À Conversa com Meu General
Meu General é uma banda de Carne e Osso, que lançou, no passado dia 13, o seu mais recente álbum. Sim, foi numa sexta-feira 13, mas Não Há Razão para acreditar que isso possa trazer azar.
Dente por Dente, que é como quem diz, música após música, Diz que “Jogo Sujo” não tira o pé do acelerador do primeiro ao último minuto.
Nunca É Demais recordar, para quem já os acompanha, ou dar a conhecer para quem, Como Eu, não conhecia o projecto, que este é um disco assumidamente punk rock.
Como um Cego (Sem Ver) é o nome do single de apresentação, mas parece que Meu General “pisca o olho” aos Xutos & Pontapés, Guns N' Roses, Motorhead e outras bandas que, no Limite, a distorção trata por tu.
Fosse Ontem, e até poderia ser Spaceman. Mas hoje, a conversa é mesmo com Meu General!
Quem são os Meu General?
Meu General é o meu projeto a solo.
Apesar de ser o alter ego de Gilberto Pinto não se pode dissociar General de todas as pessoas que participam. Assim sendo podemos considerar que MEU GENERAL é um colectivo que parte de um conceito a solo.
Como é que surgiu este projecto e o respectivo nome da banda?
Meu General aparece em 2008 ainda sob outra designação.
Surgiu na necessidade de colocar em disco inúmeras composições feitas ao longo do tempo. O lado compositor falou mais alto e quis ter a chance de poder fazer um trabalho com coerência. Desde escolha de produtor, músicos até aos convidados foi um processo altamente enriquecedor que me permitiu crescer enquanto músico e sobretudo como pessoa.
Este pontapé de saída teve muitos amigos e ídolos. Desde Zé Pedro dos Xutos & Pontapés até Marco Nunes dos GNR, Pedro Abrunhosa, Blind Zero, passando aos amigos de infância, esta experiência foi um sonho tornado realidade.
Quais são as vossas maiores referências, a nível musical?
General assenta sobretudo na escola do Rock N’ Roll Tradicional.
Tem como principais referências os Xutos & Pontapés, Guns n’ Roses, Motorhead e Sex Pistols
Baseia-se num principio onde as guitarras e a secção rítmica são fundamentais passando por um esquema direto de canções curtas e orelhudas.
“Jogo Sujo” é o nome do vosso mais recente álbum, editado a 13 de setembro. O que pode o público esperar deste trabalho?
O Jogo Sujo sucede ao disco de estreia PRIMEIRAS IMPRESSÕES DE 2013.
A meu ver é uma continuidade do trabalho que começou em 2008.
Evidentemente que cada álbum traz experiências novas e este não fugiu à regra.
É mais cru e mais direto do que o PRIMEIRAS IMPRESSÕES e foi intencional partir para uma estética mais punk.
Pode-se classificar este disco como um trabalho de impulso, pois é fruto dos primeiros instintos que cada um de nós sentiu ao trabalhar cada tema.
Certamente que ao vivo irá ainda ganhar mais energia do que está registado no disco.
De que forma caracterizariam a sociedade actual em que vivemos, e de que forma isso está implícito nos vossos temas?
O nome do disco “Jogo Sujo” não aparece do nada. Acho que estamos a passar um período de incertezas a todos os níveis.
Neste mundo altamente tecnológico e rápido, muitas vezes não sabemos como agir, digerir e atuar.
Damos por nós a agirmos quase como robots, sem pensarmos pela nossa própria cabeça. Jogo Sujo é tudo o que representa este Mundo atual cheio de incerteza.
“Como Um Cego (Sem Ver)” é o single de apresentação. Sobre o que nos fala este tema?
Como um Cego (sem ver) pode ter varias interpretações, A ideia forte que me ocorre, é que hoje em dia…passamos pela vida só olhando, não vendo.
Não somos cegos… mas por vezes vemos menos.
O parecer suplante o ser.
Consideram que, hoje em dia, andamos todos um pouco “cegos” para com a realidade que nos rodeia?
Como disse anteriormente, é mesmo isso.
Deixamos de pensar, deixamos de ver…olhamos somente.
Não pensamos pela própria cabeça, muitas vezes vamos junto com a maré.
É necessário termos personalidade e querer ver…não querer só olhar.
Em que é que este trabalho se assemelha ou difere dos seus antecessores “Primeiras Impressões” e “Vinte ao Vivo”?
Relativamente ao Primeiras Impressões difere no método e nas pessoas que trabalharam em cada um.
O espírito é o mesmo que começou em 2008. Rock N’ Roll puro e duro.
O Vinte ao Vivo foi uma oportunidade que houve de registar um concerto com 20 amigos entre nós. Daí o VINTE, homenagem aos amigos que foram assistir a essa gravação.
Foi uma experiência que terminou numa gravação e resolvi perpetuar em CD.
Quais são os objectivos a concretizar ainda em 2019? E a longo prazo?
Em 2019 estamos a preparar para Novembro a apresentação do disco no Porto, e fazer uma série de concertos para solidificar o alinhamento.
2020 é o ano de tentar elevar MEU GENERAL nos palcos nacionais.
Estamos a tentar criar estruturas sólidas para se apresentar um espectáculo Rock bastante enérgico com um alinhamento sem tirar o pé do acelerador.
Em 2020 está previsto um novo trabalho de originais, lá para o Natal.
De que forma é que o público vos pode acompanhar?
As pessoas podem acompanhar-nos nas redes sociais, Facebook, Youtube e Instagram de Meu General e podem vir ter connosco quando tocarmos ao vivo.
Felizmente temos sempre pessoas novas a chegar e a aumentar o número de amigos que permitem que todos juntos possamos fazer a festa.
Muito obrigada!
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens e o vídeo.