A consulta dos 15 anos
Ontem foi dia de consulta com a médica de família.
Bem, com a médica de família é uma maneira de dizer porque parece que agora, tudo o que antes fazia a médica de família, agora é a interna que a substitui.
Aproveitaram que os jovens estão de férias da Páscoa para marcarem estas consultas que fazem parte do programa, sendo esta a consulta dos 15 anos.
A consulta propriamente dita, é precedida de uma consulta de enfermagem, onde veem o peso, altura, IMC, tensão arterial e a enfermeira faz algumas perguntas da praxe, não só em termos médicos, mas também a nível escolar.
Já com a médica, após uma primeira abordagem geral, é pedido ao acompanhante adulto que se retire durante algum tempo, e deixe os filhos para uma conversa a sós com a médica.
De volta ao gabinete, o recado foi:
Melhorar a alimentação - eu bem tento, mas não tem sido fácil
Falou do cálcio do leite, que é importante beber mais do que apenas um copo por dia - então em que é que ficamos: deve-se beber leite, ou o cálcio está presente noutros alimentos que o substituem?
E recomendou pão de forma, para o pequeno almoço!
Mais sopas, mais fruta, menos doces, bolos e afins, menos fritos.
Uma receita de vários produtos para combater o acne, que me ficaram em quase 60 euros (espero que valham bem a pena o dinheiro gasto, e que ela os utilize)
Umas análises - ao colestrol e afins, e também aquela que pedi, para saber qual o grupo sanguíneo da minha filha
A indicação de que deveria frequentar uma actividade extra curricular, nomeadamente, a dança, que é o que ela mais gosta, pelo menos duas vezes por semana, porque isso a irá ajudar a desenvolver outras competências que poderão vir a ser úteis para completar o 12º ano.
Eu até não me importaria, se não tivesse já todas as despesas que tenho, inclusive com a explicação de matemática.
E também não me importaria, se ela tivesse um horário e tempo disponível para isso, o que não é o caso.
De qualquer forma, embora eu compreenda que lhe faria bem, e que é algo de que gosta, também é verdade que muitos de nós nunca precisámos de nada disso para nos sairmos bem no ensino secundário.
A conclusão a que chegámos:
A médica fez o papel que lhe competia, e transmitiu os conselhos que deveria.
Cabe a nós segui-los ou não, porque cada um sabe de si, e nem sempre é possível colocá-los em prática.
Até porque, muitas vezes, nem os próprios médicos praticam aquilo que aconselham aos pacientes!
Eu já tinha constatado, e a minha filha saiu de lá com a mesma ideia: não simpatizamos com a médica. Não é que não fale bem ou seja antipática. Simplesmente, com aquele ar de superioridade, mas ao mesmo tempo sonso, de quem acabou o curso há meia dúzia de anos, não consegue cativar da mesma forma que a nossa médica de família que, apesar de ter os seus dias de fugir, quando está em dia sim, é espectacular.