Cinema de fim de semana
Nota negativa para:
Quem me conhece sabe que comédias deste género não são o meu forte e, logo aí, já ia de pé atrás. Mas como a minha filha queria ver, lá acedi.
A história até dava um bom filme de acção.
Sim, porque de comédia tem muito pouco. O famoso "Mr. Bean" é bom nesse papel em que, mesmo sem abrir a boca, nos faz rir.
Já neste género de filme, perde a sua graça, e a sua personagem chega até a irritar, de tão burra e desastrada que é.
Nota positiva para:
Um filme com mais de 20 anos, mas que permanece actual.
Que mostra como nem todos os jovens provenientes de bairros problemáticos, são delinquentes.
Que mostra que, por vezes, basta que acreditem neles e lhes dêem uma oportunidade, para que mostrem todo o seu potencial, conhecimento, vontade de aprender e de ser alguém na vida.
Que prova que, nem sempre, as escolas, e os professores, estão preparados para tirar o melhor destes jovens, discriminando-os, desistindo deles, considerando-os casos perdidos.
Que exemplifica como, para um jovem aprender e se motivar, o segredo não está num programa de ensino convencional, sem graça e, muitas vezes, ultrapassado. Os jovens podem aprender a mesma coisa de diferentes maneiras, e de forma mais cativante.
Que demonstra que, muitas vezes, as famílias desestruturadas, a pobreza, o meio em que estão inseridos, pode influenciar os jovens negativamente mas, se houver alguém que lhes estenda a mão, que lhes mostre que podem ser diferentes, que podem escrever a sua história, tudo pode ser diferente.
Claro que seria uma utopia pensar que basta uma professora excêntrica, e verdadeiramente preocupada, para mudar o destino de todos.
E, como tal, até nesse ponto o filme é realista, ao mostrar que houve jovens que Louanne não conseguiu salvar.
O meu marido, que já trabalhou com jovens em risco e lidou de perto com eles, estava a ver o filme e a reconhecer, de certa forma, os jovens que conheceu, naquelas personagens.