Amizades estranhas
As amizades podem, por vezes, ser muito estranhas.
E desvanecer-se, da mesma forma que um dia surgiram.
Desde o verão de há uns anos atrás que a minha filha se tornou amiga de uma outra menina que conheceu na praia.
Nessas férias, todos os dias brincavam na praia. Depois disso, iam falando esporadicamente por telemóvel, a Inês chegou a ir algumas vezes a casa dela para brincarem, incluindo duas festas de aniversário, a última em 2015.
A miúda também chegou a ir connosco ao cinema e ao circo.
Nas épocas festivas, trocavam sempre presentes. E também eu e o meu marido falávamos bastante com a mãe e chegámos a conhecer os avós da menina.
Este ano, e como era a primeira festa de aniversário que a minha filha ia fazer para os amigos, claro que a convidou. Ou, pelo menos, tentou.
Ligámos para o telemóvel da filha - ia sempre para o gravador. Ligámos para o da mãe - dá mensagem de que, no momento, não está disponível. Enviámos o convite pelo correio - não veio devolvido mas também ninguém disse nada.
O meu primeiro pensamento, e dado que no Natal tinha enviado uma mensagem com relatório de falha, foi que talvez ainda estejam na Escócia (onde costumam ir passar o Natal), mas faz-me confusão porque a miúda estudava cá e as aulas já começaram há duas semanas.
Ou então, talvez se tenham mudado. Mas, nesse caso, podiam ter dito alguma coisa. Tinham os nossos contactos. E se mudaram de telemóveis a mesma coisa.
Não querendo acreditar que algo de mal lhes tenha acontecido (espero que não seja esse o motivo), e que as impeça de contactar connosco, resta-me estranhar esta ausência de contacto ou notícias, e uma amizade assente em escassos momentos juntas, e pouca vontade de comunicar...