À Conversa com os The Code
Como é que surgiram os The Code?
Já nos conhecíamos, pois tivemos um projecto musical em 2004 (“Anjos Negros”). Começámos muito novinhos nesta estrada. Por motivos pessoais, tivemos de nos separar. Os The Code surgiram mais tarde em 2012, como que por “brincadeira”. Reuníamo-nos no nosso estúdio, juntávamos ideias, criávamos músicas, gravávamos e … quis o destino encaminhar-nos de novo para esta ESTRADA da música.
Muitos artistas, tanto das ilhas dos Açores, como da Madeira, afirmam que não há muitas oportunidades para aí vingarem na música, procurando uma oportunidade no continente. Na vossa opinião, consideram que o facto de serem oriundos dos Açores representa, de alguma forma, um entrave ao vosso trabalho?
O mundo das artes, é, infelizmente, um mundo um quanto “ingrato”. Não sabemos bem porquê… Deveríamos estar mais integrados, ser mais valorizados e apoiados pela sociedade…
No entanto, temos muito orgulho em ser insulares. Vivemos no Paraíso!
Não acreditamos que a insularidade seja um entrave para sermos bem-sucedidos ou reconhecidos nacionalmente. Trabalho, dedicação e perseverança são as chaves do mérito e sucesso.
Como foi todo o processo de produção deste primeiro trabalho da banda?
Demos por nós e “plim”… Tinhamos o EP nas nossas mãos!
Foi fantástico e tão gratificante todo o tempo que passámos a criar, a ver e a rever pormenores, cada um com o seu contributo, cada um com a sua sensibilidade pessoal e musical. Desde a primeira ideia daquilo que se iria tentar criar até àquilo que hoje chega até vós, está aqui o nosso testemunho de dedicação, esforço e amor pelo nosso projecto e pela Música.
“Estrada” é o nome do vosso EP de originais, a ser lançado hoje, em formato digital. Gostariam que 2017 fosse passado a percorrer as diversas estradas de Portugal, e não só, para dar a conhecer o vosso trabalho?
É verdade. Dia 10 de Março será um dia a recordar. É um marco nas nossas vidas!
Sem dúvida alguma. Temos a força e a vontade para percorrer as nossas estradas de lés a lés e mostrar o nosso trabalho ao Povo Português! Se as estradas forem estrangeiras… Estamos aqui para isso!
Entre os temas que compõem este EP, podemos encontrar “É o Amor”, cantado em português, e “Hope Song” ou “What’s Wrong With You”, em inglês. Em qual dos idiomas se sentem mais confortáveis a cantar?
Marisa – Na realidade, quando escrevi as letras que das músicas do EP não me apercebi que criar em inglês ou em português seria mais fácil ou mais difícil ou se seria mais confortável ou menos confortável. Pode parecer “cliché”, mas escrevi e escrevo o que me vai na alma em determinado momento. Escrever é mais minucioso. É para rimar? A métrica está adequada? Estou a passar a mensagem correta? Transmito o sentimento que quero transmitir?
Canto o que escrevo, logo a maior parte do “desconforto” já está feito. Mas, a Língua Portuguesa é tão nossa e tão delicada quando cantada que torna-se uma grande responsabilidade fazer-lhe jus.
Sobre o que nos falam as vossas músicas?
Tentamos passar a mensagem de “um mundo melhor”.
A mensagem é para todos sem excepção a começar por nós!
Cada um de nós pode fazer a diferença.
Nunca é tarde para mudar, para fazer o bem, para perdoar.
Nos vários temas, percorrem vários estilos musicais diferentes, como o funk, o pop, o rock ou até o jazz. Quais são as vossas principais referências a nível musical, e de que forma influenciaram esta fusão de estilos na vossa música?
As nossas referências musicais vão desde Bruno Mars a Pat Metheny. Isto para enfatizar o facto de que ouvimos de tudo um pouco: jazz, funk, rock, pop, soul, etc.
Quando compomos usamos um pouco de cada estilo, conscientemente, ou não! Podemos afirmar que o nosso “produto final” compõe-se por uma fusão musical muito diversificada, mas sempre muito nossa!
Costuma-se dizer que somos aquilo que pensamos… No nosso caso, em particular, somos aquilo que ouvimos!
E a nossa banda, tal como outras, é isto… Junção de várias ideias e ideais, dedicação, trabalho, perseverança e carinho para com esta arte.
A vossa primeira atuação ao vivo ocorreu há cerca de dois anos, na ilha de S. Miguel. Nesta nova etapa, em que palco mais gostariam de atuar?
Sim, o nosso primeiro concerto ao vivo foi em Dezembro de 2015 na Mitolândia, espaço onde já atuámos por várias vezes. Coincidência, ou não, foi em Novembro de 2016, neste mesmo bar, que fomos “descobertos”! Fomos encaminhados para a Farol Música e aqui estamos nós de mãos dadas a abraçar este projecto. Para nós todas as nossas atuações são únicas e especiais… Mas, claro que seria de outro mundo divulgar a nossa música em palcos como, por exemplo, o NOS Alive, o Rock in Rio, ou tantos outros grandes palcos que temos em Portugal.
Entretanto… vamos dando pequenos passos. Cada passo faz-nos ir um pouco mais longe do que estávamos antes!
Quais são os objectivos que a banda gostaria de ver concretizados num futuro próximo?
Por enquanto, estamos a lançar o nosso EP em formato digital e estamos tão gratos, orgulhosos e maravilhados com este feito. Mais à frente, seria óptimo poder lançar um primeiro álbum. Temos mais alguns temas “arrumados” nas nossas gavetas que, para nós, são tão especiais e bonitos quanto estes três.
O nosso objectivo é, principalmente, mover e tocar as pessoas com a nossa garra e mensagem. A música é universal. A música, tal como o amor, move multidões.
Partindo dos temas do EP, pergunto:
O que é, para vocês, o Amor?
O amor é tão difícil de descrever. Cada um sente e dá amor à sua maneira e do jeito que melhor sabe. Mas, amor é amor. Não se quantifica nem se qualifica. Tal como a música é algo muito pessoal. Faz-nos sentir vivos e cheios por dentro.
O amor, tal como o definimos no nosso tema “é dar e receber e receber e dar de volta”… É “perdoar os nossos erros e lutar”!
Qual é a vossa “Hope Song”, aquela que vos transmite esperança, confiança, força?
Poderíamos eleger muitas “Hope Songs”. Há inúmeros temas que nos transmitem esses sentimentos. Mas, vamos eleger a nossa “Hope Song”!
A música carrega uma mensagem muito positiva e uma “wake up call” para nós, que estamos tão “cegos” com o materialismo e outras coisas supérfluas. Citando e traduzindo a Hope Song, “nós podemos fazer a diferença, a nossa religião deveria ser o Amor”!
Faz-nos ter esperança no Amanhã.
Muito obrigada!
Obrigado.
The CODE
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.