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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Já cá faltavam as pérolas da professora de Matemática

 

Desde o ano passado que não fiquei com a melhor impressão da professora de matemática/ ciências naturais da minha filha.

Este ano, ainda não tinha havido nada. Estava a ficar admirada! Mas a surpresa durou pouco tempo.

A propósito das aulas de apoio para todos os alunos, nas disciplinas de Português e Matemática, foi explicado pelo director de turma que a oferta era para todos os alunos, mas não era de carácter obrigatório. Ou seja, só iam os alunos que quisessem, ou que os pais quisessem que fossem. Ao contrário das restantes aulas de apoio, que são para os alunos que têm mais dificuldades.

Foi-nos dito também que não ficássemos preocupados porque nessas aulas de apoio para todos, os professores não iriam dar matéria, nem fazer a correcção dos trabalhos de casa. Por isso, estávamos à vontade para não os pôr a frequentar as aulas de apoio. Seriam apenas aulas para retirar dúvidas e praticar exercícios.

No entanto, na última aula de apoio de matemática, a professora foi corrigir os trabalhos de casa que tinha mandado. Quando os alunos a alertaram para o facto de não estarem presentes todos os alunos da turma, a professora respondeu algo deste género:

 

"Eles que vão ver às soluções, ou então perguntem aos pais!"

 

E é assim o ensino, e alguns professores, que temos hoje nas escolas. Sem comentários...

Era hoje o teste?

Pergunta quem?

Não, não foi nenhum dos alunos que se esqueceu que hoje era dia de teste de matemática.

Quem se esqueceu foi mesmo a professora! Melhor dizendo, não se esqueceu. Diz que trocou as datas com outra turma.

Uma das minhas resoluções para 2015 era criticar menos, ser mais tolerante e paciente. Mas parece que as situações que se apresentam e me são servidas de bandeja, querem tornar essa resolução mais difícil de cumprir.

Não conheço a senhora, e sei que enganos todos cometemos, e esquecimentos todos temos, mas esta professora está a conseguir bater recordes e a dar comigo em doida (e nem sou eu que ando na escola e sou prejudicada).

É que não são uma, nem duas vezes, que os testes por ela marcados não são feitos no dia em que era suposto.

Parece que anda a brincar com os alunos, que está a dar aulas por dar, sem preocupações, sem saber o que lá anda a fazer. Se não tem competência e responsabilidade para a função, fique em casa.

Posso estar a ser muito mazinha, e a senhora até pode ser boa pessoa, mas as coisas não começaram bem e não têm corrido bem até agora. Impliquei com ela, com ou sem razão suficiente para tal, mas impliquei. 

E o pior é que, a menos que vá embora para outra escola, ou para casa, para o ano lá estará novamente a dar aulas a esta turma!

Depois da Matemática, as Ciências Naturais!

A professora de ambas as disciplinas, é a mesma!

Marcou um teste para a semana passada que, mais tarde, adiou para hoje.

Ontem, a professora deu aulas de matemática e ciências naturais à turma, e não disse nada. Hoje, no período da manhã, deu a aula de matemática, e voltou a não tocar no assunto. No período da tarde, faltou à aula de ciências, e não houve teste!

Espero que haja uma boa justificação para o sucedido (algo extremamente urgente e impossível de avisar com antecedência) mas a verdade é que esta professora, por múltiplas vezes desde que regressou à escola, após a ausência de duas semanas no início do ano lectivo, falta às aulas.

Mais uma vez, quem paga são os alunos, que ficam contentes por não terem realizado o teste hoje mas, para a semana, já não acharão graça quando, aos que já têm marcados, tiverem que juntar mais um!  

E podem vir dizer que não é um problema, porque se já estudaram para hoje já sabem a matéria e não é preciso estudar mais, porque na prática as coisas não são bem assim. Está matematica e cientificamente comprovado!

 

Am I Still Alive?

 

Estarei viva?

Ainda respiro, o coração bate, o cérebro funciona…

Estarei a dormir?

Não me parece…Os olhos estão abertos e o corpo cansado…

Estarei anestesiada?

Impossível. Movimento-me constantemente…

No entanto, durante estes últimos tempos, não sei onde nem como estive…

Como mãe, a tentar acompanhar todos estes dias a minha filha, neste momento mais complicado que está a passar com esta doença inesperada. Os dias são passados como enfermeira, a analisar pernas e pés, pintinhas e manchas novas que possam surgir, verificar se as mais velhas estão a desaparecer, e observar a evolução geral. São passados como professora, com fichas e trabalhos nos diversos livros escolares, a preparar a minha filha para as fichas que se avizinham, e tentar que não saia prejudicada por estar tanto tempo sem ir à escola. São passados como encarregada de educação que sou, em comunicação frequente com a professora, a estudar a melhor solução para minimizar a ausência.  

Como dona de casa, a tentar manter a casa em ordem - dividida entre limpezas, almoços e jantares, roupa para lavar, secar e passar a ferro, loiça para lavar e arrumar, e compras para fazer.

Como trabalhadora, a tentar ser politicamente correta: embora a minha vontade fosse ficar em casa, a verdade é que o dinheiro me faz falta, e precisam de mim aqui.

E assim se instaurou, de mansinho, uma rotina em que não havia lugar para a mulher, para o romance, para o amor…Apenas existiam duas pessoas preocupadas, à sua maneira, com uma criança, passando os dias entre casa e hospital. Apenas existiam duas pessoas saturadas, cujas conversas não iam além das refeições, da falta de dinheiro, da falta de descanso. Duas pessoas que se comportavam como mãe e padrasto de uma criança, amiga e amigo um do outro.

A mulher? Essa, foi anulada. E o pior é que, quanto mais tempo passava, menos me lembrava dela. Habituei-me, de tal maneira, a não vivê-la, que já nem sentia falta dela. Não sentia falta nem necessidade de me sentir mulher, de me sentir atraente…Ou talvez pensasse que já não seria assim, que não conseguiria trazê-la de volta…que estava morta…

Mas não está, e é preciso que ela volte a ocupar o seu lugar. Um lugar que é seu, por direito. Afinal, ainda tem muito para viver, muito para dar e receber, e muito tempo para ser amada, e para amar!