À Conversa com Jorge Courela
O convidado de hoje da rubrica "À Conversa com..." é músico, educador musical e autor dos livros e álbuns “Zé Maria Catatua” e “Capitão Miau Miau”, que têm encantado tantas crianças pelo país fora!
Falo-vos do professor Jorge Courela, que lança agora um novo trabalho, temático, intitulado "As Canções do Professor Jorge - Volume I".
Este álbum conta com 9 canções, escritas ao longo de 7 anos de sessões de música em creches e pré-escolar, e que irão acompanhar as principais datas festivas, como o Natal, o Dia da Criança, Dia da Mãe e outros.
Para conhecerem um pouco mais o seu trabalho, leiam a entrevista!
Quem é o Jorge Courela?
Eu sou uma pessoa como todas as outras, apaixonado pela vida, amante das artes, um eterno aprendiz.
O Jorge é professor de música no ensino pré-escolar. Como é que as crianças encaram a música nessas idades?
As crianças na creche e no pré-escolar encaram a música de uma forma muito simples, ou gostam, ou não gostam. Não querem saber se é jazz, sinfónico, reggae, rock ou pop, a música não é mais do que uma onda, uma vibração. Elas estão totalmente libertas de pré conceitos, e isso é extremamente libertador.
Que papel poderá ter a música no crescimento e aprendizagem das crianças?
A música se for bem usada na nossa sociedade, no dia-a-dia das escolas, centros comerciais, restaurantes, rádio, tv etc fará de todos nós seres humanos mais evoluídos física e espiritualmente, acabará com todo e qualquer desequilíbrio. Os povos na antiguidade sabiam disso e viviam em consonância com esse conhecimento. A música tem o dom de nos elevar e envolver num abraço de paz e verdadeira harmonia. Se todos nós aprendêssemos a moldar o nosso tom de voz, à nossa volta só haveria amor, tolerância e compaixão por todos os seres.
Como é que surgiram as músicas que, mais tarde, vieram a fazer parte dos seus álbuns?
Depende dos álbuns, no caso do Miau e do Catatua o primeiro passo foi escrever um guião como se de uma longa-metragem se tratasse. Depois desenhei os esboços a carvão, fiz o estudo de cada personagem e de cada cenário. Colei tudo na parede do escritório e fiquei a olhar para aquilo durante vários dias, semanas. Por fim as ideias começaram a surgir ao ponto em que a transbordar vi-me obrigado a sentar-me finalmente ao piano.
No caso d`As canções do professor Jorge foi diferente, as ideias foram todas surgindo em ambiente de sala de aula, nas sessões de música, a cantar os padrões rítmicos, melódicos, no contacto com as educadoras, as suas e as minhas necessidades pedagógicas.
Para além do trabalho no ensino, o Jorge costuma dar alguns espetáculos musicais. São experiências enriquecedoras?
Muito enriquecedoras, muito divertidas, muito emocionais.
Na realidade ainda não sei bem quem sou a nível profissional, se educador musical, autor, ou artista, penso que não interessa muito definir, quem ouve e vê o meu trabalho sente que ponho o coração em tudo o que faço. Isso é a minha verdade.
“Zé Maria Catatua” e “Capitão Miau Miau” são dois álbuns da sua autoria, lançados este ano em formato digital. Que feedback tem recebido do público em geral, e das crianças em particular?
Desde muito cedo aprendi que existe a possibilidade de não agradar a toda a gente e isso não quer dizer que não se esteja a fazer um bom trabalho, até agora tenho recebido o carinho de muita gente, centenas de crianças e de pais, mas também acredito que hajam pessoas que não sintam a minha música, o mercado felizmente tem opções para todos os gostos e idades. No geral penso que está a ser bastante positivo, o meu público contacta-me através das redes sociais e eu faço questão de responder a todos.
“Capitão Miau Miau – O Musical” está em cena no Teatrosfera desde o dia 1 de outubro. Qual é a sensação de ver as suas histórias e músicas transformarem-se num musical, e as suas personagens ganharem vida?
É um grande privilégio, uma honra, uma oportunidade magnífica. É a segunda vez que está em cena, foi o público que pediu. Houve pais que viram a peça duas e três vezes quando esteve em cena em 2013 no Centro Cultural da Malaposta e quiseram ver outra vez no Teatroesfera. A equipa de atores é magnífica, a encenação extremamente dinâmica e tudo este trabalho praticamente sem apoios, os atores construíram uma companhia de raiz, cheia de alma, coração e verdadeiro amor à arte do teatro. O público sente.
No passado dia 02 de dezembro foi lançado, em formato digital, o álbum “As Canções do Professor Jorge – Volume I”, composto por nove músicas. Sobre o que nos falam elas?
No geral falam sobre afetos, sentimentos, emoções, memórias.
É um trabalho bastante emocional que me obrigou a voltar atrás e a fazer as pazes com a minha infância. Também tem todos os estilos musicais que ouvia enquanto criança, o rock, o samba, a pop, o soul.
“O Natal do Capitau Miau Miau” é o primeiro single retirado deste trabalho. Como são os Natais do Jorge Courela? Com muita música?
Os meus Natais são muito recolhidos na companhia de quem mais amo, a família, a minha mulher, a minha filha, eventualmente pedem-me para cantar, acabo sempre por levar a guitarra meio contrariado…(riso)
No domingo, 18 de dezembro, pelas 16 horas, o Jorge estará presente no Teatroesfera para apresentar este novo álbum. Onde é que o público poderá ouvir o Jorge futuramente?
Estarei a fazer concertos, festas de aniversário, batizados, encontros com o autor por todo o país, sei que estarei em alguns programas de rádio e televisão, onde me quiserem receber lá estarei.
Quais são os seus objetivos para 2017, a nível profissional?
Em 2017 vou lançar algumas canções em formato digital que não couberam n`As canções do professor Jorge Volume 1, canções essas que farão parte de um Volume 2, vou também consolidar a estrutura que tenho vindo a criar de espetáculo para conseguir chegar a todas as crianças que gostam do meu trabalho.
Portugal não é só Lisboa e Porto, é um país lindo e tem pessoas maravilhosas em todo o lado. Tenho ainda outro projeto a acabar mas é surpresa.
Muito obrigada, Jorge!
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.