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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Histórias Soltas #25: Cansaço...

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É isso que sinto.

Não propriamente aquele cansaço físico.

Embora o corpo se ressinta.

 

É um cansaço de quem se sente sem forças. 

Sem ânimo.

Sem disposição.

 

É um cansaço de quem precisa de respirar fundo.

 

É um cansaço de quem já não tem paciência.

De quem prefere calar, a ter que fazer um esforço para argumentar.

Porque, no fim, não sai conversa alguma.

Nada de útil.

Nada de prazeroso.

 

Até mesmo os fins de semana são encarados com outros olhos.

Deixaram de ser dias para recarregar baterias, para ser dias em que a pouca energia que resta é sugada.

Dias que não rendem.

Dias que não se aproveitam.

 

Cansaço...

De quem se sente preso, com os movimentos condicionados.

De quem só quer um pouco de paz.

 

 

 

 

Quando, para não falhar aos outros, falhamos a nós mesmos...

Palabras en japonés | Arte manga, Dibujos anime manga, Dibujos de anime 

 

Ao longo da vida, são vários aqueles com quem contamos, e que contam connosco, nas mais diversas ocasiões.

E existem situações em que essa necessidade se faz sentir mais.

Faz parte do ser humano.

Da mesma forma que gostamos que estejam lá para nós, também nos sentimos no dever de estar lá para os outros.

 

Por isso, para não falhar com aquele, abdicamos de algo. Para não desapontar aqueloutro, mais alguma coisa fica para trás. E porque alguém está a contar connosco, "roubamos" mais um bocadinho a nós.

 

O problema surge quando, para não falharmos aos outros, acabamos por falhar a nós mesmos.

Quando queremos tanto não defraudar ninguém, que acabamos por dispender todo o nosso tempo, e toda a nossa energia, com os outros, não sobrando nada a que nos agarrarmos quando, finalmente, pensamos em nós.

 

Se não o fizermos, ficamos a remoer e a sentir alguma culpa porque, afinal, ainda que não nos tenham pedido nada, sabemos que podemos fazer a diferença.

Se o fizermos, ficamos frustrados porque, em prol dos outros, nos esquecemos de nós. 

 

Esquecemo-nos de que também temos que olhar para, e por, nós.

Que, por muito que não queiramos ser egoístas, também não nos devemos colocar em último plano.

Como se não tivessemos qualquer importância. Temos!

Como se tudo aquilo que sentimos, e precisamos, fosse insignificante. Não é!

 

E, por vezes, temos que nos convencer de que não temos superpoderes.

Que não conseguimos chegar a todos, o tempo todo.

Que, se calhar, naquele dia, a pessoa que mais precisa, somos mesmo nós... 

 

 

Há dias que nos inspiram!

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Há dias que nos inspiram.

Inspiram a mudar. 

A fazer.

A tomar a iniciativa.

A querer mais, e melhor.

Há dias em que nos sentimos cheios de energia, e vontade, e entusiasmo.

Há dias em que achamos que podemos tudo!

 

E, depois, há outros, que nos bloqueiam, deitando tudo isso pelo cano abaixo.

 

Há dias em que me decido a fazer uma limpeza geral à casa.

Em mudar as cortinas.

Em substituir o que está estragado.

Em tirar aquilo que não faz falta.

Em dar um destino a tanta roupa e brinquedos que lá tenho desde que a minha filha era pequena.

Em ver se dou um rumo ao meu futuro livro, encalhado há mais de 3 anos por falta de ideias (ou por ideias a mais que não sei bem como conjugar).

A fazer uma mudança.

Porque mudança gera mudança.

E, quem sabe, não leva a outras mudanças.

 

Depois, porque nada disto chegou a ser posto em prática no momento, vêm dias em que perco esse entusiasmo, trocando-o pelo comodismo, pela preguiça, pelo apego.

Olho para as coisas que ía despachar, e percebo que não as quero despachar, voltando a pô-las no mesmo sítio.

Olho para a despesa que vou ter, e penso que pode esperar, ficar para depois, quando der mais jeito financeiramente.

Começo a recear a mudança, e a acreditar que é melhor ficar tudo como está. Porque até não está mal.

Falta a paciência, e a imaginação.

Falta garra, e energia.

E, em vez de "pegar o touro pelos cornos" e pôr mãos à obra, acabo sentada num sofá, a fazer tudo menos aquilo que pretendia, adiando indefinidamente as acções.

Esperando por outros dias, que me voltem a inspirar, e me levem para lá dos pensamentos e ideias, que nunca se chegam a concretizar.

 

A pandemia entorpeceu as pessoas

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Dizem que a pandemia veio alertar as pessoas para terem mais calma.

Para desacelerarem. Para moderarem o ritmo.

Mas isso não deveria ser levado tão à letra.

 

Sinto, de uma forma geral, que a pandemia entorpeceu as pessoas.

Que lhes limitou as suas capacidades.

Que lhes roubou energia e vivacidade.

Que as "drogou" com inércia e apatia.

Que lhes prendeu os movimentos.

Que lhes toldou o cérebro, os pensamentos e as acções.

Que as tornou mais desligadas, desconectadas.

 

Ou, então, serviu de desculpa para fazer o mínimo, sem ser penalizado por isso.

Para pôr em prática medidas que lhes facilitam a vida, mas complicam a de todos os outros.

 

Se é verdade que há serviços que se tornaram mais rápidos, eficazes e descomplicados, com outros, aconteceu o oposto.

Em muitos deles, o facto de não terem o espaço interior ocupado pelos clientes, que esperam na rua, foi suficiente para lhes aliviar a "pressão", e fazer o atendimento de cada um, com mais tempo, sem pressas, e com direito a pausas entre o cliente que sai, e o outro que está à espera para entrar.

E como lá fora não se ouve e, muitas vezes, não se vê que número está a ser chamado, pode ser que muitos percam a vez, e desistam de estar na fila.

 

Noutros, a pressão foi diminuída através dos atendimentos por marcação. Agora, atendem quem querem, quando querem (claro que não é bem assim mas...), sem terem junto a si as várias pessoas em espera que costumavam ocupar a sala.

 

E depois, há serviços onde as limitações impostas ao atendimento presencial, que nem colmatado pelas máquinas pode ser, porque também as retiraram, levam a um acumular de pessoas à espera, e tempo perdido, em coisas que, por norma, seriam tão simples.

 

Estranhos tempos estes que, num mesmo contexto, levam a formas tão distintas de agir, e de estar na vida...