"A Família Perfeita", de Lisa Jewell
"A Família Perfeita" mostrou ser um livro com uma história quase perfeita!
E digo "quase" porque, desde a primeira página, foi ficando melhor, e melhor, e mais intrigante.
A cada novo capítulo, o interesse e a curiosidade aumentavam, o suspense aumentava, a história prometia mais.
Já mesmo quase no final, a surpresa, a não desiludir.
Mas, quando se pensava que ia terminar em grande, não.
O final ficou muito aquém da expectativas que o leitor vai criando ao longo da leitura.
Ficam mais dúvidas, que certezas.
Mais perguntas, que respostas.
Faltou ali qualquer coisa. Algo que ficou a meio.
Ainda assim, vale a pena ler.
Alternada entre a personagem principal - Libby, o narrador - Henry, e uma mulher que não se sabe bem quem é - Lucy, a história leva-nos ao passado de uma família abastada que, aos poucos, foi perdendo tudo o que tinha.
Uma família relativamente normal que, de um momento para o outro, viu as suas vidas mudarem drasticamente, com consequências para todos, sobretudo para os mais jovens que residiam naquela casa.
No presente, Libby descobre, aos 25 anos, que herdou uma casa, pertencente aos seus pais que, aparentemente, se suicidaram quando ela era bebé, tendo sido a única com vida encontrada na casa. Todos os restantes residentes, à excepção dos seus pais, encontrados mortos, juntamente com uma terceira pessoa, desapareceram.
Agora, Libby quer saber mais sobre o seu passado e, juntamente com Miller, o jornalista que acompanhou o caso há 25 anos, tenta descobrir as peças do puzzle, para conseguir completá-lo.
Mas a verdade pode ser muito diferente daquilo que esperava.
Certo é que, no presente, há pessoas muito interessadas em reencontrar a "bebé". Nem todos, certamente, pelos mesmos motivos.
E se calhar, a carta pela qual Libby esperou a vida toda pode, em vez de um sonho, tornar-se um pesadelo, a ponto de a sua própria vida estar em perigo.
Paralelamente a esta história, uma outra se entrelaça.
A de Lucy, mãe de Marco e Stella. Com filhos de pais diferentes, ela vive quase como "sem abrigo", após um casamento tóxico que quase lhe tirou a vida, e do abandono pelo homem que considerava o grande amor da sua vida.
Sem nada a perder, com dois filhos para cuidar, e com uma imensa vontade de regressar a Londres, Lucy vai fazer de tudo para o conseguir. Nem que, para isso, tenha que fazer aquilo que nunca pensou fazer. Ou aquilo que tinha prometido nunca mais fazer.
Mas, por vezes, não há outra saída...
Sinopse:
"Numa casa em Chelsea, numa zona elegante de Londres, uma bebé está acordada no berço. Bem tratada e alimentada, espera que alguém a vá buscar. Na cozinha estão três cadáveres em decomposição, todos vestidos de preto. Junto a eles, um bilhete rabiscado apressadamente. Estão mortos há vários dias. Mas então quem tem cuidado da bebé?
Após o seu vigésimo quinto aniversário, Libby Jones chega a casa e encontra uma carta, pela qual esperou toda a sua vida. Ao abri-la descobre finalmente quem são os seus pais biológicos e que é herdeira de uma mansão abandonada que vale milhões. A sua vida está prestes a mudar..."