Coisas que só me acontecem a mim II
Isto podia ser uma comédia, mas foi mesmo verdade!
Por mais que tente, não consigo perder esta fobia das aranhas.
Fui à sala levar qualquer coisa à minha filha, que estava sentada no sofá e, mesmo ao lado dela, vejo uma aranha. Castanha, gorda, com umas patas estranhas.
Automaticamente, mando um grito e a minha filha salta do sofá, mais pelo susto que o meu grito lhe pregou do que pela aranha.
Para a matar, fui buscar um mata moscas, mas mudei de ideias. Era fraquinho e não iria conseguir matá-la em condições. Fui buscar uma pantufa. Mas a pantufa não era grande e isso significava ficar com a mão muito perto da bicha.
A minha filha pergunta-me: "queres que eu a mate?", ao que lhe respondo, armada em valente, que não.
Ficamos as duas a olhar para a aranha, a minha filha à espera que eu faça o serviço, e eu a ganhar coragem para o fazer.
Lá dou então uma pantufada na aranha, o que a faz rebolar pelas costas do sofá até ao assento. E eu, assustada, mandei mais um grito e um salto, que fez a minha filha fazer o mesmo!
Como vejo que a aranha não se mexe, vou empurrando com a pantufa do assento para o chão. E aí, finalmente, dei-lhe uma valente tareia, e com tanta força que a parti ao meio!
Como é que aquela bandida terá ido ali parar, ou porque é que a nossa gata não a caçou, não sei. Mas ainda temo só de pensar que posso estar ali sentada, ou outra pessoa qualquer e, sem saber, com uma aranha por companhia!