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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Migrantes ou vítimas de tráfico humano

(e como a sombra da morte os acompanha sempre)

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Há algo que é inevitável neste mundo: qualquer pessoa que não esteja bem no país onde vive, tentará a sua sorte noutros, que lhe pareçam melhores, seja quais forem os motivos que levaram a tal.

Só que nem sempre o conseguem fazer legalmente e, quando assim é, resta-lhes comprar a travessia, para a promessa de uma vida melhor. Travessia que não cobre riscos, acidentes ou até a morte de quem a compra.

É também esse desejo de melhores condições de vida que leva a que muitas pessoas apostem tudo em propostas de trabalho que, mais tarde, se revelam falsas, funcionando apenas como isco para o tráfico humano.

 

Assim, sejam migrantes ou vítimas de tráfico humano, sejam eles transportados em barcos, em contentores ou outra forma de transporte clandestina, uma coisa é certa: a sombra da morte acompanha-os sempre. E, em último caso, é com a própria vida que pagam o sonho e a esperança, que os levou a arriscar a partida, em busca de algo melhor.

 

Se, no caso dos migrantes, eles já têm a noção de que estão a participar numa missão arriscada, que pode correr mal, no caso das vítimas de tráfico humano, o choque com a realidade é maior, porque é algo que, certamente, nunca ponderaram vir a ocorrer.

 

As causas são muitas, mas todas têm um ponto comum: falta de condições humanas para transportar essas pessoas em segurança. 

As mais frequentes são afogamento, desnutrição, calor ou frio excessivo ou falta de oxigénio.

Muitas vezes, por abandono por parte de quem faz o transporte, e demora das autoridades em encontrar o local exacto onde se encontram, em tempo útil, e determinante para fazer a diferença entre a vida e a morte.

 

 

 

Imagem: euronews

 

Não faço ideia de onde moro!

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E não é um problema de memória!

 

Ainda a história das moradas.

Ao que parece, existem 3 moradas para o mesmo prédio: a que tenho actualmente, outra igual em que apenas é acrescentado o "esq.º", e uma outra, totalmente diferente em nome e número.

E nem o senhorio sabe qual é correcta.

O meu contrato de arrendamento tem uma morada, que é a do prédio, e a minha morada fiscal. Logo, é essa que devo manter, para efeitos fiscais.

 

Ao consultar a caderneta do prédio, vem com as duas moradas pelo que, de acordo com a funcionária, posso optar por qualquer uma das duas, já que a minha casa acaba por ter uma porta para uma rua, e a outra para outra rua, mas que não valeria a pena mudar.

 

Resta o problema da correspondência. Se o carteiro entender que a minha morada não é a de sempre, mas a nova, pode não deixar lá a correspondência. Se mudar para a nova, o carteiro pode não associar, e correspondência voltar para trás. Ou, como fez ontem, deixar tudo na caixa de correio do senhorio.

A senhoria, teve a brilhante ideia, depois de todos estes anos, de me dizer que a minha caixa deveria estar no muro dela, na frente da casa, e não de lado, como sempre esteve, para o carteiro saber que é a morada antiga. Mas de nada adianta fazer isso, se tiver que mudar para a nova!

 

Desconfio que estas alterações ainda vão dar pano para mangas.

Quando somos "obrigados" a mudar a password mas ...

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... sempre que iniciamos novamente a sessão, digitamos a password antiga!

E só percebemos que nos enganámos, quando dá erro, e surge a mensagem de que a password foi alterada há vários dias.

Aí, faz-se luz e lembramo-nos de que o sistema tem razão.

Mas é mais que certo que, da próxima vez, e da próxima, e muitas mais vezes, haveremos de repetir o mesmo erro!

Agarra-te à Vida, Não ao Cabelo

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Vi o trailer deste filme no facebook, e despertou-me o interesse. 

Pelo trailer, pensei que a protagonista fosse sofrer de cancro, e começasse a perder o cabelo devido à quimioterapia, mas não podia estar mais enganada.

Aqui neste filme, o problema não é físico, é psicológico. O que pode ser tanto, ou mais limitador, na vida de uma pessoa.

 

 

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Desde criança que a mãe de Vi lhe incutiu a necessidade de manter o seu cabelo sempre liso, para evitar a discriminação ou piadas, devido às características do seu cabelo, por ser negra.

Isso implicava que, enquanto todas as outras crianças se divertissem, Vi evitasse tudo o que poderia prejudicar a aparência do seu cabelo.

Mas, o que poderia ser um mero gesto de vaidade, acaba por se tornar uma obsessão, ao ponto de Vi limitar e viver a sua vida em função de um cabelo sempre perfeito, agindo como um robot, e não como humana que é.

 

 

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O dia do seu aniversário acaba por ser o ponto de partida para a libertar desse peso dos padrões de beleza que carrega dentro de si.

Vi tinha, aparentemente, o emprego perfeito, a vida perfeita, o namorado perfeito, o cabelo perfeito. E tudo parecia encaminhado para o grande momento - o jantar em que, supostamente, iria ser pedida em casamento.

Depois de a chuva lhe arruinar o penteado, e de um percalço no salão, Vi acaba por aparecer no jantar com extensões, depois de um escândalo, por achar que, mais uma vez, tinha que estar perfeita para o pedido de casamento que esperava.

Só que o namorado oferece-lhe uma medalha, e uma cachorrinha, em vez de um anel de noivado e, no meio da discussão, em que o namorado a acusa de não saber viver, de só pensar nas aparências e nem sequer aproveitar os momentos, parecendo artificial, e não natural, acabam por terminar a relação.

 

 

 

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Vi muda então o seu visual, e decide ir divertir-se com as amigas, e engatar o primeiro homem que lhe aparecer.

Claro que as coisas, mais uma vez, não correm como o esperado, e Vi acaba por tomar uma atitude radical: rapar o cabelo, que só lhe trouxe tristeza e infelicidade.

 

 

 

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A viver uma fase de descoberta, e a habituar-se ao novo look, Vi acaba por viver os melhores momentos da sua vida, e aproveitá-la como nunca tinha feito até aí, ao lado de alguém que aprecia muito mais do que o lado superficial das pessoas.

Este é um filme onde se vê as mulheres a sujeitarem-se aos padrões impostos pela sociedade, e pelas suas próprias inseguranças, agarrando-se a futilidades, esquecendo-se do seu próprio valor, em vez de se agarrarem à vida, que é tão efémera, e merece ser vivida em toda a sua plenitude.

É também um filme que mostra a hipocrisia, e como nunca devemos mudar só para agradar a alguém, se não for isso também o que queremos.

E através do qual percebemos que, muitas vezes, por mais que uma pessoa nos ame e nos queira bem, temos tendência a recair com aqueles que nos magoam, e não nos amam de verdade, sobretudo, quando o aspecto físico fala mais alto.

 

Conseguirá Vi perceber a tempo o quão errada está, e evitar cometer os mesmos erros duas vezes, ou será que a aceitação de todos à sua volta, e da sociedade em geral, falará mais alto, impedindo-a de se agarrar à vida?

 

Ensinar - será esse o único papel de um professor?

 

As aulas começaram há poucos dias e a escola passa, novamente, a ser o local onde as crianças e jovens estudantes estarão a maior parte do seu tempo.

Para alguns, o regresso às aulas significa subir mais um degrau rumo ao seu futuro, rever velhas amizades, fazer novos amigos, voltar à rotina do cumprimento de horários, do estudo, dos exames, de todo um ritual do qual só se desprendem em tempo de férias.

Para outros, a escola pode ser encarada como um refúgio, que permite a muitos jovens afastarem-se, ainda que apenas por algumas horas, do meio em que vivem, das míseras condições, de conflitos familiares, podendo também ser a única possibilidade de, pelo menos, uma refeição decente.

No entanto, para muitas crianças e jovens, pode significar algo mais negativo. Dificuldades de adaptação, solidão, desigualdades sociais, e até mesmo episódios de violência e/ou bullying.

Em qualquer destes dois últimos casos, cabe, não só, mas, principalmente, aos diversos profissionais dos estabelecimentos de ensino, detetar os sinais que indiquem a existência de problemas, seja de que ordem forem, e agir em conformidade.

E, neste processo, o papel do professor é fundamental. Desengane-se quem pensa que a única função do professor é ensinar a matéria. Um professor é, ou deveria ser, muito mais que isso!

Acima de tudo, o professor deve ser alguém em quem as crianças ou jovens possam confiar, e a melhor forma de ganhar essa confiança é mostrando-se atento, disponível, amigo.

Sendo aquele que passa mais tempo com as crianças ou jovens, deve observar o seu comportamento, tentar detetar possíveis problemas ou dificuldades e, em conjunto com os restantes responsáveis, encontrar a melhor solução para os eliminar ou, pelo menos, atenuar.

Não são raros os casos de bullying, físico ou psicológico, que acontecem muitas vezes à vista de todos, sem que ninguém faça nada para o impedir, fingindo não ver, ou sequer admitir, que isso existe!

Não são raros os casos de vítimas de violência infantil e/ou abusos sexuais que passam despercebidas, se os professores não estiverem atentos a pequenos sinais ou comportamentos.

São frequentes os casos de crianças que nem sempre têm condições financeiras ou psicológicas que lhes permitam frequentar a escola nas mesmas circunstâncias que os demais.

Cada criança é única, diferente de todas as outras, com a sua própria história, personalidade, família e condições financeiras, físicas e psicológicas mas, ainda assim, não deixa de ser igual a todas as outras, com direito às mesmas oportunidades, à mesma dedicação e atenção, e à mesma segurança.

Como tal, a escola, em primeiro lugar, enquanto instituição, e os professores, em seguida, como profissionais de educação, bem como os restantes funcionários auxiliares de ação educativa, devem proporcionar o bem-estar e o desenvolvimento das crianças e jovens em clima de segurança afetiva e física dentro da instituição.

Mas, se for o caso, devem também averiguar junto das famílias desses jovens a existência de dificuldades ou problemas, colaborar com estas famílias na partilha de cuidados e responsabilidades no processo educativo e desenvolvimento pessoal dos jovens e, se necessário for, denunciar às entidades competentes possíveis situações de risco.

Afinal, quando um professor vai além do simples papel de ensinar, pode estar a mudar completamente o destino de uma criança ou jovem!

 

Texto escrito para a edição de Outubro da Blogazine