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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"A Menina de Neve" - segunda temporada

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Miren Rojo está de volta!

Depois dos acontecimentos da primeira temporada, Miren tem passado o tempo a promover o seu livro, em apresentações e sessões de autógrafos.

É, aliás, numa delas que, inesperadamente, Miren recebe um envelope com uma fotografia perturbadora, de uma rapariga desaparecida há cerca de 9/10 anos - Laura Valdivia, e um desafio.

 

Ao mesmo tempo, uma adolescente, aproximadamente da mesma idade que Laura tinha aquando do desaparecimento, é encontrada assassinada, de uma forma macabra.

Miren acredita que os dois casos estão interligados, e que estão relacionados com "O Jogo da Alma", uma espécie de desafio virtual que coloca em risco a vida dos adolescentes, propondo-lhes diversos desafios perigosos e, quem sabe, mortais.

 

De volta ao Diario Sur, e agora com um parceiro, Miren e Jaime têm que escrever um artigo sobre o crime ocorrido.

No entanto, a obcessão de Miren leva-a a investigar a fundo a possível ligação entre os dois casos e, a determinado momento, ela própria começa a jogar o jogo que, segundo quase todos, não passa de um mito.

Há gente perigosa que não quer remexer no passado.

Há pessoas influentes que não querem que se descubra a verdade.

Mas Miren não quer saber de nada disso. E não pára.

 

A lidar com uma dura perda, e obrigada, na sua busca pela verdade, a enfrentar os seus maiores receios e traumas, Miren poderá não ter uma terceira oportunidade de sair ilesa, ou viva.

 

Com apenas 6 episódios, vale a pena ver esta nova temporada, que nos deixa um gostinho, e a esperança, de que uma terceira venha por aí!

 

"A Lista do Sr. Malcolm"

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Um filme romântico de época, que põe à prova relações de amizade, e o amor entre os vários protagonistas.

Julia é uma mulher fútil e mimada, que fica furiosa com a rejeição do homem mais cobiçado da temporada - Sr. Malcolm - que, fica ela depois a saber, tem uma lista exigente sobre as características que procura na mulher que virá a escolher para esposa.

 

Já a sua amiga Seline é uma mulher sem grandes títulos ou posses financeiras, que vive no campo, mas muito culta e informada, para além da sua beleza natural, e muitos outros predicados que poderão preencher os requisitos impostos por Malcolm.

 

Assim, Júlia convida Seline para passar uma temporada na sua casa, e conquistar o Sr. Malcolm, para depois entregar, ela mesma, a sua lista de exigências para um homem. Esta seria a sua forma de se vingar da rejeição, fazendo-o provar do próprio veneno.

Só que Seline e Jeremy apaixonam-se de verdade.

 

Da mesma forma que Júlia começa a gostar de Henry.

Só que ela é tão egoísta e invejosa, e está tão ressabiada, que não só não assume o interesse, como também não permite que a sua melhor amiga seja feliz.

E quando percebe o disparate que fez, e o que está a pôr em risco, pode ser tarde demais para corrigir os erros.

 

É um filme mediano.

Vê-se bem mas não é arrebatador. 

"O Agente da Noite" - 2ª temporada

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O problema das segundas temporadas é que, na maior parte das vezes, chegam muito tempo depois das primeiras.

Neste caso, cerca de dois anos.

É certo que a base - Peter e Rose - mantém-se, e acaba por ser uma nova história, por isso, apanha-se bem.

Ou talvez não...

 

É que tudo acontece tão rápido, e são tantos os mistérios, que acho que precisava de ver outra vez para apanhar mesmo tudo.

Surgem personagens que, depois, são descartadas, sem direito a mais. Não custava nada uma última palavra, um término, por mínimo que fosse.

 

Nesta temporada, Peter é, oficialmente, um agente da noite, em início de funções no terreno, depois de um curto e intensivo treinamento.

E, como todos os agentes e similares, aconselhado a esquecer Rose, a pessoa que o pode desestabilizar ou servir de arma contra ele, dada a relação entre ambos.

Por isso, Rose não tem notícias dele há meses, até que recebe uma chamada suspeita, que a leva de volta ao pesadelo de onde ainda está a tentar sair.

Mas, por outro lado, volta a juntá-la a Peter.

 

E revela-se uma ajuda de peso, e essencial, nesta nova missão a que se propôs: evitar a ameaça que representa o KX, uma arma química criada no projeto governamental Foxglove desenvolvida, inicialmente, como uma medida preventiva, mas que se torna uma ferramenta mortal nas mãos do criminoso Viktor Bala e da sua equipa.

Ao mesmo tempo, assistimos a uma manipulação das eleições presidenciais, para a qual contribuiu Jacob Monroe que, agora, tem Peter nas mãos.

 

Paralelamente mas, ao mesmo tempo, interligada, temos a história de Noor, assistente na embaixada do Irão, que tem como principal objectivo garantir asilo para sua mãe e irmão, que vivem no seu país natal.

Para isso, fornece informações ao governo dos Estados Unidos, sobre o Irão, em troca de ajuda, o que a vai colocar em risco, e envolvida numa trama mais perigosa do que esperaria. 

Determinada, persuasiva, desesperada, ela consegue fazer com que a mãe venha para Nova Iorque mas, pelo caminho, perde o irmão, que se recusa a partir, e acaba baleado.

 

O final deixa antever uma terceira temporada mas, para já, há muitas feridas para curar, consequências para digerir, e culpas para amenizar.

Mais uma vez, e para o bem de ambos, Rose e Peter separam-se definitivamente.

Ou, talvez até à próxima missão!

"Para a Minha Irmã", de Jodi Picoult

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Esta deve ser uma das poucas histórias que, de certa forma, nos deixa de "pés e mãos atados", sem conseguir tomar partido, com absoluta convicção, de nenhum dos lados. 

Sabemos o que está errado. Sabemos o que é errado. Sabemos quem está mal. 

Mas...

Como podemos julgar? Como podemos condenar?

Quem não faria tudo o que pudesse para salvar um filho?

O problema é, a que preço?

 

O que implica, e como se repercute, em toda a família, toda a dinâmica estar centrada na filha doente. Tudo depender, e ocorrer, em função dela.

Enquanto isso, há um filho, claramente, negligenciado, "chutado para canto", como se fosse, nem digo uma personagem secundária, mas um mero figurante.

E há uma filha, na qual depositam todas as esperanças de cura, feita à medida, por encomenda, e da qual, ano após ano, desde o seu nascimento, vão "roubando" um pedacinho, como sanguessugas, até não haver mais o que retirar.

Ou até não ser mais preciso. 

 

Kate, a filha doente, é uma sobrevivente. 

Talvez, como dizem, esteja apenas à espera que os pais lhe permitam partir mas, como eles insistem tanto que ela se mantenha viva, ela faz o que pode, e o que não pode, para não os defraudar, e vai aguentando tudo, com resiliência.

Uma resiliência que Anna sempre demonstrou, também, porque, afinal, era a sua irmã, e estava nas mãos dela ou, literalmente, no corpo dela, salvá-la.

Mas chegou a um ponto em que, para ela, se calhar, chega. 

Se calhar chega, de nunca lhe perguntarem como ela se sente. De nunca lhe pedirem autorização. De a usarem. De não pensarem, por uma vez que seja, nela.

 

Compreendo o lado dos pais.

Viram naquela filha a única hipótese de salvarem a outra, à partida, sem grandes riscos para a dadora, e com o mínimo benefício que fosse, para a receptora, prolongando um bocadinho mais a sua vida.

Compreendo que uma mãe, perante uma filha com uma doença com esta gravidade, esqueça tudo o resto e apenas esteja focada em não deixar a filha morrer.

Mas ela tem outros filhos!

O pai, por outro lado, é uma pessoa mais sensata, mais razoável. Apoia a mulher, mas questiona-se sobre o que estão a fazer. Se será certo. Se deveriam fazê-lo.

É a pessoa que consegue agir com alguma lucidez, e discernimento, apesar do drama que também é dele.

 

Obviamente, nenhuns pais vão pedir permissão a um bebé, ou uma criança, para algo que ela própria não sabe bem o que é.

Mas a verdade é que a pessoa mais afectada, Anna, também tem direito ao seu corpo. A não ser invadida. A não ser usada sem o seu consentimento. A não pôr a sua saúde em risco, por menor que seja esse risco, sem estar devidamente informada, e querer, ainda assim, fazê-lo.

A não ver a sua pessoa, e a sua vida, anuladas, porque o que importa é, apenas e só, Kate. 

É disto que se trata.

E, chega um momento, em que é preciso parar.

 

Com um processo de emancipação em curso, interposto por Anna, e a pressão e culpabilização constante da mãe para que ela mude de ideias, toda a história se vai desenrolando, entre reuniões, tutora e advogados, sem sabermos qual será a decisão final do juiz.

E confesso que, depois de tudo, não gostei do final.

Para mim, não fez sentido.

Mas, afinal, também a vida é assim.

 

 

Sinopse:

"Luke Anna não está doente, mas até parece estar. Aos treze anos, já fez inúmeras cirurgias e transfusões para que Kate, a sua irmã mais velha, possa combater a leucemia que a afeta desde a infância. Anna foi concebida para ser dadora de medula compatível com Kate, uma vida e um papel que ela nunca questionou...até agora. À semelhança da maior parte dos adolescentes, Anna começa a questionar quem realmente é. Mas, ao contrário da maioria dos adolescentes, sempre foi definida em função da irmã. E é então que Anna toma uma decisão impensável para a maioria das pessoas, uma decisão que faz com que a sua família desmorone e que pode ter consequências fatais para a irmã que ela adora.

Para a Minha Irmã questiona o que significa ser um bom pai ou mãe, uma boa irmã, uma boa pessoa. Será moralmente defensável fazer qualquer coisa para salvar a vida de uma criança, mesmo que isso implique desrespeitar os direitos de outra? Valerá a pena tentar descobrir quem se é de facto, quando essa pergunta nos faz gostarmos menos de nós próprios? Deveremos seguir o nosso coração, ou deixar-nos conduzir por outros?"

"As Histórias Que Não Se Contam", de Susana Piedade

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Já tinha começado a ler um livro desta autora, e deixei-o a meio, porque não me cativou minimamente.

Por isso, foi com alguma hesitação que decidi tentar novamente, com outra obra.

Gostei mais deste livro. 

 

Três mulheres - Ana, Isabel e Marta - com três histórias de vida, cada uma com o seu drama pessoal, com os seus problemas, com a sua forma de lidar com a dor.

Três estranhas que circunstâncias da vida ou, dirão os mais crédulos, o destino quis juntar para que, unidas, fosse mais fácil refazerem as suas vidas.

Ana perdeu o namorado, devido a uma doença.

Isabel chora a morte de um filho.

E Marta, aquela que está sempre lá para dar uma palavra de conforto aos outros, vê-se ela própria num pesadelo do qual não quer, ou não tem coragem, para fugir - um namorado violento e controlador.

São histórias do dia-a-dia, comuns a tantas mulheres (e homens).

Histórias que não se contam, mas que cada um vive à sua maneira, muitas vezes de forma solitária, sem pedir ajuda a ninguém.

E seria tão menos difícil, se fossem partilhadas com as pessoas certas.

 

Sinopse:

"Ana pergunta-se como seria hoje o seu dia-a-dia se tivesse sabido detetar no namorado os indícios da doença que o levou inesperadamente. Isabel, seis meses depois da tragédia que lhe virou a vida do avesso, ainda se sente culpada por não ter chegado a horas ao infantário naquela tarde de chuva. Marta, que ousou abandonar, ainda adolescente, uma casa onde era maltratada, não tem agora a coragem de confessar que o amor em que apostou tudo está longe de ser um mar de rosas. São três mulheres jovens, com a vida inteira pela frente, mas para quem o presente se tornou um fardo difícil de carregar e o futuro um tempo sem qualquer esperança. Quem poderia entender a sua dor incomparável? Para quê, então, contarem as suas histórias?

Um acidente acabará por cruzar estas três desconhecidas num lugar onde muitas vidas se perdem, mas que para elas representará sobretudo o nascimento de uma amizade que lhes vai permitir lutarem contra o sofrimento e recuperarem aos poucos o ânimo e a vontade de viver. Porque quanto maior é o drama, maior tem de ser a partilha.
Com uma linguagem cuidada e uma estrutura francamente original, este belíssimo romance de estreia, finalista do Prémio LeYa em 2015, traz para a cena questões de grande atualidade que afetam muitas mulheres e não devem ser silenciadas, e lê-se de um fôlego, mantendo o suspense até à última página."