coloca não é, como muitos defensores querem fazer crer, a objecção à evolução natural da língua portuguesa; a dificuldade em aceitarmos que a língua está em permanente mudança, e que é isso é benéfico. Que, se assim não fosse, ainda escreveríamos determinadas palavras como há décadas atrás, e que agora já nos esquecemos e consideramos erradas.  

E não me venham dizer que não é a primeira vez que assinamos um acordo ortográfico, que introduziu alterações à forma como escrevemos, e nunca houve tanto alarido como agora. 

A questão é que este acordo não trás uma evolução na língua original portuguesa, mas sim uma adaptação. Uma adaptação a uma única norma, para todos os países de língua portuguesa que, até agora, se guiavam por duas normas distintas.

Só que, em vez de serem os restantes países a adoptarem a forma de escrita do português de Portugal, e assim reduzir as diferenças, foi Portugal a adoptar a forma escrita dos outros países, mais precisamente, do Brasil! 

Como se isso já não fosse suficiente mau, a juntar a todos os estrangeirismos que, aos poucos, vamos vendo serem adicionados ao nosso dicionário, este acordo ortográfico é ainda mais questionável na medida em que continuam a prevalecer, para alguns vocábulos, as duas normas. Quando as divergências não são resolvidas na totalidade. Quando, em palavras em tudo semelhantes, umas mudam e outras não. Quando as alterações podem alterar todo o sentido de uma palavra e de uma frase.

E não me venham dizer que há muitas pessoas a criticar o novo acordo, mas que nem com o antigo sabem escrever porque, se é verdade que isso acontece, agora, ainda acontecerá mais. 

Porque quem já está habituado ao acordo antigo, quase tem que aprender a escrever novamente e, na dúvida, pode achar que todas as palavras a que estava habituado já não se escrevem sabe, e acabar por pecar de tanto querer escrever como manda a nova regra.  

Por isso, sim, continuo em desacordo ortográfico!

 

Vamos ajudar o Lobo Ibérico

Quando a minha filha vem da escola e me diz que precisa de dinheiro, começo logo a pensar "mas o que é que inventaram desta vez?" É que há sempre qualquer coisa: ou é rifas, ou é passeios, ou é outra coisa qualquer.

Mas desta vez, até gostei da iniciativa. E ela anda muito entusiasmada com a ideia de ser "madrinha" de um lobo!

Mas não é um lobo qualquer. É um Lobo Ibérico!

Sim, ao que parece, cada turma tem que juntar o montante de 45 euros para poder adoptar um lobo. 

A iniciativa vem na sequência da campanha do Grupo Lobo "Não Deixe os Lobos Sem Abrigo", que tem por objectivo a angariação de fundos para a compra do terreno onde se situa o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico.

E mais tarde, irão fazer uma visita ao Centro, onde poderão cumprimentar o lobo por eles adoptado.

Se quiserem saber um pouco mais sobre o Lobo Ibérico, o Centro e a campanha, podem obter toda a informação no site  http://lobo.fc.ul.pt/?page=conteudos/cr_lobo_iberico.

O Menino que ninguém amava

 

"Justin tinha apenas cinco anos quando a mãe, toxicodependente, o deixou sozinho em casa com os irmãos de dois e três anos. Desesperado, Justin acaba por incendiar a casa e é então entregue ao cuidado dos serviços sociais. Seis anos mais tarde, Justin chega a casa de Casey e Mike - um casal de acolhimento especial, vocacionado para casos problemáticos. Para Casey e Mike depressa se torna clara a dimensão do desafio que têm pela frente e, à medida que a terrível verdade sobre os primeiros anos de vida de Justin vai sendo revelada, apercebem-se de que estão a ver apenas a ponta do icebergue. Uma história verdadeira de abuso e abandono, que é também uma fonte inspiradora, capaz de mudar a perspetiva que temos da nossa própria vida..."


Um livro que reflecte a actualidade, e que promete muitas emoções!