"A Desordem Que Deixas", na Netflix
Ninguém é perfeito.
Toda a gente comete erros.
Uns, mais do que outros.
Uns, maiores que outros.
Uns, pagam mais caro por eles, que outros.
E alguns, pagam pelos erros dos outros...
Que erro terá cometido Viruca, a professora de Literatura que, aparentemente, se suicidou, depois de vários problemas com os alunos, dos mexericos sobre si entre os seus colegas, e de uma relação conturbada com o seu ex-marido?
Que erros cometeu, ou poderá vir a cometer, Raquel, a professora que veio substituir Viruca, que a possam levar pelo mesmo caminho que a sua antecessora?
Numa história em que o antes e o depois nos são mostrados quase paralelamente, como se estivéssemos a assistir ao passado e ao presente, em simultâneo, com as personagens principais a cruzar-se e a percorrer o mesmo caminho, e a dar os mesmos passos, tudo e todos são suspeitos, e podem levar até a pessoa mais mentalmente sã, à loucura.
Sobretudo, quando há segredos a esconder, que não devem vir à tona.
E numa cidade em que, como afirma Roi, a determinado momento, "todos se conhecem, e todos se protegem".
O que não deve Raquel descobrir?
O que a liga, no presente, ao passado de Viruca?
Poderá Viruca ter sido assassinada?
Quem a conheceu, afirma que ela não era mulher de se suicidar. Mas como é que, de facto, sabemos isso sobre alguém, com quem apenas trocamos meia dúzia de palavras?
Certo é que, suicídio ou homicídio, Viruca deixou a vida de todos numa autêntica desordem. E Raquel, acabada de chegar, não parece ter escapado à mesma, com a sua vida, já complicada, a tornar-se ainda mais desastrosa, à medida que os dias passam, e ela se envolve mais no mistério de Viruca, que agora a afecta directamente.
São vários os elos de ligação entre ambas.
Os alunos Iago, Roi e Nerea são os principais. Aqueles que mais conflitos pareciam ter com a antiga professora e que, agora, provocam com a actual.
Também Mauro, o ex-marido de Viruca, pode ajudar a chegar à verdade embora, ele próprio, possa não estar totalmente inocente.
E até as pessoas que lhe estão mais próximas, podem estar envolvidas, e a mentir-lhe.
Em quem confiar? De quem desconfiar?
Ao início, poderíamos pensar que Raquel é uma mulher mais frágil do que Viruca, que não saberá como lidar com os alunos, com o fantasma da mulher que foi substituir, nem com a sua relação com o marido.
Mas talvez ela seja mais forte do que parece. E talvez ela precise de encontrar a verdade de uma história que não é a dela, para refazer, ela própria, a sua história.
E, quem sabe, ajudar no recomeço das histórias, daqueles que a rodeiam...
Uma excelente série, com grandes interpretações, que recomendo!