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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Combater a inércia

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Na física, a inércia "consiste na tendência natural que um objeto possui de resistir a mudanças do seu estado original de movimento ou repouso. Isso significa que um objeto que está parado tende a se manter parado, enquanto um corpo que está em movimento tende a manter o movimento."

Na vida, conhecemo-la mais como inação, letargia, preguiça, rotina.

E também acontece quando falamos de demonstração de afectos e sentimentos.

 

É incrível a facilidade com que, da mesma forma que nos sabe bem dar e receber afectos, nos habituamos, em sentido inverso, à ausência deles.

Tal como um objecto que, estando em movimento, tende a manter-se em movimento, se a troca de afectos na nossa vida for regular, se lhe dermos prioridade, acaba por ser natural, e querermos sempre mais.

Mas, se a descuidarmos, se a menosprezarmos, de a deixarmos de lado, torna-se um corpo parado, cuja tendência será continuar parado.

Habituamo-nos à falta de afectos, com a mesma naturalidade. E temos cada vez menos vontade de lhes dar uso, como se fosse algo obsoleto, que já não se usa. 

 

Com a mesma intensidade com que ansiamos por eles - um toque, um abraço, um beijo, uma carícia - e os retribuímos aos outros, também perdemos a vontade de o fazer, e receber, "chutando-os para canto".

Tornando esse gesto algo estranho e forçado.

E, se não combatermos essa inércia, corremos o risco de essa ausência se tornar um caminho sem retorno. 

Uma realidade que nos fará, a longo prazo, mais mal que bem.