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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

À Conversa com Pedro Janela

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"Um pintor combina cores, formas e texturas para criar ilusões. Um escritor faz a triagem minuciosa das palavras para construir cenários e contextos.

Da mesma forma, Pedro Janela é um compositor que esculpe com notas, ritmos e instrumentação as ambiências que imagina e para onde nos transporta com a sua música."

 

 

Fiquem a conhecer melhor Pedro Janela, nesta entrevista:

 

 

 

 

 

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Quem é o Pedro Janela?

Do ponto de vista profissional, que é aquele que interessa (risos) é alguém que gosta de brincar com os sons.

 

 

 

De que forma te descreverias através das seguintes palavras:

 

Memórias – Momentos, como memórias da mesma forma, duram apenas enquanto os vivemos intensamente!

 

Dúvidas – As dúvidas são deixadas para serem resolvidas... as pausas e os silêncios assemelham-se à dualidade de lembranças e espaços em branco deixados de fora ainda a serem preenchidos ...

 

Melancolia – A melancolia pode ser inspiradora.

 

Piano – Uma extensão de mim.

 

Janela – Criar janelas sonoras que abrem horizontes.

 

Sonho – Lugar onde tudo se constrói.

 

Espaço – Lugar vazio. Distância ente 2 corpos.

 

Linguagem – Forma de comunicar emoções.

 

Horizonte – Lugar onde céu e terra se unem.

 

 

 

 

 

 

Produtor, compositor, pianista e artista digital – qual destas atividades te dá maior prazer?

Não tenho uma resposta objetiva. Eu gosto de ir variando. Acho que o facto de ir desenvolvendo várias atividades no âmbito da música me dá uma visão mais abrangente. Todas elas se complementam.

 

 

 

Para além de te dedicares a vários projetos musicais, és mentor da banda The Casino Royal. Em que momento decidiste arriscar a solo?

Não houve um momento em particular. As coisas surgiram naturalmente. Já tinha essa intenção e assim que surgiu o momento foi só dar seguimento.

Eu tinha terminado uma bso para um filme “Soldado Milhões” e fiquei com algum tempo disponível para trabalhar neste projeto.

Na altura decidi fazer uma viagem à Grécia. Isto aconteceu em Abril de 2018. A determinada altura fiz uma reflexão e achei que era o momento ideal.

 

 

 

Dedicas-te também à criação de bandas sonoras para cinema e minisséries, como “Jacinta”, “Soldado Milhões” ou “República”, entre outros. Como descreves essa experiência?

Sempre que recebo um convite para trabalhar nessa área fico fico extremamente feliz!

É um tipo de trabalho que adoro fazer. No fundo é dar “voz” às imagens. A música tem essa força.

Em Portugal faz-se cinema com orçamentos muito limitados e muitas vezes o desafio é conseguir fazer muito com pouco.

Quando vemos a ficha técnica da banda sonora de um filme estrangeiro temos noção de que se trata de um trabalho de uma grande equipa. Aqui isso não é possível. Um compositor é ao mesmo tempo produtor, arranjador, multi-instrumentista, engenheiro de som, copista, publisher, etc, o que acaba muitas vezes por ser um desafio Hercúleo (risos).

Depois temos o lado de psicólogo, que é tentar perceber o que vai na cabeça do realizador. Uma banda sonora é sempre resultado da colaboração do realizador com o compositor e aqui a opinião do realizador é sempre aquela que prevalece. Ele é que é o autor da obra em termos globais.

Os realizadores quase nunca dominam a linguagem musical. Não têm que o fazer! Cabe-nos a nós saber entender o que eles pretendem para determinada narrativa.

Sendo a música uma arte subjetiva a emoção que me provoca um determinado trecho musical não é necessariamente a mesma que a que ocorre na cabeça do realizador.

Fazer uma bso acaba por ser um trabalho partilhado.

 

 

 

 

 

 

“We Are All Lost” é o título do teu primeiro álbum a solo. Consideras que andamos todos um pouco perdidos, neste mundo em que vivemos?

“We Are All Lost” é um título que encerra em si uma certa esperança. É por andarmos perdidos, sempre à procura de algo, que nos movemos em determinada direção.

Estar perdido não significa necessariamente que estejamos numa situação adversa.

É bom sentirmo-nos perdidos esse sentimento acaba por provocar o impulso que necessitamos para descobrir novos caminhos.

Enquanto estivermos vivos estaremos sempre perdidos.

 

 

 

Do que nos falam as canções deste álbum?

As canções deste álbum falam de perda mas também de esperança. Como se fossemos desembrulhando a cada nota, altos e baixos, reviravoltas, milagres e miséria, sorte e desgraça, sucesso e fracassos, amor e ilusão, ganho e perda, alegrias e choro, risos e tristezas, conforto e solidão, nostalgia e arrependimento, achados e perdidos...

 

 

 

“We Remember Moments” é o single de apresentação. Que momento inesquecível recordas com maior carinho, que queiras partilhar com o público?

O nascimento dos meus 2 filhos e tudo aquilo de bom que partilhámos juntos até hoje. Os momentos, como lembranças da mesma forma, duram apenas enquanto os vivemos intensamente!

 

 

 

Se tivesses oportunidade de trabalhar com uma das tuas grandes referências, a nível musical, quem escolherias?

Ryuichi Sakamoto, sempre admirei o seu trabalho!

 

 

 

De que forma é que o público te pode acompanhar?

Podem acompanhar-me através do meu site pessoal em www.pedrojanela.pt,  no meu facebook - www.facebook.com/pedrojanelacomposer , instagram  - https://www.instagram.com/pedrojanela/?hl=pt

 

 

 

Muito obrigada!

 

 

 

Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também a imagem e os vídeos.

 

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