Da ida à TV, em representação do Clube de Gatos
Não vai acontecer.
Irá acontecer?
É possível que aconteça.
Vai mesmo acontecer!
Está quase...
Está a acontecer!
Já passou.
Aconteceu mesmo!
Aconteceu mesmo?
Já foi há tanto tempo!
Por coincidência, à saída de cena, encontrei uma antiga colega de liceu, a Inês (beijinho Inês, e se estiveres a ler este post, já sabes que te queremos a ti e ao teu bichano no clube)! Diz ela que, quando percebeu que eu ia lá, disse aos colegas para me porem a falar porque, daquilo que se lembrava de mim, eu era muito caladinha. É verdade.
Sempre fui mais de estar no meu cantinho, e não ter que falar em público, porque corava, bloqueava, ficava cheia de nervos, era uma tortura. Ainda hoje sou assim.
Mas uma pessoa tem que enfrentar desafios, tentar superar os seus receios, fobias e lutar pelo que quer.
Não vai acontecer.
Quando enviei o email à Sic, pensei que o "não" estava sempre garantido, mas até podia dar certo. No entanto, o meu pensamento era de que não daria em nada, até porque o programa da tarde iria acabar.
Irá acontecer?
Foi com surpresa que recebi o contacto deles, para participar na rubrica do programa novo, que iria estrear, com mais alguns membros do Clube. Falei com alguns membros, sobre essa possibilidade, mas ainda era algo incerto.
É possível que aconteça.
Depois tivemos a questão da incompatibilidade de horários, de trazer os gatos, de haver membros suficientes, e estivemos naquela - iremos, não iremos? Será que vai mesmo acontecer? É possível, mas sem grande euforia.
Vai mesmo acontecer!
E foi então que a Inês Dias nos confirmou que conseguiu fazer uma troca, e nos colocar no programa de dia 17, dia em que dava para todos irmos. Ia mesmo acontecer. Mas só na própria semana partilhámos a notícia com todos!
Está quase...
Os nervos a fazerem-se sentir pela espera, pelas pessoas que nos iriam estar a ver, por imaginar como seria e o que aconteceria lá, e os dias a passar e a aproximar-se cada vez mais a hora.
Está a acontecer!
Quando lá chegamos, acho que passa tudo. Não há volta a dar nem nada a fazer. É cabelos, maquilhagem, preparar tudo, pôr microfones, entrar no intervalo, pôr tudo a jeito, contagem decrescente e estamos no ar, em directo, para milhões de espectadores. Sair de fininho enquanto as câmaras focam o outro lado, e de volta aos bastidores.
Já passou.
Ok, já está. Já podemos respirar de alívio. Prova superada!
Sim, porque para além do objectivo principal, havia inerente o objectivo de superar a vergonha, o medo do público, os bloqueios de falar em directo e por aí fora. Faz parte da experiência da vida.
Aconteceu mesmo!
Passado o momento, chegamos a casa e vemos a gravação e as fotos e ainda estamos em euforia - aconteceu mesmo! Foi real.
Aconteceu mesmo?
Mas não criamos falsas expectativas, e sabemos que foi uma oportunidade que poderá ser boa, mas há que regressar à Terra e continuar a trabalhar. Não somos mais famosas por isso. Somos pessoas iguais às que éramos, e daqui a uns tempos vamos olhar para trás e pensar: aconteceu mesmo?
Já foi há tanto tempo!
E um dia, esse acontecimento vai fazer parte das nossas boas recordações da vida, e vamos falar dele com saudades!
E assim dou por encerrado este capítulo!