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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A mulher silenciosa

 

Pelo menos uma lição os homens podem tirar deste livro: nunca substimem uma mulher!

Principalmente, aquelas que se calam, que fingem que está tudo bem e que parecem aceitar tudo sem reclamar. Essas podem, por vezes, ser as piores, e revelar a outra face da sua personalidade, que os companheiros nunca conheceram.

Muitas vezes, os homens devem ficar gratos quando as parceiras gritam, discutem, reclamam e deitam tudo cá para fora. Pelo menos ficam a saber exactamente o que elas pensam. Não têm surpresas!  

São mulheres que fervem rapidamente, deitam para fora e voltam ao normal. Já as silenciosas, vão cozinhando lentamente, mas quando fervem, nem dão tempo aos homens de perceberem o estrago.

 

Um dos comentários a este livro dizia que os fãs de Em Parte Incerta, da Gillian Flynn, iriam gostar deste livro. Eu tive essa esperança...

Mas a Amy de Em Parte Incerta é mil vezes superior à Jody de A Mulher Silenciosa, no plano que arquitecta para se vingar do marido. 

Digamos que a Jody tem a teoria, tem a bagagem, tem o conhecimento, tem melhores armas. Mas não é nem de perto nem de longe tão maquiavélica, tão meticulosa, tão fria, tão calculista como a Amy.

Jody é uma mulher que tenta manter o seu casamento ainda que para isso tenha que ignorar as aventuras e traições do marido. Tem a sua maneira própria de se vingar, mas sem grandes estragos. Parecem mais pequenas partidas de menina travessa, e que acabam por ser bem merecidas pelo seu marido. Mesmo quando ele sai de casa, ela age como se ainda tivesse tudo sob controlo, como se fosse algo temporário. Só quando se apercebe que vai ficar sem nada, e mais por sugestão da amiga do que por ideia própria, é que ela resolve contratar alguém para matar o marido. O plano é tão primário, tão básico, tão óbvio, que não entusiasma. Já depois do crime cometido, e ao ver outra pessoa ser acusada, ela decide confessar.

A Amy nunca admitiria nem para a própria sombra aquilo que fez. A Amy é doentia. Ela interpreta na perfeição as personagens que criou para a sua pessoa. Uma mulher ardilosa, astuta, diabólica, cruel, e faz uso das armas que tem de forma surpreendente. 

Por tudo isso, A Mulher Silenciosa ficou, infelizmente, muito aquém das minhas expectativas.

Porque é que os homens traem as mulheres...

...e vice-versa?

 

 

 

De uma forma geral, quando um homem e uma mulher namoram, a sua única responsabilidade é alimentar essa paixão e esse amor. Nessa fase, são os dois amantes. Deixam de fazer muitas coisas que gostavam de fazer, e de estar com pessoas com quem costumavam estar, para fazerem novas coisas os dois juntos. É como se duas linhas diferentes convergissem num só ponto.

Quando se casam, dá-se o efeito inverso. As responsabilidades são maiores, os deveres aumentam e os direitos diminuem.

A rotina instala-se, a comunicação falha, a intimidade começa a escassear e o controlo sobre a relação desaparece.

Cada um deles começa a sentir falta daquilo que era antes, daquilo que tinha antes, e a rejeitar aquilo que agora tem. E assim, saem desse único ponto e começam a divergir um para cada lado, podendo ou não vir a convergir com outra linha pelo caminho - a/o amante. 

A/o amante não é mais do que aquilo que a/o anterior namorada/o era, antes do casamento. É por isso que, regra geral, ninguém fica com essa pessoa em vez daquela com quem casou. Porque, se o fizesse, iria assumir o papel daquela de quem fugimos!

Mas há quem traia por outros motivos que nada têm a ver com a relação a dois, mas com a personalidade de cada um.

 

Eles traem:

  • Para evitar a intimidade com a companheira, que os assusta
  • Pelo "dever” da conquista, precisando sempre de algo novo para reforçar sua masculinidade e libido
  • Porque a situação se apresenta sem resistência, ou seja, a oportunidade é fácil ou insistente e eles não têm firmeza suficiente para dizer não às investidas de outra mulher
  • Porque conseguiram se livrar de serem descobertos da primeira vez, não resolveram o problema que os levaram a trair, e acabam fazendo novamente
  • Porque gostam de variedade, mesmo amando a mulher
  • Por desordem ou vício sexual

Elas traem:

  • Porque se sentem negligenciadas, carentes, desprezadas ou ignoradas, mais emocionalmente que sexualmente
  • Porque precisam de intimidade física e emocional e possuem um marido controlador
  • Porque se sentem solitárias e cansadas da rotina
  • Porque não se sentem amadas, ou sentem-se inseguras sobre a relação, e traem achando que o marido faz o mesmo, pagando na mesma moeda
  • Por desordem ou vício sexual

É de sublinhar que, actualmente, alguns destes motivos, antes mais característicos de cada um dos sexos, se podem aplicar a qualquer um deles, sem distinção. 

 

 

 

Há coisas que mudam...

...mas não muito!

 

 

Hoje em dia, o conservador afirma que o casamento não é mais que um contrato. E na verdade, grande parte dos casamentos o foram, são e continuarão a ser.

Antigamente, eram raros os casais que se uniam por amor. Os pais, tutores ou pessoa responsável pelas jovens, faziam do casamento um negócio, com vista a obter vantagens financeiras, como forma de garantir o futuro da noiva e de toda a família ou como pagamento de dívidas, ou sociais, como títulos nobiliárquicos.  

Também hoje se realizam casamentos pelos mais variados interesses, que nem sempre incluem o amor.

Antigamente, era comum mulheres jovens casarem com homens bem mais velhos, se assim os pais determinassem. Hoje também é comum a união de duas pessoas com grandes diferenças de idade, embora aconteçam por vontade própria e não por imposição.

Antigamente, realizavam-se as “temporadas”, nas quais as jovens eram apresentadas à sociedade e se iniciava a “caça ao noivo”!

Hoje, não existem “temporadas” e a caça faz-se em qualquer momento, mas é comum os jovens frequentarem determinados locais de convívio, onde é mais provável conhecer novas pessoas.

Já antigamente, tal como hoje, havia amigas, e “amigas da onça”, capazes de tudo para roubar os pretendentes umas às outras, por vezes por pura inveja!

Antigamente, havia duelos em defesa da honra! Hoje, mata-se por ciúmes ou, simplesmente, porque apetece.

Antigamente, havia cortesãs para satisfazer os homens, e era normal que estes, mesmo depois de casar, continuassem a frequentar os bordéis. Hoje, as prostitutas saltaram também para a rua, mas não é preciso um homem encontrar uma para trair a mulher, e vice-versa. Para algumas pessoas, a traição ainda é vista como algo normal, só que agora estende-se igualmente ao sexo oposto.

Mas também antigamente, assim como hoje, houve histórias de amor verdadeiro, que venceram contra tudo e contra todos, casamentos baseados em respeito e partilha, e amizades que perduram!