À Conversa com João Pedreira
O convidado de hoje da rubrica "À Conversa com..." vem de uma família de músicos, nomeadamente, o pai e os irmãos, com os quais recorda alguns dos seus melhores momentos, não só da infância e adolescência, como também num passado mais recente.
Sete anos após o lançamento do primeiro disco, e do envolvimento noutros projectos musicais, João Pedreira editou este mês o seu segundo trabalho - o EP Encontros, e é sobre ele e o sobre o seu percurso enquanto artista, que nos vai falar hoje.
Aqui fica a entrevista:
Quem é o João Pedreira?
João Pedreira é um homem que vem de uma família grande. Adora a natureza, o ar livre, pratica desporto e respira música.
Como é que surgiu a paixão pela música?
Sempre encarei a “música” com muito respeito, foi sempre um tema pilar na minha vida, fez parte da minha formação enquanto criança, e enquanto pessoa.
O meu pai pegava sempre na viola e cantava qualquer coisa sem motivo prévio, nesses momentos todos parávamos e participávamos, era bonito, genuíno e tenho muitas saudades desse tempo.
Era criança e não tinha noção da beleza do momento, simplesmente os vivia. Pode dizer-se que “Música” na minha família é quase como religião, todos a encaramos como um ponto de união e convergência ..
Essa foi uma das grandes heranças que meu pai nos deixou (a mim e meus irmãos). Mas acho que tinha 19 para 20 anos quando voltei de Inglaterra e decidi que queria ser profissional.
Em 2007, o João participou no programa Família Superstar. Cantar em família, e com a família, é algo que gosta de fazer ou foi uma experiência única?
Eu fui educado a cantar com a família. Ainda hoje é habitual na festas de aniversário ou quando nos juntamos todos...
Cresci numa família cheia de músicos e sempre com vários instrumentos espalhados pela casa.
A música “o cantar e tocar todos juntos” sempre fez parte da nossa rotina familiar. Eu adorava esses momentos, proporcionados essencialmente pelo meu pai.
No programa, apenas senti falta de não poder cantar com o resto da família.
Lá em casa, à hora do jantar, a TV ficava sempre desligada e era natural e quase automático alguém ir buscar uma viola antes de sairmos da mesa...
O primeiro álbum “Segredos” foi lançado em 2010. No passado dia 2 de junho, apresentou o seu segundo trabalho discográfico “Encontros”. Quais são as principais diferenças entre ambos, lançados com um intervalo de 7 anos entre eles?
Existe uma diferença de 7 anos entre eles, mas não estive completamente parado. Entretanto, desenvolvi e participei noutros projetos musicais. Entre eles, uma banda de world music com fusão em fado à qual dei voz, que se chama “Kilindu”.
Mas as diferenças com o primeiro disco a solo são algumas, no disco “Segredos” quis gravar com uma mini “big-band”, tive também o privilégio de ter a participação de grandes músicos nacionais. Para além dos instrumentos mais convencionais em bandas, como por exemplo guitarra, baixo, bateria, pianos e órgão, tive também quartetos de cordas, sopros, coros etc.. quis pôr em cada música todos os instrumentos que senti que eram necessários, foi uma produção grande e foi um grande trabalho, mas senti que acabei por ficar um pouco camuflado por detrás de tudo isso. Adoro o disco mas desta vez quis experimentar fazer as coisas de forma diferente.
No disco “Encontros” tudo fica resumido a uma viola, a minha voz e as minhas palavras. Mais simples, mais cru e mais direto. Consegui captar a essência do que queria transmitir.
Está um trabalho do qual me orgulho muito. Já me apresentei ao vivo a solo mas toco principalmente acompanhado por um trio, e a banda é “Espetacular” (modéstia a parte). Estou muito ansioso por pode mostrar ao país e ao mundo João Pedreira com esta banda.
Do que nos fala “Encontros”?
Senti necessidade de ir ao encontro de mim próprio, do João que acorda para ir surfar antes de começar o dia. Do João que fica sentado à beira mar a meditar sobre a vida. Do João que esteve quase um ano sem cantar por ter perdido o pai.
O João é o autor e compositor dos quatro temas que compõem o EP. Em que é que se inspira para criar as suas músicas?
Inspiro-me na vida, em tudo o que me rodeia mas, principalmente, no Amor. O Amor é a base de tudo (ou a falta dele).
Normalmente vou para a praia escrever e pode soar a cliché mas é lá que encontro as minhas palavras, é lá que me inspiro verdadeiramente... na poesia das ondas.
“Poderes Ficar” é o primeiro single a ser apresentado. Que feedback tem recebido relativamente ao mesmo?
Estou surpreendido com a reacção das pessoas, o feedback é enorme. Já vi pessoas de todas as idades a dançar ao som do “Poderes Ficar”. De facto a “Musica/ o som” tem o poder de unificar.. Vai haver paz no mundo quando todos dançarmos a mesma canção!
De que forma completaria estas expressões, baseadas nos títulos dos singles do EP “Encontros”:
Parece Fácil – encontrar amor
Pela Rua – caminhamos e descobrimos a vida
Volta para Mim – snif snif
Com o EP lançado na plataforma digital, o que se segue?
O futuro não depende totalmente de mim, depende do grande júri, que é publico ..
De que forma pode o público acompanhar o João Pedreira, e saber onde o poderá ouvir nos próximos meses?
Podem seguir-me nas redes socias, mas o ponto convergente será o meu site, joaopedreira.com
Muito obrigada!
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens e vídeos.