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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Aposta - The Bet, de Rosana Antonio

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Conforme prometido, aqui fica a minha opinião sobre este livro de Rosana Antonio, o primeiro que li dos três recebidos, mas não sem antes salientar a originalidade dos livros desta autora, que tornou cada uma das suas obras bilingues.

Este "Aposta" vem em português e, virando ao contrário, pode ser lido em inglês!

 

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Este livro traz-nos seis histórias de pessoas que tinham sonhos, desejos, ambições, e de todo o percurso que fizeram para os conseguir, ou não, concretizar.

Umas vezes ganha-se, outras vezes perde-se. Algumas vezes é preciso recuar e, noutras, arriscar, ainda que o receio esteja presente.

No entanto, tudo aquilo com que sonhamos deve ser conseguido de forma honesta, e não passando por cima de tudo e de todos.

Por vezes, o preço a pagar pela ambição desmedida é bem alto.

 

A primeira história fala-nos de Gengi e Huan, e das dificuldades por que passaram quando chegaram a Portugal, sendo durante bastante tempo explorados pela própria cunhada/irmã, até que conseguiram libertar-se desse pesadelo, e tomar as rédeas da sua própria vida. Em todo este processo, algo que nunca faltou foi o amor pelas suas filhas, e o desejo de terem a melhor educação e estudos, e a ajuda delas aos pais, mostrando uma união familiar rara de ser ver.

 

De Gengi, passamos a Jander, um menino com um talento especial para o desenho que queria muito ser tatuador, e que lutou muito para aprender a arte e montar o seu próprio negócio, enfrentando dificuldades financeiras, condições precárias, preconceito, e incompreensão.

 

Já Manolo partiu deixando para trás a mãe doente e internada, e uma irmã, para tentar a sua sorte em Londres, onde acaba por conhecer Lars, indo viver com este. 

Com várias empresas de compra e venda de ouro a seu cargo, nunca teve tanto dinheiro e poder, mas isso de nada lhe servirá quando a sua mãe falecer, a sua irmã for internada, e ele for acusado pelo homicídio do pai.

 

Temos ainda a história de Luciano e Marcela, que tentam entrar clandestinamente nos Estados Unidos,onde pretendem iniciar uma vida com melhores condições, mas que implica os mais variados riscos, o maior dos quais,perder a própria vida. Esta história fez-me lembrar de uma telenovela que passou há alguns anos "América", que mostrava as tentativas, muitas vezes goradas, de entrar clandestinamente num país, e também os últimos naufrágios e mortes de emigrantes no mediterrâneo.

Pela ténue possibilidade de uma vida melhor, ou a promessa de um paraíso à sua espera, estas pessoas dão o dinheiro que têm (e muitas vezes o que não têm), a quem lhes garanta a travessia para o lado de lá, sendo muitas vezes enganadas, ou apanhadas pela polícia. As consequências, para quem se aventura e arrisca, podem ir desde problemas de saúde a prisão e extradição, e até mesmo a morte por falta de água, comida ou cansaço extremo.

 

A história da Dona Ermelinda e do Sr. Rui foi uma das que mais me tocou, porque tem pontos muito semelhantes com os meus tios.

Tal como eles, também os meus tios sempre trabalharam duro para poder ter melhores condições de vida, e garantir o futuro das filhas. Montaram o seu próprio restaurante, quase nunca tinham férias, as filhas ajudavam sempre os pais quando podiam e, mais tarde, reformaram-se, achando que iam aproveitar agora a velhice juntos. Foi quando a minha tia descobriu que tinha cancro, e faleceu pouco tempo depois.

Neste caso, Linda e Rui foram os grandes responsáveis pelas Churrascarias Sabor Mineiro. Viviam felizes, e com o seu negócio de vento em popa, quando Linda foi apanhada na teia de um cancro no fígado, tendo falecido e deixado toda a família e funcionários devastados.

Coube a Rui reerguer-se, refazer a sua vida, e seguir em frente.

 

E, por último, temos a história de Aléssia, uma adolescente brasileira que sentia que não pertencia ali, e queria conhecer o mundo. Foi por isso que, logo que terminou o ensino secundário, pediu à mãe para a emancipar. E assim viajou à conquista do seu lugar que, acabaria por descobrir, ficava aqui no nosso Portugal, numa pequena vila piscatória, ao lado do seu marido e da sua filha!

 

Todas estas histórias são baseadas em factos reais, o que cativa ainda mais o leitor para cada uma delas. E é também um incentivo para, também nós, seguirmos os nossos sonhos, por muito difícil ou inalcançável que isso possa parecer! 

 

Não bastava o Português e a Matemática...

...para "lixar" a vida dos estudantes, tinham que arranjar mais uma disciplina  - O Inglês!

 

 

De acordo com um despacho publicado no Diário da República, os alunos do 1º ciclo devem obter aprovação na disciplina de Inglês, sob pena de ficarem retidos no 4ª ano do 1º ciclo do ensino básico.

No entanto, esta medida não será, para já, posta em prática, uma vez que só este ano o Inglês começa a ser lecionado nas escolas, e exclusivamente para alunos do 3º ano de escolaridade.

Diz o artigo 13.º do Despacho de Avaliação do Ensino Básico, que define as condições de aprovação, transição e progressão que "no final de cada um dos ciclos do ensino básico, o aluno não progride e obtém a menção de Não Aprovado, se [...]no caso do 1.º ciclo, tiver obtido classificação inferior a 3 simultaneamente nas disciplinas de Inglês, de Português ou Matemática e, cumulativamente, menção insuficiente em pelo menos uma das outras disciplinas". 

Corrijam-me se estiver enganada mas, pelo que percebi,quem tiver negativa a Inglês e Português, ou a Inglês e Matemática, e ainda menção insuficiente noutra disciplina, será reprovado.

A ideia, explica o Ministério da Educação, é valorizar o ensino desta língua. Quanto a mim, a valorização do ensino de qualquer disciplina, por mais importante que seja, não deveria ser feita à base de uma nota no final do ano, mas sim do tudo o que possa feito durante esse ano para cativar os alunos para a disciplina, e levá-los a compreendê-la, a sua importância e utilidade no futuro, a interessarem-se pela aprendizagem e, no final, conseguirem bons resultados!

É preferível um aluno tirar uma boa nota porque a isso foi obrigado, ou porque gostou e compreendeu aquilo que aprendeu, e soube aplicar ao longo do ano, conseguindo essa boa nota com mérito e sem esforço?

 

 

Provas finais do ensino básico

 

 

A primeira fase de provas nacionais, para o 4º e 6º ano, já lá vai.

Agora é o momento da correcção, que leva muitos professores a deixar de dar aulas, para exercer a função de avaliadores.

É o caso da professora da minha filha. E, se formos ver, no caso do 4º ano, estamos a duas semanas do fim das aulas. 

Ontem, ficou em casa, tal como vai ficar na sexta-feira. Quinta-feira, é o feriado municipal. Quarta-feira, é dia de Feira da Espiga na escola. E hoje vão fazer uma visita de estudo. Uma semana em grande para descontrair da pressão das provas.

Na próxima semana (a última), mais uma visita de estudo e duas tardes sem aulas. E está o ano concluído. Pelo menos para quem não tiver que recuperar na 2ª fase.

Quanto às provas, a Associação Nacional de Professores de Matemática (APM) considerou a prova nacional do 4.º ano daquela disciplina, feita na passada quarta-feira por cerca de 110 mil alunos, “extensa e com um grau de dificuldade considerável”.

Já a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) diz que o grau de dificuldade é “adequado” e defende que um aluno com uma preparação sólida terá uma classificação de 4 ou mais na prova.

Eu, pessoalmente, achei a prova de matemática deste ano mais difícil que a do ano passado. É verdade que tem exercícios facílimos. Mas há outros mais complicados, em que não se compreende o que é pretendido. Quanto à de Português, a professora da minha filha considerou a deste ano mais fácil que a do ano anterior. Pelo que vi, também me parece que sim. Pelo menos no que se refere aos textos e respectiva interpretação.

Agora é esperar que os professores, com os resultados destas provas na mão, façam contas à nota final que irá determinar quem está, automaticamente, aprovado, ou quem segue para a 2ª fase de provas, em pleno período de férias de verão.

Acordo ou (Des)acordo Ortográfico

Em tempo de regresso às aulas, e já com as escolas a adoptarem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa neste ano lectivo, penso várias vezes se não deverei eu também voltar a aprender a escrever!

Pelo menos se quiser acompanhar a minha filha nos estudos e ajudá-la nos trabalhos de casa! È que senão, corro o risco de estar a dar-lhe informações erradas e isso não convém mesmo nada!

Para quem não sabe, o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em Lisboa a 16/12/1990 por 8 países, incluindo Portugal – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

A ideia era criar uma ortografia unificada de língua portuguesa, defendendo e ao mesmo tempo prestigiando a nossa língua. Pretendia-se, uma vez que até então a língua portuguesa tinha duas normas – a do Brasil e a dos restantes países de língua portuguesa, reduzir ao máximo as diferenças adoptando uma única norma.

O que eu me pergunto, e talvez grande parte das pessoas o façam também, é o porquê de se ter optado pela norma brasileira.

Sendo o português uma língua pertencente a Portugal, e que foi adoptada por outros países, não deveriam ser esses a adaptarem-se à nossa própria norma e não o contrário?

Ainda mais questionável se torna, na medida em que este novo Acordo Ortográfico apenas reduz, mas não resolve todas as divergências, uma vez que prevalecem ainda práticas ortográficas resultantes da tradição de cada país.

Mas enfim, como em Portugal é tudo cada vês menos português, lá nos teremos que aguentar!