A saúde não tem preço, mas pagamos caro por ela!
É verdade que a saúde não tem preço? É!
E que não se compra? Sim!
Ainda assim, pagamos tão caro por ela!
Mas o que seria daqueles que investem em pessoal especializado e em laboratórios para que sejam levadas a cabo pesquisas e buscas por curas ou tratamentos de doenças, até agora desconhecidos?
O que seria das farmacêuticas se não obtivessem algum lucro com os medicamentos "milagrosos"?
O que seria das farmácias se os medicamentos nos fossem oferecidos?
A saúde não tem preço, mas tem custos para quem dela carece!
A saúde não se compra nem se vende, mas faz parte de um grande mercado onde é negociada como quem negoceia raridades valiosas! A necessidade dela faz funcionar uma indústria de milhões.
Quanto custam determinadas cirurgias? Quanto custam determinados tratamentos? Quanto custam determinados medicamentos? E quem consegue, em termos financeiros, ter acesso aos mesmos?
Vejamos, por exemplo, o actual caso da hepatite C. São, à partida, 150 os escolhidos pelo Ministério da Saúde para beneficiarem do novo tratamento com um medicamento inovador contra a doença - o Sofosbuvir - que garante taxas de cura superiores a 90%. O custo deste medicamento anda entre os 45 mil e 150 mil euros.
Disse o ministro da Saúde (e concordam os profissionais) que "se a todos os pacientes de hepatite C fosse ministrada esta cura, gastar-se-ia mais de 80 por cento do orçamento do Serviço Nacional de Saúde". Já Emília Rodrigues, do SOS Hepatites, contrapõe que “É triste alguém ter que estar em pré-morte para que lhe seja dada esta medicação”.
Exceptuando aqueles que, com ajuda, milagre ou condição financeira conseguem ter acesso a determinado tipo de medicamento ou tratamento, e usufruir de meios de diagnóstico modernos e tecnologia avançada, a grande maioria nem sequer tem dinheiro para pagar uma taxa moderadora que, misericordiosamente, decidiram baixar este ano em 5 cêntimos!
A maioria, não tem dinheiro para se submeter àquela cirurgia que tanto necessita. Nem para pagar os exames que tem que fazer. Ou o internamento a que, involuntariamente, terá que ser sujeito.
E quando tem, nem sempre é tratada de forma digna e humana nos serviços de saúde públicos, ainda que tenha que pagar da mesma forma.
No fundo, não estamos a falar exatamente de saúde, mas de cuidados de saúde, dizem os entendidos no assunto. Mas bem lá no fundo, todos sabemos que, ainda que os "caminhos" sejam diferentes, ambos levam à mesma e única questão - o limbo entre a saúde e a doença, entre a vida e a morte!